A Aprendiz do Mago

Capítulo 37

Segui a rainha por alguns corredores e escadas até chegarmos a uma das entradas do jardins do palácio, acreditei que ficaríamos por lá mas ela não diminuiu o passo. Foi até complicado de acompanha-la pois eu não conseguia entender aonde íamos, passamos pela árvore começando a dar sinais de recuperação graças a limpeza das águas que a cercam.

-Pode me dizer a onde estamos indo? -Perguntei mas a rainha não se incomodou em me responder, soltei um suspiro longo e pesaroso. Então ela parou subitamente e levantou a mão em uma ordem silenciosa para que eu fizesse o mesmo, minha cara se fechou. Estava ficando com raiva de todo esse silêncio e essa brincadeira de siga o mestre.

-Chame pelos serviços dele, ele vai ser útil para nós. -Ordenou Vesya, encarei-a sem entender. "Pelos serviços dele" quem ela quer que eu chame?

Foi então que por entre os arbusto pude ouvir uma música sendo tocada por um assobio baixo e cansado. Virei em direção a vegetação e vi o corpo exausto de Rusthen caminhando em direção ao palácio carregando alguns papéis, ela só pode estar brincando que eu teria que atrapalhar ele. A fada estava pálida com os ombros caídos, parecia que não tinha dormido a noite inteira e agora eu prolongaria a sua espera de ir descansar.

O olhar exigente da rainha transmitiu a sua vontade, respirei fundo e entrei no caminho do soldado.

-Olá Rusthen, está ocupado? -Perguntei levantando a mão em um comprimento, o soldado sorriu e tirou um pouco os olhos dos papéis que segurava se concentrando completamente em mim.

-De forma nenhuma Mia, precisa de alguma coisa? -Ele tentou apagar qualquer resquício de cansaço em sua postura e em no seu tom de voz, demonstrando atenção.

-Preciso que venha comigo. -Pedi já voltando a caminhar atrás de Vesya que não me esperou quando eu chamava o soldado para me acompanhar, vi Rusthen me seguindo com uma expressão confusa no rosto mas sem questionar.

Depois de uma caminhada rápida chegamos nos limites dos jardins do palácio que acabava em uma estrada de terra estreita e afastada da cidade, Vesya estava parada no meio da estrada elevando a sua mão e apontado para o começo da estrada. Segui, pelo olhar, até onde ela indicava mas não havia nada ali.

-O que você quer me mostrar!? -Perguntei liberando toda a minha raiva naquela pergunta, não me importei de Rusthen estar atrás de mim e me olhar como uma louca encarando o nada. Vesya apenas sussurrou um "Está na hora de salva-la."

Nesse momento uma carroça trazendo duas celas surgiu sendo guiada por dois guardas do rei. O som do trote dos cavalos se misturavam com gemidos de dor e gritos desesperados. A carroça parou alguns metros antes de chegar em nós e os soldados desceram do condutor nos saudando.

-De quem estão nessa carroça? E para onde estão levando-os? -Perguntei sentindo a minha espinha virar um cubo de gelo com os gritos e gemidos terem intensificado agora sem o barulho dos cavalos.

-São as testemunhas e cúmplices de Eden, recebemos ordens de Zux e do rei para leva-las para as masmorras para cumprirem suas penas reduzidas por terem ajudado a solucionar o caso. -Respondeu os soldados.

-Isso é impossível eu acabei de sair de uma reunião com o rei que assinara que essas pessoas foram perdoadas e soltas. Eu ia a procura de Zux para mostrar os papéis. -Disse Rusthen abrindo as folhas e mostrando-as para os soldados que liam tudo aquilo com uma expressão confusa nos rostos. De fato aqueles papéis eram originais por conterem a assinatura do rei das fadas e um carimbo do selo real.

-Mas senhor nos recebemos isso aqui... -Questionou o guarda mostrando um outro papel que estava escrito claramente as instruções de levar essas fadas para a masmorra e cada pena que elas iriam cumprir para que o carcere ficasse informado de quanto tempo se passara da pena. A assinatura do rei e o selo real também estavam lá.