1/35. That's not how we react on dangerous situations: Part 3.

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Part 3

Tentei de todas as maneiras ignorar as chamadas de Jungkook e o tanto de mensagens que ele estava me mandando naquele momento. Provavelmente ele iria ficar bravo e talvez brigar comigo, ou então ficar extremamente preocupado; mas o fato era que eu não estava ligando para isso, pelo contrário, eu não estava nem aí. Ter visto aquele menino chorando me deixou abalado, era de mim ajudar as pessoas, mesmo se eu conhecesse ou não, eu não conseguia ver ninguém triste e não trazer nenhum conforto... talvez esse fosse o meu defeito.

Já cansado e totalmente exausto daquilo eu peguei meu celular de meu bolso e desliguei o mesmo, nem parando para contar a quantidade de mensagens ou então ligações, espero que Jungkook entenda o meu ponto e não fique chateado por isso.

Respirei fundo parando na frente da porta e sacudi minha cabeça espantando qualquer pensamento de desistência dali; eu precisava o ajudar, eu vi o modo com que aquele menino, ou melhor Taehyung, o tratou, e se eu fiquei desconfortável apenas ouvindo imagina ele que vivia aquela situação diariamente — pelo menos era o que eu achava.

Abri a porta calmamente e suspirei vendo que o menino estava sentado em uma cadeira com os cotovelos apoiados no joelhos e as mãos cobrindo o rosto. Rapidamente adquiri uma expressão triste e caridosa e aos poucos fui me aproximando dele. Respirei fundo e travei; e se ele não quisesse ajuda? e se ele quisesse ficar quieto e apenas chorar? às vezes eu não queria companhia em momento como aquele, mesmo que eu nunca tenha passado por uma situação parecida.

Tem vezes que nós apenas queremos ficar sozinhos, quietos, e sem distração alguma. Chorar em paz e pensar em paz também.

Um sentimento de culpa por estar invadindo o seu espaço tomou conta do meu corpo e, quando eu estava pensando em sair do quarto, ele se levantou e se virou em minha direção. Seus olhos vermelhos e aguados e expressão triste deram de encontro com meus olhos e eu engoli a seco totalmente nervoso caso ele fosse brigar comigo, mas isso não aconteceu, ele não teve reação alguma quando me viu ali... parecia até que ele já estava me esperando.

— O que você está fazendo aqui? — disse de modo calmo e com a voz tremida. Suspirei não sabendo de fato o que falar, eu não gosto de mentiras , mas eu não poderia dizer que estava escutando sua conversa com seu namorado (?)

— E-eu estava saindo pra pegar um ar quando vi que você entrou no quarto chorando. Você está bem? — ok, aquilo não era uma mentira, mas nem uma verdade absoluta, mas aparentemente funcionou.

— Eu pareço estar bem? — ele não disse de modo rude nem nada, mas de maneira óbvia, apontando para seus olhos.

— Não. — disse acanhado e culpado por estar ali.

— É porque eu não estou.

Suspirei concordando e abaixei minha cabeça totalmente envergonhado. O que eu diria a seguir? Normalmente as pessoas apenas falavam os problemas e eu tentava ajudar, mas naquele momento nem ele nem eu sabíamos como dar início aquela conversa, e eu conseguia perceber que ele queria a minha ajuda, que ele queria conversar; apenas pelo modo em que brincava com os anéis de seus dedos.

— Me desculpe. — disse de repente e me assustando, fazendo com que eu levantasse meus olhos rapidamente em sua direção.

— Pelo o que?

— Não sei. — suspirou. — Aparentemente você está aqui pra me ajudar, e acho que suei um pouco rude com você, juro que não foi minha atenção, mas... não fomos apresentados corretamente. — disse por fim.

— Não fomos. — falei mordendo meus lábios. — Você quer sentar? — apontei para a varanda onde tinha duas cadeiras, seria melhor conversar ali, vinha um vento confortante dela.

ROOM 316 • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora