Capítulo 11

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Antônio já não aguentava mais ser ultrapassado pelo noivo de sua amada. Ele viu quando o Conde a presenteou, lembra-se muito bem da expressão de Mariana para Alexander. Claro que jamais poderia dar uma pulseira de esmeraldas á ela... Mas podia reconquistá-la. Ele precisava voltar a encontrar-se com ela e reacender a chama da paixão.

Era uma tarde chuvosa, o céu  completamente escuro e a chuva grossa caía abundantemente. Mariana estava bordando na varanda quando foi surpreendida por Antônio.

- Que fazes aqui, Antônio? Perguntou ela assustada com medo de algum familiar flagrar os dois em conversação e o pior, sozinhos.

- Preciso ter uma prosa contigo. Disse ele. -Lhe aguardo na despensa.

Ele saiu discretamente como se nem tivesse lhe falado. Mariana sentiu seu coração acelerar, estava nervosa, curiosa e temerosa com o que ele queria dizer. Será que ele lhe dirá que não a ama mais? Ou iria sair da casa grande? Ele não podia deixá-la, ela sentia que ia explodir se ele ousasse lhe dizer tais palavras.

Levantou-se depressa e foi até a despensa. Antônio estava de costas para ela.

- Não aguento ficar longe de ti, Mariana! Virou-se ele.

Ela sentiu seu coração palpitar tão forte que podia ouví-lo.

- Eu nunca desisti de ti! Sorriu ela aproximando-se dele.

- Perdoe-me, meu amor! Eu estava sendo um tolo contigo... Não é tua culpa estar presa a um imbecil... Disse ele beijando freneticamente o dorso da mão dela.

- Mariana! João Clemente gritava por ela no primeiro andar.

Os dois assustaram-se.

- É meu pai! Preciso ir! Disse ela correndo.

Ela subiu depressa, passando pela cozinha vazia e chegando na sala como se nada tivesse acontecido.

- Sim, meu pai?

- Há alguém que quer falar-lhe.

Mariana já pensou de primeira quem era... Não era uma boa hora ele aparecer e estragar todo o romance dela com Antônio, a troco de uma mísera corte sem graça.

Ela entrou na sala de visitas e não era o Conde, como esperava, era um homem com aparência de 39 ou 40 anos, era calvo, mas era bem trajado, como um nobre. Trazia uma caixa grande nas mãos, provavelmente não era pesado.

- Me chamo Felipe, sou mordomo do Conde de Lajes.

Mariana soltou um suspiro com desdém.

- Quando o diabo não pode vir, manda o secretário... Sussurrou ela para si mesma.

- Eu fui enviado para entregar-lhe este presente, mandado por seu noivo, o Conde de Lajes...

- Ah! Claro...

Felipe entregou a Amélia a caixa e retirou-se.

- Tenha uma boa tarde, Senhorita!

Amélia olhava hipnotizada para a caixa branca com uma bela fita prateada. Mariana olhou para a grande caixa, o que seria daquela vez?

Ela pediu que Amélia depositasse a caixa em sua cama e subiu para abrir. Puxou a fita e o lindo laço se desfez, ao abrir deparou-se com uma seda dourada, com detalhes brancos, retirou o tecido da caixa era um vestido, tão elegante que poderia ser da princesa Leopoldina. Havia um pequeno bilhete Com uma letra caprichada.

"Cara noiva, irei receber uma visita muito especial, gostaria de apresentar-te a ela. Espero ansioso para ver-te com o vestido. Atenciosamente, Conde de Lajes."

O Conde de LajesOnde histórias criam vida. Descubra agora