Era um dia triste para Mariana, o dia que marcaria a sua sentença de morte.
Estava na casa dos Portelli, juntamente com os seus pais, o padre e com o conde. Ele parecia satisfeito, ela sentia isso. Aquele sorriso terno estampado na cara dele, não poderia ser mais torturante como foi para ela. O padre estava marcando a data com seus pais e ele. Ela não podia opinar, se pudesse marcaria para daqui a mil anos.
Ele a notou inquieta, ela estava batendo os dedos uns contra os outros sem separar a palma das mãos, olhando para a janela como se estivesse pensando em jogar-se dela.
- Não vás me deixar viúvo antes de casar... Sussurrou ele brincando.
- Me parece uma boa ideia... Ela retrucou.
- Gostaria de escolher o dia? Sussurrou Alexander para Mariana.
- No dia do juízo final, que achas? Sussurrou ela de volta.
- Acho longe demais. Retrucou ele zombando.
-Que achas, padre dia 26 de julho? Disse Alexander firmemente, fazendo Mariana revirar os olhos.
- Um mês? Assustou-se o padre.
João Clemente levantou-se orgulhoso.
- Perfeito!
- Querido, temos que planejar todo o evento, um mês é pouco... Disse Sebastiana preocupada com os custos.
- Setembro? Negociou o Conde.
-Sr. Conde, precisamos arrecadar dinheiro para isto. Perdemos nossos sócios do dia para a noite...
-Se a tua preocupação é com o custo da festa, minha senhora, eu arcarei com tudo. Festa, vestido, o que quiserem... O que minha noiva quiser. Enfatizou olhando pra ela.
- Então, porque não Setembro? Concordou ela.
Mariana se levanta.
- S-Setembro? É daqui a três meses!
-Tempo o suficiente não acha, filha? Já estão noivos á cerca de cinco meses. Está mais que na hora de darmos um passo a frente. Disse seu pai.
Mariana engoliu em seco. Tentando, talvez engolir a informação. Olhou para trás, viu Antônio que estava preparando as xícaras de café. Ele olhava pra ela com alarme e ela também, mas também olhava com medo. Medo de perdê-lo.
Passado uma semana após a data ser marcada, João Clemente recebe uma visita inesperada. Coronel Leôncio.
- O que o traz aqui, coronel? Perguntou João Clemente.
- Vim... Vim desculpar-me... Sabes que como pai quero o melhor pra minha Belinha... Vejo que a chegada do conde, realmente mudou a vida de todos nós... De repente, viramos nada... Fomos colocados uns contra os outros... brigando por coisas tão tolas... Ele certamente é um diabo destruidor...Por isso, precisamos nos unir...
- Que queres dizer?
- Não quero ficar brigado contigo por uma tolice...
João ficou calado e viu a expressão do Coronel mudar.
-Não querem mais negociar conosco... O Conde possui uma vasta plantação e estão comprando dele agora...
- Eu sou sócio do conde, isso não me afeta, coronel. Muito pelo contrário, eu lucro com isto.
- Minhas finanças estão acabando... Ajude-me, Fidalgo! Pediu Leôncio hesitando, com um certo orgulho.
- E que queres que te faça?
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O Conde de Lajes
ChickLitPrimeiro livro da série: Romances do Império. No Brasil imperial, o recém condecorado Conde, Alexander, se muda de Nova Friburgo, para a pequena cidade de seus pais, Lajes. Lá, ele conhece Mariana, a ultima filha solteira de um Fidalgo, que desperta...