Consequências de guerra

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Hey pessoal, esse é o penúltimo capitulo. Espero que gostem, e até o próximo. Obrigada a quem vem me acompanhando durante todo esse caminho. Bjsss e até mais. 

POV Beth

Dessa vez é diferente. A noção do meu corpo é diferente, a consciência é diferente, o despertar é diferente, e talvez isso aconteça porque estou, de fato, mudada. Completa, talvez. Abro os olhos lentamente, muito ciente sobre mim mesma e completamente no escuro sobre o que acontece ao meu redor. O quarto está razoavelmente escuro, e preciso piscar algumas vezes para conseguir enxergar alguma coisa. Não estou em PoH. Talvez Hilltop?

Daryl está sentado em uma poltrona, a cabeça caída para o lado, os olhos fechados. Parece ter permanecido ali por horas, e talvez tenha feito isso de fato, uma vez que não tenho a mínima noção de quanto tempo fiquei apagada.

Minha garganta está seca, e meu corpo um pouco dolorido, mas minha cabeça nem mesmo lateja, o que é incrível por si só. Flashes dos últimos acontecimentos vem até mim, e eu os comparo com o resto de minhas memorias, agora completas. Ou algo perto disso.

Sento lentamente, com medo de acabar em alguma tontura, e meu movimento faz Daryl abrir os olhos. Seus movimentos são rápidos, e em um piscar de olhos eles está ao meu lado, encostado na cama.

–Como se sente? Sua cabeça lateja? O que aconteceu antes de chegarmos?

Eu sorrio de lado, encantada com sua preocupação.

–Estou bem – respondo e minha voz sai rouca e cansada. Ergo a mão e acaricio sua bochecha, simplesmente porque preciso toca-lo. Senti-lo. – Foi só uma crise, estou bem.

Espero que ele diga alguma coisa, repita alguma das perguntas, mas sou surpreendida por um abraço. Fecho os olhos, aproveitando seu calor e o carinho que esse gesto trás consigo, e me sinto incrivelmente bem.

–Eu fiquei tão assustado – diz baixinho, e meu coração se parte diante de sua sinceridade –Achei que ia perder você de novo.

–Estou aqui, amor – digo, apertando- o de volta. – Estou bem.

O apelido carinhoso faz com que ele me aperte com mais força contra si, e eu me deixo envolver em seu calor, em sua segurança.

Daryl se afasta o mais gentil que consegue, e se estica pegando uma garrafinha de água e me entregando. Acabo com minha sede em silencio, os olhos fixos nos dele.

–O que aconteceu enquanto você estava sozinha? – pergunta de forma hesitante, e eu relembro dos momentos que passei com Negan e Simon.

Meu estomago se embrulha, e sinto raiva. Raiva e nojo e imponência, como se eu tivesse falhado em me proteger e como se a culpa tivesse sido minha. Não era. Respiro fundo e foco os olhos em Daryl novamente. Estou bem, estou em casa e sou uma pessoa forte.

Conto a ele em poucas palavras da maneira mais clara que consigo, e então explico sobre a tesoura e como foi uma espécie de gatilho para mim. Explico sobre as memorias e lembranças me bombardeando e em como agora me lembro de tudo, ou ao que parece, de tudo o que posso lembrar. Tenho uma vaga impressão de que algumas se foram, perdidas no tempo ou mesmo na bala que me atingiu, mas não acho que tenham sido do apocalipse, talvez de infância...Nunca vou saber de fato.

É no meio da minha narrativa que finalmente paro para raciocinar e me preocupar com o que aconteceu enquanto estive apagada, me preocupar com Negan.

–O que aconteceu depois? – pergunto séria. – O que aconteceu com o Negan?

Daryl desvia o olhar por um momento, e então solta a respiração pela boca.

–Rick decidiu prende-lo – diz e eu ergo as sobrancelhas em surpresa – Ficou decidido que todos os atingidos por ele deveriam votar se ele deve morrer ou apodrecer preso em uma cela em Alexandria, depois da reforma. Bem, estavam esperando você para votar.

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