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- Melissa Narrando -

Estava dentro do banheiro e ouvi alguém tentando abrir a porta de casa, meu coração gelou.

Não sabia o que fazer, eu estava sozinha com o Miguel, entrei em desespero.

Sai do banheiro e fechei a porta com o Miguel lá dentro. Eu perco a vida, mas não deixo nada acontecer com ele.

Arrastei uma mesa e coloquei na frente da porta do quarto numa tentativa patética de impedir quem quer que fosse de entrar.

- O que que tu fazendo aí dentro garota? - ouvi alguém falar do outro lado, eu conhecia aquela voz, mas não lembrava quem era.

Me escondi atrás da cama, fechei os olhos e comecei a pedir proteção à Deus. Tomei um susto quando ouvi um barulho de tiro.

Olhei pra porta e ele tinha atirado na fechadura, agora o que me protegia era a mesa que coloquei pra segurar a porta, o que foi em vão.

Em questão de segundos ele estava dentro do quarto, o mesmo cara da praça. Meu coração disparou e eu travei. É óbvio que não demorou pra ele me achar atrás da cama.

- Vem aqui piranha - me levantou pelo cabelo - Tu tá sozinha?

Eu assenti chorando

- Cadê o moleque? - eu não respondi, o que fez ele me dar um soco - Responde porra

- Não tá aqui, tá na tia - e ganhei outro soco

Eu só chorava e agradecia mentalmente pelo Miguel não estar chorando, só Deus sabe o que esse cara pode fazer com o meu filho

- Cadê o deboche todo agora? Piranha - ele me jogou no chão e me deu um chute - Tu vai morrer, tu, o filho da puta do Th e aquele moleque também

Eu passei por uma sessão de espancamento e na minha cabeça eu só pedia pra Deus acabar com aquilo logo, se fosse pra eu morrer, que fosse rápido.

- Bora - finalmente ele parou e me levantou

E nessa hora eu ouvi o choro do Miguel, merda!

- O moleque mão tava na tia?

- Não faz nada com ele, por favor, eu te imploro. Pelo amor de Deus, é uma criança, não entende nada, não tem culpa de nada - ele negou vindo pra cima de mim

- Não basta ser piranha debochada, tem que ser mentirosa também né? - me deu um tapa

Ele virou e começou a andar em direção ao banheiro, eu fui atrás

- Por favor - pedi chorando

Ele me empurrou e eu caí sentada no chão. Eu só sabia chorar, estava em completo desespero.

Quando fui levantar pra tentar empedir ele de novo, o Menor apareceu na porta do quarto com um fuzil na mão. Ele me olhou e fez sinal de silêncio.

Ele foi andando devagar pro banheiro e deu um tiro, ouvi o garoto gemer de dor e meu filho chorar mais alto.

O Menor entrou no banheiro e eu entrei logo em seguida, peguei o Miguel e sai do banheiro com ele, deitei na cama e fiquei ali com ele, acalmando meu amor.

Menor ficou uns 30 minutos dentro do banheiro, eu só ouvia o garoto gritando. Por fim ele saiu arrastando o menino todo ensanguentado.

O Luan já tá aí, ele vai te levar pra casa da rua 1 e vai ficar lá contigo - assenti e ele saiu do quarto.

Alguns minutos depois o Luan apareceu e a gente foi pra casa da rua 1.

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A mulher do dono do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora