Eu achei que ia estar morta, mas o fato de estar respirando já era o bastante para descartar a ideia.
Meus olhos abriram aos poucos conforme fui recobrando a consciência, junto com ela vinha a dor espalhada pelo corpo inteiro.
Soltei um gemido quando me movi, minha perna ardeu quando a mexi assim como o meu ombro ardia por causa da superfície que ele encostava.
Demorei um tempo para perceber o quanto ela era macia, minha cabeça pendeu para o lado e senti o pano fofo e aveludado roçar na bochecha.
Eu me encontrava em um sofá, havia algumas almofadas perto de mim e um cobertor quente e confortável sobre o meu corpo.
O ambiente era iluminado por velas e havia um candelabro no centro do cômodo feito de metal retorcido e rústico, se fosse vendido valeria um bom dinheiro.
Em minha volta havia estantes cheias de livros, livros grandes e pequenos, das mais variáveis cores que se podia imaginar. Escadas de madeira se encontravam distribuídas pelo local para alcançar os livros das prateleiras mais altas.
A entrada da sala era feita por portas de correr, que se encontravam abertas, elas levavam a cozinha que tinha uma ilha no meio e armários de madeira.
Onde eu estava? Aparentemente em uma sala de leitura ou biblioteca particular. Como fui parar lá? Sinceramente, não me importava no momento. Quem me trouxe aqui? Essa sim era a pergunta que eu mais temia a resposta.
Levantei a coberta sobre o meu corpo e me deparei com minhas pernas à mostra, o local onde a bala havia entrado estava enfaixado, senti um rubor preencher minhas bochechas ao saber que estava apenas de roupa íntima.
Olhei em volta em busca das minhas calças e as encontrei expostas em uma poltrona não muito distante do sofá onde me encontrava.
Me estiquei tentando alcançá-la mas a dor foi insuportável. Outro gemido tímido de dor escapou pela minha boca.
Um barulho de xícara batendo vindo da cozinha fez meu sangue gelar, me estiquei mais um pouco para tentar alcançar o tecido mas não consegui pega-lo. Pelo canto do olho vi uma silhueta se aproximar da entrada.
Fingi que estava dormindo quando a figura entrou na sala e com os olhos cerrados vi quando ele se aproximou.Vestia uma camisa branca junto com moletom e uma espécie de máscara que cobria boa a parte do rosto deixando apenas os lábios e o queixo expostos.
Ele trazia uma bandeja nas mãos e a colocou em cima da mesa de centro da sala, o cheiro de comida fez meu estômago doer e minha boca salivar, fazia dois dias desde a última boa refeição que tive.
—Ainda bem que acordou. —Um sorriso nasceu nos lábios do mascarado, não continuei com a minha atuação agora que fui descoberta, então apenas encarei o homem.
—Quem é você? —Perguntei, avistei uma faca de passar manteiga junto a bandeja, ela poderia ser útil se fosse bem utilizada.
—Meu nome é Karias. —Ele serviu o café em uma das xícaras, aproveitei seu descuido e alcancei a faca. —E o seu é?
—Me chamo Mia. —Respondi enquanto escondia o objeto entre a coberta.
—Mia nome interessante, diferente. —Comentou ele se sentando em uma poltrona nas extremidades da sala.
—Não tanto quanto Karias. —Rebati grossa, não tinha intenção de ser gentil ou educada com alguém cujo rosto está escondido por debaixo de uma máscara. Uma espécie de risada escapou dos lábios do homem.
—Sim é verdade, está com fome Mia? Por que tem...
—Onde eu estou?—Cortei ele com minha pergunta usando um tom nem um pouco moderado, mas parecia que nada o abalava o seu bom humor.
—Na minha casa. —Respondeu ele ainda sorrindo, uma pontada de medo subiu pelo meu corpo, ele pareci ser um daqueles sequestradores sádicos. —Tomei a liberdade de trazê-la para cá depois da noite passada. Você lutou bem mas estava ferida demais.
—Por que não me levou a um hospital? —Um sequestrador psicopata, que situação agradável eu acabei me metendo depois de tanta luta para sobreviver.
—Eles não estavam atrás de você? —Respondeu a minha pergunta com outra pergunta. —Achei que um hospital seria o local mais óbvio para alguém procurado, mas ferido, se esconder.
Esperto muito esperto, mas isso não me acalmava, eu estava na presença de um desconhecido em um local desconhecido, tudo conspirava para os pior final possível.
—Se você não comer vai esfriar. —Alertou o homem pegando uma das xícaras e trazendo para o meu colo.
—Me desculpe. —Falei puxando o braço do desconhecido e colocando a faca em seu pescoço, com esse movimento brusco a xícara caiu se estilhaçando em cacos e espalhando todo o conteúdo no tapete. —Mas não aceito nada de estranhos.
O sorriso nos lábios dele aumentou.
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Oi gente linda 😆😆😆
Espero que estejam gostando sei que é o segundo capítulo e é muito cedo para formar uma opinião mas espero estejam gostando mesmo.
Acabei me decidindo em postar somente na quarta e no domingo.
Então fiquem ligados para o próximo capítulo. ☺️
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A Aprendiz do Mago
FantastikSe você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o wattpad, provavelmente está correndo o risco um ataque virtual (malware e vírus) Se você deseja ler esta história em seu formulário original e seguro, te convido a acess...