Capítulo 17

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Naquele jantar estavam as pessoas mais importantes do Brasil e Mariana se sentiu pequena, insignificante. Para acolher ela, as damas da corte resolveram incluí-la na conversa.

-Parabéns, Condessa! Alexander não é um homem que é fácil conquistar. Disse a duquesa.

-Verdade! Havia muitas pretendentes de olho neste jovem... Alexander sempre foi muito recluso... concordou a princesa.

Ela não sabia o que dizer, não havia literalmente conquistado ele, fora obrigada a isso.

- Grata, Senhoras! Disse ela timidamente não deixando transparecer sua falsidade em agradecer.

Alexander estava de cabeça baixa, olhava para o prato e não dizia uma palavra, apenas sorria as vezes.

- Alexander tem uma personalidade singular, lembra-me muito seu pai, O Barão. Lembro que João carvalho era obcecado por aquela biblioteca, tão recluso, mal convidava alguém para sua casa.
Disse o Visconde limpando a boca com o guardanapo.

-Ah sim! Ele nunca contava nada sobre sua vida privada. Era intrigante! Concordou o duque.

- Afinal o que havia naquela biblioteca que o mantinha confinado lá? Perguntou o Imperador.

- Sinceramente eu não sei. Eu não tinha permissão para entrar lá. Alexander deu de ombros.

- que interessante! Vossa senhoria já teve a chance de entrar lá depois da morte do velho?

- Sim. E não encontrei nada além de livros, o que é típico de uma biblioteca... Alexander encerrou o mistério, procurando fazer com que o falatório sobre sua vida parasse por ali.

No dia seguinte, Mariana tomou café sozinha novamente e incomodou-se com aquilo. Já faziam três dias que comia sozinha e indagou ao mordomo.

- Com licença, onde está o conde?

- Ele está na biblioteca, minha senhora.

- E ele não vai tomar café?

- Ele pediu-me para que eu levasse para lá.

- O que tanto ele faz lá?

- Isso não posso lhe dizer, minha senhora! Perdoe-me!
O mordomo retirou-se evitando que Mariana o bombardeasse com mais perguntas sobre o que o Conde fazia na biblioteca.

Lá em cima, Alexander pensava em como manter toda a sua fúria e mágoa dentro de si, para não descer e voltar a ter uma conversa sobre o que ela lhe fez. Ele queria perdoar mas não conseguia...Pelo menos ela agora era oficialmente dele e quanto a isso Antônio não podia fazer mais nada.
Mas Mariana não era de fato dele se ela não lhe entregasse seu amor e ele não podia obrigá-la. Não queria obrigar...

Mariana passeou sozinha novamente pelo jardim e ficou refletindo sobre o jantar na noite anterior. Realmente, como os nobres disseram, Alexander possuía o mesmo jeito do pai, se confinava em uma biblioteca. Ela só queria que ele não fosse obcecado pelo cômodo como o Barão. De repente bateu uma curiosidade em saber, ela mesma, o que o Barão escondia lá para proteger a biblioteca até do próprio filho. Ela olhou, intrigada, para a janela do cômodo no segundo andar e viu Alexander lá. Ele estava olhando pra ela, porém se retirou depois de se encararem.

Ele podia vê-la sempre dali. Mas naquele dia ela o pegou a observando. Achou melhor retirar-se da janela para não cair na tentação de descer e roubar-lhe um beijo. Ela estava linda principalmente quando passou a encara-lo do jardim, era como se a Mariana relutante tivesse voltado e por um momento ele esqueceu tudo. Só por um momento...

O Conde de LajesOnde histórias criam vida. Descubra agora