Capítulo 19

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Era uma linda manhã, Mariana estava saindo do seu quarto para tomar seu café da manhã, quando ela olhou para o fim do corredor. Aquela porta... ela aproximou-se da porta preta, havia evidentes sinais de tentativas de arrombamento, os sinais das machadadas também. Ela tentou abrir e obviamente estava trancada. O que havia ali? E por que Alexander atacou esta porta? Encontraria respostas onde ele passava a maior parte do tempo.
Alexander havia passado a noite inteira na biblioteca e Mariana aproveitou que ele estava dormindo para ir lá. Da mesma forma que conseguiu adentrar na de Nova Friburgo.

Abriu a porta com cautela e entrou devagar. As estantes de madeira clara deixavam a biblioteca com um tom dourado, como se ela tivesse sido feita de ouro. Havia um lindo divã negro de couro, e um belo sofá. Era algo tão refinado, só vira tanto luxo assim em Nova Friburgo. Se aproximou da escrivaninha dele. Haviam vários livros abertos, vendo melhor ela percebeu que eram diários. Alexander escrevia suas emoções em um caderno? Olhando dentre as estantes, puxando cada livro, viu que quase todo o acervo era do mesmo assunto: seitas e sacrifícios. Rituais pagãos e horrivelmente perigosos. Ela não tinha certeza se aquele livro aberto em Nova Friburgo era dele. Agora tinha certeza. Alexander fazia parte de uma seita. E agora o que faria ela? Com as mãos na boca, assustada, saiu rapidamente da biblioteca. Esbarrando com Alexander nas escadas.

- Oh meu Deus! Exclamou ela.

- O que houve? O que há de errado contigo?

- Nada! nada! Ela fugiu dele.

Alexander a viu sair da biblioteca assustada ela devia ter encontrado com algum livro imbecil do seu pai. Ele devia explicar o seu objetivo em ficar naquele lugar, mas não sabia se era o certo a fazer.

***
Naquela tarde eles saíram para visitar Ana Francisca e o Baronete José Paiva.
A casa do Baronete era singela mas ainda assim muito rica para o padrão da cidade.
Mariana e Alexander foram recebidos por um mordomo e direcionados para a sala.

- Minha irmã! Exclamou Ana Francisca. As duas se abraçaram demoradamente.

- Que saudades! Venham sentem-se! Antônio! Gritou Ana.

O coração de Mariana palpitou rapidamente quando viu o rapaz pardo entrando na sala com uma bandeja. A reação dele foi a mesma. Era a prova, no fim, que ainda eram apaixonados um pelo outro. Alexander levantou uma das sobrancelhas, encarando os dois. Olhou para Antônio de forma ameaçadora e o rapaz se retirou nervoso.

- Nossa! Como ele está agitado hoje, não é, querido? Disse Ana.

- Sim. Acho que está surpreso Mariana aqui.

- Deve ser... Insinuou Alexander provocando Mariana.

Ela o fuzilou com o olhar a zombaria dele.

- Como é Nova Friburgo?

- É linda! E na casa há um belo jardim! Disse Mariana tentando elogiar a casa sem elogiar o dono dela.

- Conde! Vamos para a biblioteca, vamos deixar as damas conversando...

- Claro! Concordou Alexander se levantando.

Quando as duas ficaram enfim sozinhas, Ana começou a prosear como a mãe.

- E as Núpcias!? Perguntou ela curiosa.

- Não houve...

- Ainda és virgem?

- Sim...

O Conde de LajesOnde histórias criam vida. Descubra agora