Capítulo 23

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Era uma linda manhã, os raios de sol, ás seis da manhã, entrava pelas janelas francesas e o vento dava um frescor a casa. E, para a felicidade dos empregados, o casal comeu junto... porém o silêncio era perturbador.

- O que vais fazer hoje? Indagou Alexander afim de quebrar o silêncio.

- Vou... A igreja... Mentiu ela.

Alexander bebericou o café.

- Mas já fostes ontem...

Disse ele baixando a xícara na mesa, olhando para ela. Seus olhos azuis refletiam a luz que vinha das grandes janelas e o deixara mais claro, quase brilhando por conta própria, hipnotizado Mariana. Ela não ia se dar ao luxo de olhar demais para aqueles lindos olhos, desesperada para sair de perto dele, levantou-se depressa. Quase, que por reflexo, Alexander se levantou junto, sua expressão dava a entender que ele estava tentando impedir sua saída.

- Eu... Preciso ir...

Mariana respondeu antes que ele dissesse algo. Ele nada disse, apenas consentiu com a cabeça, olhando pra baixo, de forma reflexiva.

***

Assim que Mariana saiu da grande mansão, Alexander recebeu a visita de Ícaro. Ainda estava tomando café quando o bruxo fora anunciado pelo criado. Tendo sido permitido sua entrada, Ícaro nem pediu licença e sentou-se onde Mariana estava sentada a pouco e começou a comer do que estava disposto a mesa. O conde apoiava a cabeça com os dedos, observando-o em sua falta de modos.

- Perdão, Milorde! Estava com fome... Disse de maneira folgada.

-Coma a vontade, só me faça o favor de não sentar-se no mesmo lugar que minha esposa. Venha para este lado. Ordenou indicando, com a mão, o outro lado da mesa. O bruxo obedeceu e foi comer no outro assento.

Depois que ele comeu e estava farto, Alexander o levou para sua biblioteca e o fez falar o que havia de dizer. O velho havia descoberto que fora através da irmandade que o pai de Alexander obteve poder e a indicação da seita era que ele se mudasse para Nova Friburgo, pois lá seria o auge de sua vida. A seita era simplesmente uma espécie de pacto para obter poder e influência, caso alguém desse para trás, a irmandade deveria se responsabilizar por fazer a pessoa e sua família sumir do mapa.

- E como eles fariam isto com as autoridades investigando? Perguntou Alexander, encostado em sua mesa, com os braços cruzados, aparentemente incrédulo com o que saía da boca do ancião.

- Lembre-se, a irmandade é composta por homens pertencentes aos maiores cargos. Não seria difícil sumir com alguém, e não investigar pois o assassino seria a própria autoridade...

Alexander desencostou e caminhou pela sala de visitas enquanto o velho tomava uma xícara de café.

- Meu pai fazia isto?

- Tu achas que a morte dos Lima foi acidental?

- Os Limas? Não os conheço.

- Bem. Os Limas eram uma família poderosa em Lajes, com seu engenho. Porém só possuía filhas mulheres. O Patriarca acabou por entrar na irmandade para conseguir os melhores partidos para suas filhas. Sido arranjado os casamentos, O senhor não quis mais fazer parte da irmandade, toda a sua família sumiu no caminho para Nova Friburgo. Tentaram investigar, mas as autoridades fecharam o caso como "acidente".

Ele riu como se soubesse de cada passo efetivado para o "acidente" ocorrer e olhando para o Conde, completou, sério.

- Não foi acidente...

O Conde de LajesOnde histórias criam vida. Descubra agora