Capítulo 5

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Meu celular despertou fazendo com que eu acordasse meio zumbi e grogue de sono

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Meu celular despertou fazendo com que eu acordasse meio zumbi e grogue de sono. Não, eu não quero ir para a escola hoje. Sabe quando você dorme, mas seu corpo ainda continua cansado? Fui literalmente me arrastando até o banheiro para tomar um banho relaxante, aproveitei pra já escovar meus dentes, penteei o cabelo e resolvi deixar ele solto mesmo.

Oh preguiça do cão! Durante o café, eu havia falado um pouco com a minha mãe que já estava me cobrando novidades das escolas e possíveis amigos que eu tinha feito, comentei sobre o passeio com ela, não entrando muito em detalhes, é claro. Tia Agatha correu para me levar para a escola porque ela estava atrasada para o trabalho, mal saí do carro e a doida já estava correndo para não demorar demais.

Ainda não havia gravado todos os meus horários então eu estava com eles anotados no papel e percebi que minha primeira aula era na sala B, ainda bem que eu adorava português senão eu realmente estaria perdida ali, sem falar que era minha língua natal. A professora baixinha e com voz calma era brasileira e adorou saber que tinha mais uma conterrânea ali, como eu havia comentado a Sweet Amoris era uma escola diferenciada.

Lá eles não estudavam obrigatoriamente apenas o francês e inglês, o português também passou a ser obrigatório esse ano, ironicamente bem quando eu entrei para a escola. Havia vários clubes. Jardinagem, artesanato, música, basquete e mais um monte. Ainda bem que eu havia feito uma boa pesquisa antes de entrar aqui.

A aula foi calma e às vezes eu a professora conversávamos em português, ela pediu para escrevermos um poema em português e depois recitá-lo na frente de todos, ela não queria que copiássemos de um lugar para não correr o risco dos alunos irem atrás do tradutor na internet, ela queria testar os conhecimentos e a capacidade de cada um. Só tinha pena de quem não havia estudado nada.

— E para quando é esse trabalho? --- Ambre perguntou meio irritada e revirei os olhos para ela, por que essa garota tinha que me perturbar na primeira aula do dia?!

— No máximo amanhã. Já podem começar agora mesmo.

— Mas isso é um absurdo, professora!

— Quem realmente prestou atenção na aula não tem com o que se preocupar senhorita Ambre. --- depois dessa ela ficou calada e tentei segurar o riso.

Estava começando a escrever algumas idéias quando senti alguém sentar do meu lado e me arrepiei toda, droga! Eu odiava quando isso acontecia, olhei para o lado e o Castiel me olhava malicioso, enquanto o Lysandre que estava atrás de mim, mas na fila ao lado, reprovava o amigo com o olhar.

— E então Roxxy, já sabe o que vai escrever?

— Não faço ideia Castiel, só estou tentando anotar coisas aleatórias para poder escrever depois.

— Não sou bom em escrever poesias e essas coisas, isso tudo é só com o Lysandre. Gosto mais de interagir com a melodia.

— Gostei de você comparar esse dever com uma música. --- sorri para ele que ficou meio sem jeito e estranhamente fofo --- Por que não faz que nem eu? Vai anotando coisas aleatórias que depois as coisas vão fluindo com mais clareza.

— Sua língua é muito complicada.

— Ah que isso Cas, nem é tão difícil assim. Sei que tem regras chatas, no entanto você sabia que muitos brasileiros acham o francês a língua mais difícil de aprender depois do latim e seguida do mandarim?

— Como sabe essas coisas? --- ele estava surpreso e eu ri da cara que ele fez.

— Não parece, mas eu gosto muito de pesquisar as coisas e estar sempre pronta para as possíveis surpresas da vida, então se eu quero mais conhecimento de alguma coisa, eu vou atrás.

— Me ajuda com algumas coisas do texto? --- confesso que fiquei surpresa com o pedido dele.

— Mas é claro que eu ajudo, bocó. --- ele me olhou sem entender porque a última palavra eu falei em português, a professora me olhou com uma sobrancelha erguida e dei de ombros.

— O que você disse aí?

— Nada demais, Castiel. Relaxa. --- me virei um pouco para ver o albino e ele estava quieto demais --- O que foi Lysandre? Precisa de ajuda também?

— Não obrigado.

— Oxi, eu fiz algo de errado? --- sussurrei para o Cas com medo de ter perturbado o Lysandre de algum modo.

— Nada. --- o ruivo bufou baixo e bagunçou meus cabelos --- Ele só não gosta que leiam as coisas dele, principalmente antes de estarem prontas.

— Ah sim entendi. Então me fala mais ou menos do que você gostaria de ter no seu texto.

Conversamos mais um pouco e discutimos ideias, acabou que eu ajudei o Castiel, Lysandre e mais alguns que tinham dúvidas suaves e voltei a concentrar minha atenção no texto, estava meio travada para escrever por mais que essa fosse minha paixão, eu me sentia uma tela vazia.

— Professora? --- perguntei meio tímida em português.

— Sim?

— Eu realmente estou travada e sem condições agora, tem como eu escrever um poema que sei de cor de A Marca de Uma Lágrima?

— Você realmente gosta dessa história não? --- ela sorriu para mim e eu retribuí o sorriso, todos nos olhavam confusos, porque nem todos sabiam o português muito bem.

— Bom, foi por basicamente Cyrano de Bergerac que eu tenho esse nome e bem... Esse livro é a versão mais perfeita que li, além de ser brasileira, é uma garota que conta a história.

— Certo. Esse foi um bom argumento. Faça assim, terá que apresentar o texto para mim depois, o escrito por você e agora fale para todos aqui na frente o poema em português e depois traduza para eles.

— Ai professora. --- resmunguei meio incomodada e ela riu, mas o trabalho valia uma boa quantidade de pontos --- Certo, hã... Vou só me preparar aqui.

— Certo pessoal, a Roxanne vai recitar um poema brasileiro aqui na frente e depois traduzirá para vocês. É bem bonito, então sugiro que prestem atenção tanto no poema quanto na pronúncia.

Caramba se a professora queria me matar de vergonha, ela conseguiu! Fui lá para frente meio tímida e ouvi a risadinha da Ambre e suas amigas, os únicos que eu conhecia ali eram aquelas pestes, o Castiel e o Lysandre e os dois pareciam me dar um apoio mudo, o que me acalmou um pouco.

[...] No meu seio serás meu

Para o uso que eu quiser,

Nos teus braços me abandono,

Ao teu lado sou mulher.

O amor é doce?Onde histórias criam vida. Descubra agora