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Eu vi ele, mas ele não viu. Junto com ele estava mais três, ele estava falando no celular, mas o barulho dos tiros não deixava eu ouvir o que ele estava falando

Mandei dois subirem na laje que dava pro beco, eu tinha que apagar os três que tavam com ele primeiro, pra depois brincar um pouquinho com ele.

Fiquei na entrada do beco com mais uns moleques pra se caso ele saísse antes dos outros chegarem na laje.

Não fiquei botando a cara no beco, até porque quem da sorte pro azar é otário. Ouvi uns tiros vindo do beco e só quando cessaram eu botei a cara, os três já estavam apagados e o viado listrado estava caído com um tiro no joelho e outro na mão.

Os moleques são bons papo reto, só atirador de elite.

Balancei a cabeça pros moleques descerem da laje e cheguei perto do Zebra, ele estava caído tentando levantar.

Pisei no joelho dele e ele gritou

- Filho da puta - resmungou

Essa dor que tu tá sentindo não é nem um terço da dor que tu vai sentir daqui a pouco - dei um soco na cara dele - Pior coisa que tu fez, foi botar a cara aqui

Os moleques amarraram ele e levaram ele pro quartinho do abate.

Continuei na guerra, agora mais tranquilo, já tinha quem eu queria na mão.

Já estava amanhecendo quando os fogos estouraram anunciando que tinha acabado, o pouco dos viados que sobraram meteram o pé.

Tava subindo com a tropa em direção a boca, cortamos caminho por um beco, quando eu sai do beco senti uma ardência no ombro, fui pra pegar o fuzil e senti outra ardencia na perna. Só vi o otário sendo comido no tiro, senti minha perna bamba e cai

- Qual foi patrão, vou buscar o carro pra te levar pro postinho

Não falei nada, coloquei a mão no meu ombro e um moleque amarrou a camisa dele na minha perna, o mesmo moleque que atirou no zebra.

Nem sei de mais nada que aconteceu, só vi tudo girando e eu apaguei

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A mulher do dono do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora