Um grupo só

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POV Daryl

Acordo com a luz do sol entrando pela janela de Beth, e a primeira coisa que a vejo e sinto é ela, deitada em meu peito. Parece tão serena, tão macia, que eu não sei se tenho forças para acorda-la. Ela se se move, se aconchegando mais a mim, e sinto como se isso fosse a coisa mais certa que já me aconteceu. Ter Beth Greene em meus braços é a melhor coisa do mundo, e é o que eu mais tenho medo de perder. Se antes foi complicado perde-la, agora é praticamente impossível. Prefiro morrer a deixar que ocorra novamente.

Penso em tudo o que ela me contou ontem, e só consigo sentir muito pelo fato de que Negan fez algo parecido com o que foi conosco e eu não estava lá por ela. Eu não estive lá por ela em nenhum momento no ultimo ano e odeio isso. Odeio muito.

Acaricio seu cabelo por puro instinto e ela volta a se mover, ainda sonolenta. Lá em baixo a casa começa a ganhar vida, os sons de panelas na cozinha se fazendo presentes. Penso sobre o grupo dela por um momento, e só consigo ver uma diferença gritante entre o meu grupo, o nosso grupo, ao mesmo tempo em que diversas semelhanças. A união, a lealdade, o carinho entre eles é muito como o que nós temos entre nós. E eu fico um pouco irritado ao notar e entender isso, porque de uma forma ou de outra eu queria não gostar deles, queria que existisse uma chance de que ela simplesmente fosse só nossa de novo.

Não vai acontecer. Beth construiu uma vida com eles, cresceu, amadureceu, criou laços, e isso nunca vai mudar.

-Bom dia – ela murmura baixinho, sua mão começando a acariciar meu peito e me trazendo de volta ao presente. Abaixo o olhar para encontrar o dela.

Seus olhos de corça continuam me prendendo, me confundindo, e me fazendo ser um maldito maricas. Puxo-a para cima e tomo seus lábios nos meus, me perdendo em seu gosto, em sua macies, e no quão gostosa ela é.

Giro na cama, ficando por cima, e deixo minhas mãos passearem por sua pele sedosa, por suas curvas, por seu corpo inteiro. Me permito pensar que, pelo menos agora, nesse instante, ela é minha. Beth Greene é minha.

Ela me enlaça com suas pernas, enquanto um gemido baixo escapa do fundo de sua garganta e eu deixo de existir para ser apenas instinto, vontade, e desejo.

Eu tenho tenho Beth Greene. E ela meio que me tem. É com esse pensamento que entro nela. E é com esse pensamento que permaneço durante todo o sexo, e depois dele.

(...)

Tomo café com eles, um pouco perdido no modo como interagem entre si e dividem as tarefas, e um tanto quanto fascinado com isso. As vezes parece que é uma mistura de tudo o que o meu grupo é e tudo o que fracassou, mas para eles é fácil, e estranhamente organizado.

Sinto meu sangue correr mais rápido e a raiva me rondar quando o tal Ed e Beth começam a ter uma daquelas conversas irritantemente intimas, e a sorrir um para o outro, mas controlo isso. Não é hora para brigar agora, e digamos que eu já tenha chegado ao meu limite de idiotice no dia anterior, quando fiz minha insinuação sobre Jesus.

Saio um tempo depois para resolver algumas coisas com Rick e Mich, e só volto a ve-lâ no fim da tarde, quando partimos de Alexandria juntos, com Rick e Michonne de companhia.

Vamos juntos de moto, ela me agarrando com força.

-Um dia me ensina a pilotar?- pede com a voz baixa e meiga em meu ouvido. Eu aperto o guidon com força, para evitar de simplesmente parar e beija-la aqui mesmo.

-Sempre que quiser, loira- respondo e sinto sua risada.

-Pelo que me lembro você é um bom professor – murmura baixinho. Eu sorrio, me lembrando de quando a ensinei a usar a besta, mas não comento nada.

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