Outro ponto de vista

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POV Dakota

Eu sempre odiei os dias em que os meus irmãos e Beth saiam juntos para buscas e eu ficava para trás sozinha. Normalmente, em casa ainda significa estar com gente que conheço, significa saber o que faze em casos extremos e ter um foco principal, que é proteger Archie, nosso bebê. Tudo bem que ele já tem cinco anos, quase seis, mas ainda é o nosso membro mais novo e ninguém vai tomar o posto dele de amorzinho.

Aqui, eles tem a Judith, que também é uma fofa, e também é um bebê, apesar de também ter cerca de 3 anos. A idade em si não é a questão abordada. Enfim, não importa, porque ela é responsabilidade do irmão, não minha, e estar aqui sem mais ninguém de casa me faz ficar deslocada.

Subo no muro, sentando ali e observando o horizonte esperando por alguém aparecer. Não há muito o que fazer. Puxo meu colar em meu pescoço e começo a rodar o pingente de coração entre os dedos.

Beth vai ficar bem. Chris vai ficar bem. Ed vai ficar bem. Os três sempre voltam. Tento me focar nisso com todas as minhas forças, mas a ultima vez que Negan apareceu perdemos George, e eu não sei se podemos sair ilesos de qualquer conflito contra ele. Beth disse que ele é um inimigo complicado, diferente de qualquer um que tínhamos enfrentado, uma vez que é um "escroto do caralho que manipula com um sorriso no rosto" e portanto joga um jogo diferente do resto do mundo acabado e ferrado, e diante dos riscos ela não podia arriscar todos nós em ações contra ele. Eu acredito nas palavras dela, e por essa razão entendo o quanto exigiu dela ir com a maior parte do comando ( meus irmãos, as sombras) deixando apenas Alenna e eu de fora, então é um grande ponto para que eu simplesmente fique com o coração apertado.

Queria estar lá, com meus irmãos. Solto um suspiro pesado e largo o pingente, pegando o rádio e colocando na linha de casa. Alenna responde imediatamente, e é bom saber que eles estão bem. Quando coloco-o novamente no cinto e começo a me preparar para descer noto uma movimentação na lateral esquerda e enxergo nada mais nada menos que Carl Grimes saindo sorrateiramente da comunidade.

" Carl é um garoto absurdamente inteligente e corajoso, e pelo que me lembro isso faz dele uma pessoa de coração bom e ações guiadas por impulsos" A fala de Beth a um tempo me vem a cabeça e eu me pergunto se essa não é uma ação guiada por impulso que pode acabar em merda.

Xingo baixinho, pedindo desculpas mentais a Beth, e pulo o muro. Não é exatamente fácil, como meus irmãos fazem parecer, e eu ralo meu braço no processo. Pouso no chão com um baque seco, e me movo na direção que vi o garoto cowboy sumir.

Olho para o chão, tentando enxergar algum rastro como Beth me ensinou, mas sinceramente, só vejo mato e galhos. Nada de diferente ou que indique que alguém passou. Pego a bússola que guardo no bolso e tenho em mente que Alexandria fica ao sul. Rolo os olhos para mim mesma e simplesmente me concentro em seguir em linha reta, para não me perder na hora de voltar.

Depois de um bom tempo de caminhada, começo a considerar a possibilidade de ter me perdido, uma vez que já até sai da porcaria de floresta e fui parar em uma rodovia. Franzo a testa para o sol, e olho ao redor procurando qualquer sinal de Carl. Bem, não adianta muito eu tentar ajudar o cowboy metido a dono do mundo se eu nem sei onde ele se meteu.

Começo a me virar para voltar, mas noto movimentação de zumbis a minha esquerda. Zumbis só se movimentam em direção a carne fresca, então ou estão indo atrás de um veado ou estão indo atrás do idiota.

Puxo minha pistola por via das dúvidas, destravo, e sigo nessa direção com cuidado. Fico a uma distância razoável do zumbi, e acabo por escutar uma grande movimentação mais a frente. Faço uma curva para dentro das arvores e dou de cara com Carl e um outro garoto em apuros.

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