11 meses depois..
Hoje é quarta, dia 1 de dezembro, amanhã Miguel vai fazer 1 ano e vamos fazer uma festa pra ele, só pros íntimos, mas tudo bem caprichado e lindo, vamos fazer no tema de circo.
São 13:32 e Thiago tá o dia todo na rua, não me responde e não atende o celular, aliás ultimamente ele só vive assim. Sai 7h da manhã e só volta de madrugada, nem almoçar em casa ele tá almoçando mais e a desculpa é sempre o tráfico, que tem que resolver umas coisas importantes, que tem que ser rápido e só fica nisso.
Tenho que ir no centro comprar algumas coisas pro aniversário do Miguel e ele não me atende, depois reclama que eu saio e não aviso a ele.
Tomei um banho e me arrumei, vou deixar o Miguel com a minha mãe porque eu vou ficar andando pelo centro pra achar as coisas que faltam e tá muito sol pra levar ele, ele fica enjoado no calor.
Peguei a chave do carro do Thiago e fui na minha mãe, deixei o Miguel com ela e desci o morro e os meninos me pararam na barreira.
Abri a janela e o Luan encostou na mesma.
- Fala Luan - revirei os olhos
- Patrão sabe que tu tá saindo?
- Se ele atendesse a merda do celular, ele saberia
- Vou passar um rádio pra ele, aguarda ai - bufei
- Pelo amor de Deus Luan, eu tô atrasada - ele olhou pra minha cara e pegou o radinho
Ele se afastou do carro pra falar com ele e eu não tô nem um pouco afim de ficar aqui perdendo o meu tempo esperando ele perguntar pro Thiago se eu posso ou não posso sair, além do mais, eu tô puta com ele. Que se foda, acelerei passando pela barreira, olhei pelo retrovisor e vi o Luan falando no radinho. Já até sei que vai vim alguém atrás de mim.
Peguei a pista e fui em direção ao centro e como eu disse, não demorou muito pra aparecer uma moto atrás de mim
Revirei os olhos e continuei dirigindo, passei por uma blitz e o menino teve que mudar o caminho pra não passar. Só sei que ele sumiu e em alguns minutos eu cheguei no centro, estacionei o carro e desci pra comprar a roupa do Miguel, continuei rodando e quando fui na última loja já era 19:23
Deixei o carro em uma rua meio deserta, porque não achei vaga e mais cedo ela estava mais agitada.
Abri a mala do carro e coloquei as várias sacolas que estava comigo, fechei a mala e fui entrar no carro, quando fui abrir a porta do carro senti alguém me puxando com força e me encostando no carro, senti uma mão forte apertando meu pescoço e quando vi era o Playboy, na hora eu não acreditei e achei que fosse um sonho. Não podia ser verdade, ele não podia tá aqui, não agora
- Oi meu amor - ele riu e eu entrei em desespero
- Me solta - falei com dificuldade
- Pra que? Você fica melhor assim, com essa cara de desespero - beijou meu pescoço
Eu olhei pros lados pra vê se via alguém, mas a rua era deserta mesmo. Merda! Pra que que eu fui colocar o carro aqui, puta que pariu.
Tentei gritar, mas eu não conseguia, ele estava apertando meu pescoço muito forte. Tentei me soltar, mas é lógico que ele é mais forte que eu
Eu já estava ficando sem ar quando ele soltou meu pescoço, me curvei tossindo, ele pegou no meu pescoço de novo, mas dessa vez mais fraco.
- Eu estava a tanto tempo te procurando, por onde você andou em?
- Playboy me deixa em paz, já chega, me esquece, segue a tua vida
- Te deixar em paz? As vezes acho que você fugiu pra virar comediante
- Isso não vai acabar bem Playboy - falei ele concordou
- Não vai mesmo, mas não vai acabar bem pra você e o pro filho da puta do Th e muito menos pro seu filho né, imagina crescer sem os pais
Eu só sabia chorar, ele continuava falando, mas eu nem ouvia, eu só sabia pensar no meu filho. Cadê o desgraçado do Thiago?
- Tá ouvindo porra - ele gritou e eu sai dos meus devaneios
- Deixa eu ir, por favor - falei chorando e tentando me soltar
- Você vai entrar nesse carro, no banco do carona e a gente vai pra outro lugar bem legal
- Eu não pra lugar nenhum com você - gritei e consegui dar uma joelhada no saco dele
- Filha da puta - quando eu fui correr ele puxou meu pé e eu caí no chão
Eu caí de cara no chão e ralei a lateral do rosto, ele me puxou pelo pé fazendo eu arrastar o rosto no chão e me ralar mais ainda
- Me deixa em paz, por favor, eu te imploro - falei chorando
- Para de ser chata Melissa, porra - gritou e bateu minha cabeça no chão umas 3 vezes, a dor de cabeça veio na hora
Ele me levantou e me colocou dentro do carro
- Fica quieta aí - falou com o dedo na minha cara, colocou o cinto em mim e fechou a porta
- Ele deu a volta e entrou no carro, ligou o mesmo e eu chorava alto
- Para de chorar merda - socou o volante
Ele pegou o meu rosto, apertando o meu maxilar e falou bem perto
- Ou você para de chorar agora, ou você vai morrer agora - me soltou com força e eu me encolhi no carro
Uma moto entrou na rua com o farol alto e parou bem na frente do carro, o farol do carro também estava alto então não dava pra ver quem era, mas quando a moto parou na frente do carro eu já sabia que era alguém vindo me ajudar, tinha que ser.
Foi tudo muito rápido, a moto parou e um tiro furou o vidro e parou direto na cabeça do Playboy, na hora eu tomei um susto e gritei, ele morreu na hora, a cabeça dele caiu no volante e o sangue não parava de escorrer
Eu nunca tinha visto ninguém morrer na minha frente, era a primeira vez, eu chorava mais ainda, era muita informação.
Senti a porta do carro ser aberta e quase cai por tá encostada nela, senti uma mão me segurando e quando olhei era o Thiago, na hora o alívio tomou conta de mim
Abracei ele forte e ele retribuiu, eu não conseguia parar de chorar
- Vamos embora daqui - ele falou e eu assenti
Ele me soltou dele e tirou o cinto de mim, me ajudou a sair do carro e a gente foi pra moto, ele subiu e me ajudou a subir, segurei nele e ele saiu voado.
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A mulher do dono do morro
Fiksi RemajaMelissa é a famosa "mulher de bandido", vive em um relacionamento com Playboy, dono da favela do Juramento, sua vida se resume a altos e baixos, é independente, mas com o marido que tem, tudo fica mais difícil. De repente ela conhece o dono do Compl...