Capítulo 14: O Amanhã É Uma Dádiva De Deus Para Nós!

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Por volta das dez da manhã Luíza me enviou uma mensagem. Já seria de se esperar sua teimosia, haja visto que eu tinha meio que deixado-a confusa na noite anterior. O nosso domingo repleto de emoções.

Você é tão estranho. Mas gosto de você mesmo assim. Bom dia, Idoso. 10h13

Abri a porta da sala e fui em direção ao balanço - com as mesmas correntes enferrujadas de sempre. Notei que eu não usava uma roupa tão elegante assim. Apenas uma bermuda surrada e uma camiseta com estampas verdes. Esquecera de pentear meus cabelos. Mas isso tudo era o de menos.

Sonhou comigo? 10h15

Vi o "Digitando..." e esperei, já sentado. Olhei ao redor da área e vi o carro cujo Artur batera dias antes. Já estava consertado, graças a Deus. Logo lembrei que não o via desde o incidente. E que sequer ouvi algum barulho vindo de seu quarto.

Eu não sabia o que iria acontecer. Provavelmente meu pai o mandaria de volta para São Paulo no primeiro voo possível. Mas isso poderia acarretar a minha iminente volta para casa. E eu não queria me despedir da minha garota. Eu a levaria comigo. Ou ficaria com ela, custasse o que custasse. Eu sempre odiava as despedidas que culminavam em minha vida.

Lembrei que estava esperando por sua resposta.

Não sonhei com ninguém. Quando cheguei em casa fiquei assistindo com minha família e depois fui dar comida ao Percy. Então um rapaz de dezenove anos me enviou uma mensagem que me deixou feliz e preocupada ao mesmo tempo. 10h17

Desculpa a demora, estou um pouco distraído. Peço desculpas por ter deixado você preocupada. 10h20

Está tudo bem. Olha, não te respondi logo porque estava ajudando meus pais. Vou dar uma passada . Eu posso? 10h20

Claro que pode. Estou à sua espera. 10h21

Decidi esperá-la sentado no balanço.

*

Não demorou mais do que trinta minutos para que Luíza chegasse. Autorizei a sua entrada e ela abriu o portão e logo me viu, sentado no balanço. Usava um short jeans e uma blusa roxa com uma folha estampada no meio. Achei irado! Seus cabelos estavam soltos e suas sardas brilhavam - como de costume - e parecia que não nos víamos há dias. Sendo que não fazia nem vinte e quatro horas. A tiara continuava consigo.

Veio até mim e me beijou. Foi estranho. Quer dizer, eu sabia que estávamos namorando, mas ainda não estava acostumado ao típico beijo "do encontro", que é quando os namorados se veem e se cumprimentam com beijos. Mas eu sabia que seria apenas questão de tempo até, toda vez que encontrá-la, beijar seu pescoço.

- Posso? - perguntou, apontando para o meu colo.

Eu sabia que iríamos correr o risco de cairmos caso ela sentasse em meu colo, pois as correntes estavam mais enferrujadas que o ferro propriamente dito. Então, pedi para que ela sentasse em meu lugar e contei que gostaria de empurrá-la um pouco.

Infinitos São Os Nossos AtosOnde histórias criam vida. Descubra agora