O amor é doce?

Capítulo 15

O dia foi se arrastando na velocidade máxima de uma lesma, eu estava sem ânimo nenhum, porém eu já tinha combinado com os meninos para eles dormirem lá em casa e eu não era de quebrar minhas promessas. Então assim que a aula terminou, eu peguei minhas coisas e encontrei com eles no local combinado, resolvemos passar pelo parque porque além de mais rápido, a vista era muito bonita.

— Uau garota, sua casa é linda. --- Alexy disse animado e me abraçando pelos ombros.

— Não é bem a minha casa. Moro com a minha tia.

— Ah, mas é bonito do mesmo jeito.

— É, nisso eu tenho que concordar.

— Ei! Você tem X-BOX 360! --- Armin exclamou todo empolgado e correndo para ver o aparelho.

— É claro que eu tenho, esqueceu disso Armin?

— Vamos jogar de novo!

— Esqueceu de como é perder para mim?

— Vamos jogar Street Fighter agora!

— Ok. Mas se prepare para perder de novo!

— Ah não, dois de vocês eu não aguento! Eu pensei que íamos fazer coisas mais interessantes.

— Em que estava pensando Alexy? --- perguntei sem mesmo olhar pra ele porque estava com toda a atenção no jogo.

— Não sei. Compras talvez, falar sobre garotos ou algo assim. --- ele disse malicioso.

— Eca! --- Armin reclamou do rumo da conversa e eu ri do jeito dele.

— Não tenho muito que falar sobre garotos.

— Você já namorou antes?

— É claro que eu já namorei, Alexy.--- revirei os olhos e me distraí um pouco, quase que o moreno me acerta um golpe forte --- Aha, isso não vale, Armin. Quase foi golpe baixo.

— No amor e na guerra vale tudo.

— Ui que filósofo. --- comentei maliciosa e o cutuquei com o ombro, ele deu uma pequena risada que logo se tornou num bico emburrado quando ganhei a partida --- Uhul eu ganhei de novo!

— Ei volta a sua atenção pra mim, gata!

— O que quer saber Alexy?

— Não tem nenhum gato no Brasil te esperando?

— Er... Não.

— E aqui? Achou algum gatinho na escola?

— São todos muito bonitos, Alexy.

— Até eu? --- Armin perguntou surpreso e sorri para ele.

— Sim, até você Armin. E por que não seria? Você é lindo.

— Obrigado. --- ele ficou meio sem jeito e dei um selinho demorado nos lábios dele.

Acho que todos ficaram sem reação e eu não sei por que fiz aquilo, carência talvez. Vontade. Eu não sabia dizer ao seu certo, no entanto eu não havia mentido, o Armin era um gatinho, então dei um selinho. Selinho esse que foi se aprofundando em um beijo intenso enquanto ele apertava minha cintura e eu o abraçava pelo pescoço.

Quando nos afastamos, o Alexy tinha saído da cozinha e sumido pela casa, o beijo foi muito bom, mas ficamos muito tímidos depois com a situação. Antes que eu pudesse pensar em falar alguma coisa, o Alexy saiu do banheiro e nos olhou com uma cara maliciosa.

— Foi muito bom. --- Armin cortou o silêncio e todos estavam sem jeito.

— Foi sim, só que... Estranho.

— É nisso que eu pensei.

— Como assim? --- o azulado perguntou sem entender e dei de ombros.

— Tipo... Apesar de o beijo ser muito bom, acho melhor sermos só amigos mesmo.

—- Isso mesmo, eu não tenho nenhum interesse amoroso nela.

— Ei! --- reclamei dando um tapa no braço dele e eles riram de mim --- Então meninos, subindo as escadas no final do corredor tem um quarto de hóspedes, vocês podem dormir lá. Eu poderia cozinhar, mas to com preguiça, então vou pedir alguma coisa ok?

— Claro. --- Alexy sorriu e me beijou na testa --- Vamos tomar um banho para refrescar. Por que não pede algo especial?

— Vou pedir macarronada italiana, hum eu já estou até com água na boca. --- comentei rindo e pedindo a comida que logo chegaria.

Realmente eu e o Armin não passávamos de amigos, eu não planejava realmente beijá-lo só que de uma forma parece que isso redefiniu limites e fortaleceu realmente a nossa amizade, não que eu tivesse o costume de beijar amigos é só que... Ah eu não vou ficar esquentando minha cabeça com isso não!

[...]

Então jantamos e olha que a comida estava ótima! Conversei um pouco com o Alexy sobre moda e garotos e combinamos de fazer comprar na próxima semana, joguei um pouco com o Armin, fiz meus deveres do dia e estudei um pouco antes de tentar dormir. Isso... A palavra chave é tentar, porque eu só rolava na cama inquieta.

Peguei minha agenda de poemas e comecei a escrever umas coisas aleatórias, saiam frases melancólicas, românticas, impacientes. Eu realmente eu não sabia de onde vinha a inspiração, só que quando eu escrevia minha inquietação passava, era quase como se vozes me dissessem o que quisessem e encontrassem a paz quando eu passava as idéias para o papel.

Por fim consegui ficar mais calma e dormir, eu tinha esses surtos de inspiração madrugadores que me deixavam cansada às vezes, então assim que acordei mais cedo que de costume, tomei um banho bem demorado e relaxante na água quentinha. Fiz uma maquiagem suave, mas perfeita, coloquei um vestidinho mais solto e anckleboot preta com detalhes em prata, deixei meus cabelos soltos, peguei os matérias e fui fazer café da manhã para os meninos.

Eu realmente devia chamar mais eles para ficar comigo, era uma festa! Eles implicavam às vezes por coisas bobas e era divertido de ver, isso até eles quase me matarem em pleno café da manhã, então resolvi colocar ordem naquela bagunça e irmos para a escola. Sabe aquela sensação de que coisa boa não vai acontecer? Foi o que eu senti.

E começamos o dia sabendo que tínhamos que bolar um jeito para ter dinheiro para a escola, eu dei a ideia de um show de música, depois de conseguir a ajuda dos alunos eu convenci a diretora de que podíamos cuidar de tudo.