Capítulo 30

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LARA NARRANDO

Vitor: - Morena, acorda - ouvia uma vez bem longe - Acorda, morena- ele insistia, beijava meu pescoço e acariciava minha barriga por cima da roupa.

Lara: - O que foi? - falei ainda meio que dormindo.

Vitor: - Tá na hora de acordar, vamos na praia curtir um pouco- ele falava bem pertinho da minha orelha me fazendo despertar.

Lara: - Tá muito cedo- falei abrindo os olhos, ele estava com seu queixo apoiado em meu ombro enquanto me abraçava por trás fazendo uma conchinha.

Vitor: - Já são 8h30m, você dorme demais - encostou sua boca em meu pescoço depositando varios beijinhos- Minha preguiçosa - assim que ele terminou de falar, meu celular tocou, procurei ele debaixo das cobertas, quando achei vi que era minha mãe, fiz sinal de silêncio pra ele não falar e atendi.

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Lara: - Oi mãe.

Selma: - Bom dia minha filha- falou carinhosamente.

Lara: - Bom dia meu amor- respondi corajosamente.

Selma:- Você estava dormindo ainda?

Lara: - Acordei a pouco tempo, ninguém me deixa dormir- falei fazendo uma careta pro Vitor.

Selma: - Ninguém? Está com o Felipe ai? - perguntou desconfiada.

Lara: - Não mãe, as meninas, to falando das meninas - Vitor balançava a cabeça negativamente.

Selma: - Próximo sábado eu vou para Rio, vou passar uns dias aí pra resolver umas coisas.

Lara: - Tá certo, papai vem ou só a senhora?

Selma: - Vou só. Só liguei pra avisar. Cuidado na sua vida e quando chegar em casa me avise. Amo você.

Lara: - Tá certo mãe, também te amo - desligamos, em seguida sentei na cama.

Vitor: - O que foi? - me puxou fazendo com que eu deitasse novamente.

Lara: - Nada, ela só disse que viria passar uns dias aqui - segurei seu rosto, selei rapidamente- Deixa eu levantar, falei sentando e levantando em seguida - Que horas vamos embora?- falei puxando a mala e colocando em cima da cama.

Vitor: - 14hrs, mais ou menos.

Organizei minhas coisas que estavam espalhadas pelo quarto, separei uma roupa pra vestir e fui tomar banho.

VITOR NARRANDO

Enquanto a Lara tomava banho resolvi ir pra cobertura. Alguns dos meninos estavam lá, ficamos conversando, resenhando.

Guilherme : - Ei Vitor, vamos trocar uma ideia - nos afastamos um pouco do resto do pessoal.

Vitor: - Fala ae.

Guilherme: - A Madu veio falar comigo, perguntando se você estava com alguém aqui.

Vitor: - E o que você falou?

Guilherme: - Disse que eu não sabia, ela não acreditou... Você conhece ela e sabe que ela não vai parar enquanto não descobrir - falou balançando a cabeça- E como quase todo mundo já está sabendo.

Vitor: - Vou conversar com ela, valeu por não ter falado nada - nos cumprimentamos e voltamos pra perto do pessoal.

André: - Ei galera, vai ter o aniversário da Alice hoje lá no barroco. Bora colar ?

Rafael: - Tô dentro - falou animado.

Guilherme: - Tenho que ir pra boate hoje, pra mim não rola.

Gustavo: - To muito afim não, se mais tarde eu instigar a gente se bate por lá.

Vitor: - Também não tô afim.

André: - Você é um soldado morto, não serve mais pra nada - falou zoando.

Vitor: - Vai se fuder André, eu to de boa - falei rindo.

Rafael: - Você tá é apaixonado, admita.

André: - Vamos jogar o homem morto no mar - uns me pegaram pelos meus braços, outros pelos meus pés, ficaram me balançando enquanto gritavam “Homem morto no mar, homem morto no mar” e me jogaram na piscina.

Vitor: - Seu viadinhos filhos da puta - eles se jogaram na piscina junto comigo, ficamos um bom tempo por lá só zoando mesmo.

Almoçamos e depois pegamos a estrada de volta pro Rio. A viajem foi rápida, apesar de estar super cansado, notei a morena meio distraída, mas deve ser cansaço.

Vitor: - Morena, você vai lá pra casa? - pus minha mão em cima da sua perna e a acariciei.

Lara: - Não, vou pra casa - ela pos sua mão por cima da minha.

Vitor: - Por que?

Lara: - Quero resolver umas coisas, mas tarde falo com você. Tá certo?

Vitor: - Tá bom - seguimos pra sua casa, ajudei a tirar a mala, nos despedimos e fui pra casa.

FELIPE NARRANDO

 
Caralho que ressaca, acordei com o som da campainha buzinando em meu ouvido, ainda sonolento olhei a hora, passava das 18h, levantei me arrastando até a sala e a campainha não parava de tocar. Ao abrir a porta me deparo com a Lara, meu coração gelou, ela me olhou e entrou porta adentro sem falar nada.

Felipe: - Veio fazer o que aqui? - fechei a porta, me virei em direção a ela mas não dei nenhum passo, só a observava.

Lara: - Queria conversar - falou sem jeito, passava as mãos em seu cabelo, estava nervosa e não me olhava nos olhos.

Felipe: - Não sei mais o que temos pra falar Lara - falei indo até o sofá, esperei ela passar na minha frente, sentou e eu sentei em seguida.

Lara: - Por favor, deixa só eu te explicar como isso aconeceu - ela falava mexendo nas mãos - Eu nunca tive nada com o Vitor, eu nunca trai você com ninguém, eu queria tanto que você acreditasse em mim- me olhava fixamente e pôs sua mão sobre minha perna, minha garganta deu um nó.

Felipe: - Por que tanta questão em me convencer disso Lara? Independentemente de você tá com ele depois que a gente acabou ou não - naquele exato momento voltei no tempo e vi se passa tudo novamente, meu coração apertou e subiu um ódio dentro de mim- Você sempre sentiu algo por ele, sempre, você não consegue enxergar isso? Eu me sinto um babaca- falei com a voz mais alterada.

Lara: - Não Felipe, você acha que eu fingi um sentimento por você esse tempo todo que ficamos juntos? Claro que não po, só que as coisas começaram a desandar entre a gente, não foi nada planejado - ela balançava a cabeça negativamente.

Felipe: - Desandou? Desandou e do nada você se apaixonou pelo seu melhor amigo? Porque é nítido sua paixão por ele, logo ele que você jurava que era implicância minha, que nunca ia rolar nada, que você me amava e queria construir uma vida comigo - eu estava com um ódio tão grande dentro de mim, era um rancor, decepção - E sabe o que é pior, eu acredito que você não me traiu, eu sei, mas eu sempre estive certo, ele sempre te cercou, dava um de amiguinho e na primeira oportunidade pronto. Só você que não ver isso.

Lara: - Mas eu te amei, eu ainda amo você, mas é de uma maneira diferente – a cada palavra dela parecia uma facada dentro do meu peito, eu realmente estava na merda por conta dessa mulher -  Só queria que tentássemos ser amigos - gargalhei e a interrompi.

Felipe: - Amigos? Cara, você é muito inacreditável. Eu amo você e não posso ser seu amigo, eu amo você como mulher e não dessa maneira diferente que você diz me amar, me ama diferente agora ? –  falava debochado - Que piada, isso é uma piada. Não existe esse amor diferente não, ah você deve estar querendo dizer que agora me ama como amigo –  falava balançando a cabeça negativamente – Não posso ser seu amigo, nem hoje nem nunca, não quero te ver com aquele cara que minha vontade é de quebrar a cara dele, quero você o mais longe de mim possível, sacas? – falei indignado.

Lara: - Espero que um dia seja possível - ela falou com os olhos nadando em água, meu coração estava tão apertado que parecia que eu ia enfartar da dor que eu estava sentindo.

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