Capítulo 11

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Caminhei me guiando pela parede, por mais que a luz da Lua se infiltrasse pelas janelas apenas ela não eram suficientes para iluminar todo o corredor. Depois de alguns passos, meus pés entrarem em contato com algum material, me abaixei e peguei o objeto na minha mão: era um livro.

O que aquilo estava fazendo no meio do corredor?

Conforme fui andando encontrava outros livros jogados, espalhados pelo chão, houve um momento em que meus pés se esbarraram na borda de um livro aberto e este movimentou cacos de vidros que tilintaram. O medo de pisar em alguns vidro fez com que eu me encostasse na parede e procurasse desesperadamente o interruptor.

Minha mão tenteou a parede lisa a procura do objeto, foi quando meus dedos encontraram a pequena gangorra e a acionaram.

O lustre simples preso sob o centro do corredor acendeu. Meus olhos se arregalaram mediante a bagunça que estava o local, livros jogados no chão, papeis por todos os cantos e cacos de vidros brilhavam refletindo a luz juntamente com a base de um copo destroçada.

A bagunça saia do quarto de Karias e formava uma trilha até o quarto proibido, andei com cuidado em direção da entrada do quarto de meu mestre. Empaquei na solaria da porta ao ver o estado revirado do cômodo, o gelo percorreu pela minha espinha.

A cama fora destruída, a mobília ficou em cacos de madeira e as pilhas de livros não passavam de destroços, além disso não havia nenhum sinal de Karias.

Ele estava fraco demais para se mover então alguém deve ter entrado e o levado, a ideia da minha antiga facção ter me encontrado e levado ele ao invés de mim me aterrorizou. Porém a descartei rapidamente, eles não poderiam ter me encontrado, Karias tinha assegurado a minha segurança.

Então quem quer que tenha-o levado não tinha nada haver comigo, afinal o único quarto revistado foi o de Karias.

Encarei a janela fechada do quarto dele, me voltei para o corredor onde havia outras janelas e todas estavam fechadas, pelo o que me lembrava a minha janela também estava fechada o que anulava a possibilidade de uma invasão pela janela ou seja quem quer que tenha entrado no apartamento usou outra entrada.

Talvez as janelas do andar debaixo ou a porta, encarei as escadaria e fiquei imaginado como as coisas estariam por lá, será que reviradas como o quarto de Karias? Por que a pessoa que invadiu não tratou de cuidar de mim? Se eu acordasse seria um problema e por que levaram Karias? Ele estava envolvido novamente com algum tipo de magia indevida? Ou será que é por que ele me fez de sua aprendiz e aquela maga metida resolveu dar o troco?

A ideia de Karias estar tendo problemas por minha causa me incomodava.

Fui correndo em direção a escada, mas um som me fez parar. O som de garras se arranhando na madeira fizeram meus pelos do braço se arrepiarem, parei ao lado da porta do quarto que Karias me proibira de entrar ou sequer abrir a porta e encostei o meu ouvido na madeira.

Prendi minha respiração e me concentrei em ouvir o que estava por detrás daquela porta, foi quando escutei uma respiração forçada junto a alguns gemidos de dor que pareciam ser de Karias. Meu coração parecia parar dentro do meu peito, estavam o torturando?

As lembranças de suas cicatrizes voltaram igual enxurrada em minha mente fazendo meu estômago revirar.

Retirei o ouvido da porta e minha mão foi levada até a maçaneta porém me contive, assim como as imagens das cicatrizes me lembrei das palavras duras e sérias que Karias me dissera antes de fazermos compras.

"Nunca..."

Mas isso importava? Ele poderia estar em perigo e vulnerável o bastante para não conseguir se defender sozinho, segurei a maçaneta novamente e virei para destrancar.

A Aprendiz do MagoOnde histórias criam vida. Descubra agora