Capítulo 21

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Apesar de Alexander ser um homem casado, sua aparência não deixava de mexer com a mente das moças e damas da cidade. Era o que estava explícito no rosto de belinha, enquanto o Conde conversava com o coronel sobre as safras. Mariana havia notado e estava furiosa mas não podia fazer nada com relação aquilo. Não tinha moral para tomar satisfações.

- Então, condessa? Está gostando da vida de casada?

Neste momento até Alexander parou de falar para ouvir a resposta de Mariana.
Ela não iria deixar que a rivalidade e a falta de cumplicidade entre ela e o conde fosse exposta.

- Está perfeito! Ele é realmente um príncipe encantado!  Mentiu ela.

Alexander inclinou o rosto tentando processar o que ela havia dito. Seria mentira? Ou ela realmente gostava de sua personalidade?

- Que maravilhoso! Respondeu a senhora, falsamente , tomando seu café.

- Soube que foram a Nova Friburgo... Atacou Mariana, com um olhar que ela associou estar imitando de Alexander.

- Sim, nós fomos! Havia um marquês interessado na nossa belinha. Conheces o marquês Francisco de Nobrega?

- Não, eu não o conheço... Mas teria prazer em te receber no meu palácio em Nova Friburgo... Retrucou Mariana.

- Foi uma visita rápida... mentiu a senhora.

Alexander estava ouvindo tudo. Era uma habilidade pessoal que tinha em fazer várias coisas ao mesmo tempo ou ouvir duas conversas ao mesmo tempo.
Quando o coronel retirou-se, achando estar fidelizando uma amizade com o Conde, Alexander virou-se para Mariana que estava ao seu lado na porta.

- Então eles foram para Nova Friburgo?
Perguntou ele tentando se aproximar dela em uma amizade básica.

- Acreditas? Disse que havia um tal de marquês Francisco de Nóbrega, interessado em belinha...

- Eu o conheço... é um homem viúvo. Até onde se sabe na corte, sua esposa morreu de desgosto. Ele era um vadio...

- Não é mais, não é? Preocupou-se Mariana.

- Ele não mudou... disse ele retirando-se.

- Estou indo para a biblioteca... sobre nossa última discussão, eu nunca a proibi de ir lá... Só não perambule pela casa sozinha...

- Por que?

- É uma casa grande, nem eu a conheço tão bem...

Mariana pensou em não acompanhar, mas a curiosidade de saber o que tanto ele fazia na biblioteca era mais forte. Depois de um tempo bateu na porta e entrou.

Ele sorriu termalmente para ela, Mariana sentiu seu coração bater forte como quando ela sentia com Antônio. Ela entrou devagar.

- Fique a vontade... disse ele voltando sua atenção para os diários.

- Escreves diários?

-Não... são do meu pai... antes de ele morrer ele me advertiu, proibiu-me de vender esta casa... e eu preciso saber o porquê... Ele vivia aqui dentro, então acho que encontrarei a resposta aqui...

-E... Estes livros... pagãos... perguntou Mariana com medo de que ele confirmasse que pertenciam a ele.

Ele apenas a fitou, tentando entender o motivo da pergunta...

- Perdão... eu, vou para o seu quarto... meu quarto... Com licença... Disse ela achando que a pergunta o incomodou... talvez nessa seita as esposas não devem saber... Será que a mãe de Alexander morreu por causa disto? E agora ele estaria seguindo os passos do pai?

O Conde de LajesOnde histórias criam vida. Descubra agora