Capítulo 8

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Mariana tentara conversar com Antônio a semana inteira, ele não quis conversa. A última vez que o viu pela casa, o olhar dele para ela foi tão frio que ela sentiu seu coração se partir mais, ela triste, ficou doente.

A segunda vez que Alexander veio fazer uma visita a Mariana fora recebido de melhor forma pelo fidalgo. Mariana estava de cama, adoentada.

- Senhor conde! Vejo que veio visitar minha filha!

- Sim. Recebi o bilhete de sua esposa, avisando-me que ela não estava bem.

- Gostaria de aproveitar sua presença nesta casa para falar-lhe algo.

- Claro! Estou a disposição.

O fidalgo o convidou para seu escritório, e lá, João Clemente contou tudo o que havia ocorrido, inclusive que perdera quase todos os sócios há uma semana. Alexander se compadeceu dele, afinal, o sustento provisório de sua noiva dependia das plantações.

- Fique tranquilo, fidalgo, estou oficialmente me associando ao senhor. Tenho um grande lote de terra, seus trabalhadores podem começar a medir todo o território e ver se é o suficiente para sua safra. Toda a papelada pode enviar-me que assinarei e as mandarei de volta.

- O senhor é um homem honrado! Graças aos céus que o senhor fará parte de nossa família! Disse o fidalgo aliviado.

- Não há de quê!... Eu poderia ver minha noiva? Perguntou Alexander.

Mariana estava deitada com Amélia ao seu lado, fazendo compressas de água na testa da moça, quando as duas ouviram alguém bater a porta.

- Entre. Disse a Moça com uma voz limitada.

Seu pai entra e sorri para ela.

- Minha filha, tens visita. Disse ele abrindo espaço para Alexander passar.

João Clemente saiu do quarto logo depois, Amélia continuou de pé perto de Mariana.

Mariana se senta assustada. Ela percebeu que ele havia trazido flores. Coincidência ou não, eram suas flores prediletas. Margaridas. Ela fez um esforço para não sorrir, não queria que ele soubesse que ela havia gostado das flores.

- Com licença. Disse ele andando devagar, cauteloso.

- Não é contagiosa, se estás pensando... Disse ela ainda querendo ser zombeteira.

- Não achei que fosse. Respondeu ele.

Parou de pé, ao lado da cama dela. Entregou as flores e ela as recebeu.

- Achei por um momento que iria jogá-las em mim. Brincou Alexander.

- Pensei em fazê-lo, mas as flores não merecem isto. Disse ela cheirando as flores e entregando para Amélia colocar em um vaso.

- Como estás se sentindo?

- Estava melhor...

Ele sorriu, achando graça como se ela tivesse lhe contado uma piada.

- Até estando adoentada, és bem resistente. Não consegues nenhuma vez ser gentil comigo?

- Se tu tivesses sido gentil comigo quando nos conhecemos, talvez eu não teria te odiado tanto quanto te odeio agora.

- Quer dizer que ainda assim me odiarias? Sorriu ele.

- Há algo estranho no senhor... Disse ela semicerrando os olhos.

Alexander ficou sério e apenas estendeu a mão, na qual ela pousou a sua por educação e ele a beijou no dorso.

- Precisas de repouso não lhe pertubarei mais... Por hora. Brincou ele. - Com sua licença. Alexander acenou com a cabeça e retirou-se.

Mariana arfava de nervosismo.

- Vistes isso?! Por isso não gosto dele! Até estando eu doente, ele não para de irritar-me. E as margaridas? Quem disse a ele que eu amava margaridas??

Amélia depositava as margaridas, agora em um vaso, no criado-mudo perto de Mariana.

- Sabe o que me intriga mais, sinhá? Vósmicê deu a mão á ele para que ele a beijasse e o pior! Não a limpou! Disse a mucama sorrindo.

Mariana percebendo o que tinha feito olhou para o dorso da mão, assustada e limpou-a no lençol.

- Céus!!!!

- Parece que em breve vais esquecer Antônio... Amélia soltou aleatóriamente.

- Eu não consigo, Amélia! Eu tentei.... E tentei falar com ele, mas ele simplesmente me ignora... Eu não sei mais o que fazer. Ele sabe! Disse-lhe milhares de vezes que eu não amava o conde e ele age como se eu o estivesse traindo!

- Sinceramente, Sinhá... A senhorita está traindo... Estás noiva de outro homem, até Corte o rapaz começou a fazer... Veio até lhe visitar, mesmo adoentada!

- Por Deus! É verdade! Disse Mariana com as mãos no rosto. - Ah! E só de pensar que Antônio não quer mais falar comigo, meu coração se quebra mais!

- Sabes que se subir ao altar com o Conde, deverás desistir de Antônio, não é?

- Sim! ... Belinha não veio me visitar... Pensou Mariana.

Isabela Sempre foi sua amiga, sempre que uma está doente, a outra a visita. Porém, desta vez Belinha não estava lá.

- Não estás sabendo? Lembra que Coronel Leôncio teve uma discussão com teu pai?

- Sim.

- Pois saiba que a discussão, foi por conta do teu noivado! O coronel queria que sinhá Belinha casasse com o Conde.

- Belinha também queria, Amélia... Refletiu ela, triste por ferir assim sua amiga de infância.

- Pois vósmicê perdeu uma amiga. Sinhá Belinha também ficou chateada contigo.

- Céus! O que este homem está fazendo com minha família? Desde o noivado, acontecem desgraças! Perdi o homem da minha vida, meu pai perdeu quase todos os sócios, não é mais amigo do Coronel Leôncio e agora Belinha não é mais minha amiga! O que falta agora?

- Casar-se com ele...

- Será o pior dia de minha vida! a pior das desgraças!

Os dias se passaram e o médico disse que Mariana estava melhor. Durante todo o período em que ela esteve adoentada, Antônio não viera visitá-la em seu leito. Ela esperava, que ele viesse, preocupado com ela, mas a espera foi em vão.

Certa Tarde, na mesma semana, a moça desceu pra passear pelo jardim, coincidentemente, fazendo a mesma rota que fizera com o conde. Desta vez, aproveitando de sua solidão para refletir no que faria. Amava um homem e estava noiva de outro.

Era uma tarde linda, o sol estava quase começando a se por, quando escutou o som de carruagem se aproximando.
Ela virou-se rezando para que não fosse o Conde para a corte, mas não era a carruagem dele, para alívio dela. E sim suas duas irmãs e seus dois cunhados. Vieram passar um tempo com a família após descobrirem que o pai estava passando por dificuldades financeiras e Mariana ficara doente.

Os dois Genros de João Clemente, garantiram que ele ainda podia contar com eles e seus fornecedores de plantio. Porém não era o suficiente visto que o Coronel Leôncio e os sócios que saíram da cooperativa, formaram uma concorrente e estariam em breve competindo as vendas.


O Conde de LajesOnde histórias criam vida. Descubra agora