O lobo e o jantar

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Depois desse lamentável acontecimento só me restava aguardar os efeitos daquela ocasião, mas eu não me perdoava. Dia a após dia, me castigava em culpa pelo o que fiz, não por ter faltado ao respeito com Isabelle, por mim eu a teria corrompido mesmo contra a vontade ali mesmo, mas eu queria tirar ela aos poucos de sua família, queria lhe mudar a cabeça, queria lhe tirar aos poucos e dolorosamente do noivo, me tornando o único que a entende, o único que a faz se sentir feliz, o centro do mundo dela. E posso ter posto tudo a perder por um momento que me faltou a razão.

Aguardei por toda aquela semana até chegar a próxima quarta-feira, e sem surpresa alguma Isabelle não veio e nem mandou nenhum bilhete. Entrei porta a dentro de meu escritório e vou derrubando tudo que me vinha na frente.

- Burro! Animal estúpido!

Olhei para o grande quadro de Annora e me veio lágrimas aos olhos, um misto de vergonha, saudade e raiva.

- Malditas mulheres! Mundo maldito! Maldito Deus! Por nos fazer tão fracos! Inferno!

Alguém bate á porta.

- Eu não quero ser interrompido!

- Sou eu, Thomas! Adrien abra essa porta homem! O que está havendo?

Abro a porta já me virando de costas pela vergonha de me encontrar descontrolado. Thomas entra em silêncio e fecha a porta atrás de nós.

- Tua mão Adrien.

Olho para minha mão esquerda e ela estava completamente molhada e pingando a sangue. Vou até a pequena mesa que ficava disposta as bebidas e pego a garrafa de brandy, abri a garrafa e joguei o líquido sobre o corte que me ardeu como se tivesse sendo cortando pela segunda vez o mesmo lugar, não reclamei, havia um grosso caco de vidro, o arranco com a ponta dos dentes com certo cuidado e depois uso o lenço que carrego na casaca, para estancar o corte, que em si não era fundo, mas foi largo. Thomas estava sentado a me olhar com cautela, também me sentei, mas ao braço do sofá, ainda arfando de raiva.

- Queres me dizer o que houve?

- Sinceramente não.

- Não estás bem amigo, juro que tentarei ajudar no que puder e não vou te julgar.

Fico ponderando se contar a ele me ajudaria em algo, ou nesta carga de raiva e emoção poderia acabar falando mais do que devia.

- Acabei passando dos limites com Isabelle.

- Ai meu santo Deus!

- Dissestes que não me julgaria Thom.

- Mas eu não estou julgando, apenas exclamei aos céus o meu espanto. Então, o que isso tem haver com essa situação de destruição que estou vendo agora?

- Estávamos nos dando tão bem, toda vez que passávamos o dia juntos era tudo tão tranquilo, eu não sei o que me deu, estraguei tudo.

- Um momento. Ela estava a vir aqui passar o dia contigo?

Pardon - Obra finalizada em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora