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- Thiago Narrando -

Ruinzão dormir sozinho papo reto, me acostumei a dormir com a Melissa, agora é foda dormir sem ela

Acordei cedo e fui pra boca, cheio de problema pra resolver, mente a mil, resolver tudo logo pra me livrar disso tudo

Vou ficar o dia todo na boca, hoje eu pego o cuzão que tá com o Zebra.

Menor entrou na salinha e sentou no sofá que tem aqui

- Já tá aqui? - passou o fuzil pra frente

- Po, tô em casa ainda, tá me vendo lá não?

- Ih, caiu da cama foi? - riu - Ah não, é porque agora tu tá dormindo sozinho né, não tem mais quem abraçar de madrugada quando tu tem pesadelo

- Tá me confundindo contigo?

- Eu tenho minha costelinha toda madrugada

Dei dedo pra ele e ele riu. Pior que sempre que eu tinha uns pesadelos doidos era a Melissa que me acalmava mesmo

- Qual foi, e o Marcelinho lá?

- Tô de olho, mas ainda não deu nada - bufei

Quando eu acho que eu tô perto esse filho da puta da mais 10 passos na frente

- Nós vai pegar ele irmão, relaxa - levantou - Tô indo, daqui a pouco eu pio

- Jae, atividade

Fizemos toque e ele saiu. Acendi um queima lento e fiquei pensando, tentando achar qualquer coisa que me faça dar um passo a frente.

Troquei idéia com vários menor, tentei de todas as formas achar alguma coisa, mas não deu nada.

Olhei no celular, 02:43. O dia passou rápido pra caralho e eu não consegui nada.

Sai da salinha e vi os menor sentado na calçada, parei ali e fiquei trocando idéia com eles antes de ir pra casa. De longe vi o Luan vindo de moto, era pra ele tá na casa da mãe da Melissa, fazendo a segurança dela

- Qual foi? - soltei assim que ele parou a moto na minha frente

- Fala patrão, queria falar comigo?

- Tá maluco?

- Ué, o Marcelinho brotou lá falando que o teu rádio deu ruim e tu queria falar comigo - levantei na hora

- Quem mais tá lá Luan?

- Onde eu tava, só tava eu, ele que ficou lá enquanto eu vinha aqui, po patrão, ele disse que era papo sério

- Ele quis te tirar de lá, ele vai fazer alguma coisa porra

Nessa hora começaram os fogos

- Tão invadindo o morro - falaram no radinho

- Vai tomar no cu - gritei - Bora porra, vocês já sabem o esquema, bala nesses filhos da puta

Entrei na salinha e peguei meu fuzil, colei duas glock na cintura e joguei a mochila cheia de munição nas costas.

Liguei pra Melissa e mandei ela se esconder, não dá pra tirar ela de lá agora, não eu.

Sai da salinha e chamei o Luan

Pega o carro e vai na Melissa leva ela pra casa da rua 1 e fica lá com ela, não dá pra tirar ela do morro agora e a prioridade aqui é a segurança dela e do meu filho. Mete bala em quem entrar no teu caminho, não confio em ninguém e o Marcelinho, tu da teu jeito, quero ele vivo na minha mão - ele assentiu

- Jae patrão - disse e saiu

Menor foi com a tropa pra parte alta do morro, dei pra ele a responsa de tirar a Melissa da casa da mãe dela e entregar pro Luan.

Fiz uma oração e fui descendo com o bonde, atirando em quem entrava na minha frente. Não consigo parar de pensar na Melissa, uma sensação de ódio com medo. Como que eu dei um mole desse? Já era pra eu ter tirado o filho da puta do Marcelinho do morro

Sai desses pensamentos quando senti um impulso no peito, olhei e vi que foi um tiro, corri pra um beco e sentei no chão recuperando o ar que eu perdi com o susto, graças a Deus o colete me livrou dessa.

- Suave patrão? - eu assenti

Levantei e continuei descendo, quem estava invadindo era o Zebra e o filho da puta tá forte.

- Tem muito nosso morrendo - ouvi no radinho

- Lobão! - gritei e ele veio correndo na minha direção

- Fala chefe

- Aciona a tropa da Penha e do Alemão, pede reforço - ele assentiu, pegou o radinho e foi indo pro final do beco

Era só rajadão pra cima dos viado, tô com sangue nos olhos, doido pra achar o Zebra.

Só tô andando com um bonde colado em mim. Entrei em um beco e vi o meu prêmio.




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A mulher do dono do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora