Parágrafo: 19 Os Mortos Sempre Voltam.

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#KLAUS

Retirei duas notas de cem reais e joguem em cima da mesa, o vereador me olhou indignando, mas não me importei e sai do restaurante, já passava das três da tarde e o sol estava de matar. Assim que parei em frente ao ponto de taxe, alguém toca o meu ombro e me viro apressado, por um momento achei que fosse um assalto, e quem dera que fosse, pois assim, eles levavam o meu celular, dinheiro e me deixavam em paz, mas não, era pior, a Convenção Nacional dos Parentes Mortos resolveu aparecer em peso desta vez, sim, minha "mãe" estava atrás de mim, ela sorriu e eu fechei a cara na hora.

Olhando bem, ao seu lado estavam uma senhora de aproximadamente uns sessenta e poucos anos bem vestida, do outro lado, um senhor uns cinco ou sete anos mais velho, também bem vestido. Eles tinham um sorriso largo no rosto, mas não posso dizer o mesmo de mim, não depois deste encontro com o vereador e ainda assim, ela era a última pessoa que eu queria ver hoje.

= O que você quer desta vez, Suzana? - Indaguei seco, demonstrando que eu não estou com humor para lidar com ela hoje.

= Eu quero conversar. - Diz ainda sorrindo, mas eu não sorrio de volta. - Vamos ali na praça.

= Ok, mas seja rápida, tenho um filho para dar muito amor. - Digo sorrindo desta vez, ela desfez o sorriso e abaixou a cabeça.

= Sim, claro. - Diz me acompanhando, os senhores também nos seguem.

= Pronto. - Disse assim que chegamos na praça e nos sentamos. - Agora, quanto você quer? - Indaguei irônico.

= Eu não quero o seu dinheiro. - Disse parecendo ofendida.

= Há não? - Fingi surpresa. - Então por que voltou? De novo? - Perguntei a encarando friamente.

= Já disse, eu voltei por você. - Disse sorrindo. - Eu quero participar da sua vida, ganhar a sua confiança, ter meu filho comigo. - Disse e tentou tocar o meu rosto, mas desviei.

= Creio que está vinte anos atrasada para isso. - Disse me levantando. - Eu já disse e repito, não quero você na minha vida, por tanto, fala de uma vez o que você quer de mim e me deixa em paz. - Digo já irritado.

= Eu já disse....

= Se vai continuar com isso, adeus. - Digo me virando para ir embora, mas me seguraram pela mão.

= Por favor querido. - Disse a senhora com os olhos brilhando pelas lagrimas. - Fica, vamos conversar.

= E quem é a senhora? - Indaguei me livrando do contato gentilmente. Não gosto que estranhos me toquem.

= Eu sou Dóris, sua avó. - Disse docemente, a encarei por alguns segundos e gargalhei.

= Então este senhor ao seu lado deve ser seu marido. - Digo apontando para o senhor que se levantou e se pôs ao lado da senhora.

= Sim, me chamo Umberto e sou seu avô. - Disse sorrindo, o mesmo sorriso do meu pai Scott. Ele estendeu a mão, mas não a toquei.

= E o que vocês querem? - Indaguei sério. - Também querem o mesmo que ela, se aproximar de mim pela bondade dos corações de vocês? - Indaguei os olhando nos olhos. - Ou são mais espertos e vão querer logo o dinheiro? É só dizer quanto. - Digo sarcástico. Eles pareceram chocado, a senhora deu um passo para traz.

= Mesmo com todo aquele dinheiro, seu pai não foi capaz de te dar educação. - Umberto disse enraivado.

= Pelo contrário. - Digo sorrindo presunçoso. - Ele me deu muita educação, me deu amor e carinho, me protegeu mais que a ele mesmo. - Digo e o encaro nos olhos. - Mas também me ensinou a ser forte, assim como pai Val, eles juntos me transformaram no homem que sou hoje. Vocês apenas não são nada para mim, aliás, para nos. - Digo zangado ao lembrar dos anos que meu pai sofreu enquanto sentia falta dos pais.

THIS IS ME  (Esse Sou Eu) Romance Gay (Mpreg) #CCDA1Onde histórias criam vida. Descubra agora