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Hoje é dia 31, vou ver minha família hoje. Já coloquei na minha cabeça que vou sair do morro, já deu pra mim!

Tô tomando os remédios que a mulher me passou e já melhorei bastante, graças a Deus.

- Qual foi Menor, é surpresa

- Tu vai matar a menina do coração cara, olha as idéia - falou rindo

- Presente de natal porra - ele riu

- Tu vai voltar pro morro?

- Vou, vou ficar lá até eu resolver tudo e aí eu vou embora

É isso então

- Já deixa geral avisado - ele assentiu

- Só quem sabe que eu já tô em liberdade é o Menor e o mano aqui da Penha, mas agora os caras que faz a segurança da Melissa e mulher do Menor vão saber também, se não a surpresa não dá certo.

Fiquei em casa o dia todo, quando foi umas 23h eu sai da Penha e fui pro Alemão, pista estava salgadinha, mas graças a Deus, deu tudo certo.

Cheguei na rua e os caras já desconfiaram logo, isso aí, estão sendo pago pra isso, pra desconfiar de qualquer formiga que entrar nessa rua.

Parei o carro na frente da casa que eu tenho aqui e veio logo o pivete ver de qual era, ele bateu no vidro e eu abri, o viado tomou um susto

- Qual foi? - falei e ele riu

- Caralho, tu foi solto Th?

- Não porra, tô preso ainda

- Ih, qual foi?

- Burrão - falei rindo

- Quando foi isso?

- Pouco tempo. Deixa baixo em, não sai explanando essa porta aí não, ninguém sabe

- Tá maluco pô, tranquilão

- Cadê a Melissa?

- Saiu, foi virar o ano na Rocinha

- Jae, vou entrar, quando ela chegar não fala nada não, Luan já tá ligado

Ele assentiu e eu entrei, fiquei na sala vendo tv e conversando com o Menor pelo celular. Virei o ano sozinho, fazer o que, daqui a pouco meu presente de ano novo chega aí.

Luan deu o papo que já estava trazendo ela e eu fui tomar um banho, devo ter ficado uns 20 minutos no banho, sai e coloquei uma roupa que tinha aqui, sempre deixei roupas aqui na época que eu vivia aqui no Alemão.

Desci e ouvi a voz da Melissa, cheguei na sala e ela estava falando no celular, estava achando que tinha alguém aqui.

Fiquei olhando ela até ela desligar o celular e virar, quando ela virou e deu de cara comigo a cara dela foi a melhor.

Não sei nem descrever a felicidade que eu tô, porra meu filho é lindo, minha mulher é linda. Ver meu filho pela primeira vez, pegar ele no colo pela primeira vez, trocar ele pela primeira vez só me fez ter mais certeza ainda de que já tá mais do que na hora de eu sair dessa vida, preciso de sossego agora.


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A mulher do dono do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora