Capítulo 18: Pensamentos, Medos, Infinitos E Uma Decisão

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O dia demorou para amanhecer. Tecnicamente, fui eu quem demorou a pegar no sono. Toda vez que fechava os olhos eu tentava não pensar em nada, mas não adiantava, já que, quanto mais eu tentava não pensar em nada, estava pensando em algo do mesmo jeito. Dã! Meu nariz ficou vermelho como um tomate e eu perdi as contas de quantos lenços de papel eu usei. Foram espirros incontáveis. Um após o outro. Sem contar na febre que fez meus olhos ficarem lacrimejados. Uma ótima maneira de aproveitar a viagem.

Virava para um lado; virava para o outro. Minha mãe pedira para que eu não me cobrisse com o cobertor, porque assim eu sentiria frio e faria com que a febre sumisse - o que não aconteceu, pelo menos durante a noite - e obedeci. Quando eu já estava cansado de tanto falhar em pegar no sono, enviei uma mensagem para ela, mas eu sabia que Luíza estaria dormindo.

Não consigo dormir. horrível aqui. Demoro segundos para pressionar cada tecla. Mas fico feliz em saber que vou te ver. Espero que esteja dormindo como uma pedra. <3 01h34

Tentei assistir algum vídeo, mas nem mesmo com o brilho do visor reduzido eu fui capaz. Então fechei meus olhos e esperei o sono chegar. Não sei quando chegou, mas sei que, quando acordei, horas depois, não sentia mais febre, mas meu nariz continuava vermelho. E quanto aos meus olhos, possuíam olheiras. Eu havia me tornado um dos zumbis de The Walk In Dead.

Levantei da cama e vi 09h54 am no visor. Acordei tarde pra cacete, mas eu não poderia me culpar. Então eu entrei no banheiro e tomei um banho de cabeça. A água estava tão fria quanto gelo. Não demorei mais que cinco minutos no banho. Após enxugar meu corpo, escovei os dentes, me troquei, penteei os cabelos e passei um perfumezinho no corpo. Pus alguns lenços no bolso direito da minha bermuda jeans e calcei as minhas sandálias. Já passava de 10h15 da manhã.

Desci as escadas e fui em direção à cozinha. Lá, vi Luíza sentada à mesa com os meus pais e não acreditei quando a vi ali. Até esfreguei os olhos para ver se era uma miragem.

- Bom dia! - minha mãe sorriu ao me ver parado de frente para eles.

Luíza olhou para mim e sorriu também. O sorriso que eu amava mais do que qualquer outra coisa na minha vida. Aquele sorriso era tão lindo. Os dentes brancos. As sardas decorando os cantos próximos. O sorriso que era capaz de me deixar louco sempre que o via.

Caminhei até eles e beijei a bochecha da minha mãe. Meu pai tocou meu ombro. Ele estava arrumado, de calça e tudo. Eu ainda não sabia para onde ele estava indo.

- Luíza chegou faz pouco tempo. Eu e sua mãe não queríamos acordar você, então ficamos nós três aqui na cozinha, conversando.

Ele não dissera, mas eu sabia que estavam falando sobre mim.

- Bem, é melhor deixarmos vocês dois a sós - minha mãe levantou-se e ajeitou algumas pontas dos meus cabelos. - Você ainda não sabe penteá-los tão bem assim - e riu, saindo com meu pai, que também rira.

Fiquei feliz ao vê-los tão animados. Após todas as confusões envolvendo meu irmão, meus pais não estavam muito bem há dias. E vê-los assim meio que fez com que eu me sentisse melhor também.

- Bom dia, dorminhoco - Luiza levantou-se rapidamente e beijou minha bochecha, fazendo cócegas. - Tá cheiroso, hein?!

Eu ri. E também funguei.

- Tenho que estar sempre, né? Nunca se sabe o dia em que você vai acordar e dar de cara com a sua namorada na cozinha da casa onde você e sua família estão passando as férias - ironizei.

Infinitos São Os Nossos AtosOnde histórias criam vida. Descubra agora