Estando toda a família Portelli reunida, convidaram Alexander para cear com eles.- Antônio! Chamou Ana Francisca. Mariana sentiu o coração palpitar, ao ver ele novamente. Estava bem vestido, quando tinha visitas ele vestia-se bem para dar uma boa impressão da casa.
- Chamou, senhora? Perguntou o moço, em seguida olhando para Mariana de um jeito triste.
- Mande um telegrama ao Conde de Lajes, chame-o para jantar conosco!
- Não! Não o chame! Pediu Mariana.
A última coisa que queria era vê-lo. E nervosa, olhava para ver as expressões no rosto do seu querido amado. Antônio baixou a cabeça com certo pesar.
- Não seja boba, Mariana! Disse Ana Francisca. - Adoraríamos a companhia do teu noivo! Chame-o, Antônio!
- Sim, senhora. Disse e retirou-se. Mariana pôde notar a tristeza dele, ela podia jurar que o viu chorar.
Era uma noite estrelada, e todos estavam assentados na mesa. O baronete parecia radiante.
- Então, conde, soube que o senhor está se associando ao meu sogro nos negócios?
- Sim. Houve um infortúnio e decidi ajudá-lo. Possuo uma vasta terra e pelo o que os trabalhadores disseram é fértil. Suas plantações estarão melhor do que quando estavam em poder de seus sócios. Disse Alexander sorrindo.
Mariana que estava ao seu lado apenas revirava os olhos como se ele estivesse falando coisas estúpidas. Suas irmãs estavam encantadas com ele e muito gratos até, os negócios iriam melhorar para seus maridos, pois iriam receber grandes investimentos, e isso iria enriquecê-los.
- Já marcaram a data do casório? Perguntou Maria Cristina, sendo cutucada pelo marido por ser indelicada.
Mariana a fuzilava com o olhar, mas não podia culpá-las, elas não sabiam que ela o detestava. Apenas seus pais o sabiam e ela se submetia pela obediência e honra da família. Alexander sorriu um pouco constrangido.
- Ainda não. Disse olhando para sua noiva.
- Por que? Desta vez Ana Francisca quem indagava.
- Estou esperando pela vontade de minha noiva. A data que ela quiser, será. Disse ele, olhando de relance para ver a expressão de Mariana.
Todos sorriram orgulhosos.
- Que tal daqui á cem anos? Sussurrou ela para Alexander.
- Eu posso esperar! Sussurrou ele sorrindo.
Ela revirou os olhos. Ela pensava nele como aquelas pessoas irritantes que quanto mais tentava se livrar mais grudado ficava.
- E tu, Mariana, tens se sentido bem? Ela ficou adoentada, Senhor conde, sabias? Disse Maria Cristina.
Mariana sorriu.
- Estou melhor!
Quase ao mesmo tempo Alexander responde.
- Sim, eu soube. Vim visitá-la.
- O senhor não preocupou-se em contrair, caso fosse contagioso?
Ele não respondeu, apenas olhou para Mariana e sorriu.
Após o jantar, toda a família estava na sala de visitas, compartilhando momentos afim de fazer Alexander sentir-se parte dela.
- Conte-nos um pouco sobre sua família, conde! Sugeriu Maria Cristina. Todos, inclusive Mariana, olharam com atenção para Alexander que, constrangido pigarreou. Nunca tivera que falar nada sobre sua família, na verdade, evitava fazer novas amizades afim de fugir de Questões como esta.
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O Conde de Lajes
ChickLitPrimeiro livro da série: Romances do Império. No Brasil imperial, o recém condecorado Conde, Alexander, se muda de Nova Friburgo, para a pequena cidade de seus pais, Lajes. Lá, ele conhece Mariana, a ultima filha solteira de um Fidalgo, que desperta...