A mulher do dono do morro

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Depois de falar com Thiago, continuei deitada conversando com as meninas e vendo algum filme.

Minha mãe chegou e ficamos um bom tempo conversando, até que o sono me pegou e eu apaguei.

Acordei de madrugada sentindo minha calcinha molhada, fui no banheiro sem acreditar que eu tinha feito xixi na cama, mas não parecia xixi, nem tinha cheiro, me troquei e voltei a dormir. Acordei mais umas duas vezes molhada de novo, aí eu já estranhei, se não era xixi, só podia ser a minha bolsa. Peguei meu celular e liguei pra minha médica

- Ligação On -

Carol: Oi Melissa, o que houve?

Melissa: Desculpa incomodar ligando essa hora Carol, mas acho que a minha bolsa estourou

Carol: Por que?

Melissa: Ja acordei umas três vezes com a calcinha molhada e não é de xixi, mas tô confusa porque é muito pouco líquido

Carol: É a sua bolsa mesmo Melissa, você vai entrar em trabalho de parto, fica de olho nas contrações, marcando certinho, umas 7h eu tô aí

Melissa: Tá bom Carol, obrigada, desculpa qualquer coisa

Carol: Nada

- Ligação Off -

Olhei a hora, 6:12h. Tomei um banho e veio uma contração, um pouco mais forte, durou um tempo mas logo passou. Peguei meu celular e liguei pro Menor, o viado não atendia a merda do celular

- Ligação On -

Menor: CARALHO! Chata pra porra

Melissa: Não grita não, seu deficiente mental

Menor: 6:47 da manhã Melissa, porra, fala logo o que tu quer

Melissa: Tem como tu dar um jeito de deixar o Thiago com um celular lá dentro? Pelo menos por hoje

Menor: Difícil, por que?

Melissa: Porque o seu afilhado vai nascer e eu queria que ele estivesse aqui, mas como ele não está eu quero falar cm ele e mostrar pra ele o filho dele nascendo, eu quero que ele esteja aqui comigo, mesmo que não esteja realmente. (falei chorando)

Menor: Para de chorar Melissa

Melissa: Eu quero ele aqui comigo Menor, eu preciso dele aqui. Eu não vou conseguir sozinha, é o meu primeiro filho, filho do homem que eu amo e ele não tá aqui, eu tô sozinha. Ele não vai segurar a minha mão quando essa merda de contração vim e eu precisar de uma mão pra segurar e morder

Menor: Eu não sei o que falar pra você, papo reto

Melissa: Tira ele de lá, por favor, eu não aguento mais. Ele não estava comigo quando eu descobri a gravidez, não estava aqui quando eu tinha os meus desejos doidos, ele não foi mais buscar coco pra mim e nem me impediu de comer sabonete, ele não estava aqui quando eu descobri que é um menino, ele não vai tá aqui quando ele nascer e eu não quero que ele não esteja aqui quando o Miguel der o primeiro passo, nem quando ele falar pela primeira vez. Eu quero que ele presencie quando ele falar mamãe e fique puto por essa ter sido a primeira palavra dele e não papai. Eu quero que ele ensine futebol pra ele junto com você. A gente precisa dele, então por favor tira ele de lá

Menor: Eu te prometo que vou fazer o possível e o impossível pra tirar meu irmão de lá o mais rápido que eu puder e prometo que vou arrumar um celular pra ele, agora pelo amor de Deus, se acalma

Melissa: Obrigada

Menor: Assim que eu conseguir eu te mando mensagem e me deixa informada sobre meu afilhado

Melissa: Ok

- Ligação Off -

Desliguei o celular e fui acordar a minha mãe, parei no corredor e respirei fundo tentando conter meu choro, me apoiei na porta e me curvei sentindo a contração chegar. Depois que passou, entrei no quarto e acordei minha mãe

- Mãe - balancei a mesma que acordou fácil, ela sempre teve um sono leve

- Oi filha, o que foi? - sentou na cama assustada

- A bolsa estourou - falei e ela arregalou os olhos

- Sério?

- Aham, eu já falei com a Carol e ela já tá vindo

- Meu Deus, deixa eu levantar - Levantou e foi no banheiro - Como são as contrações? - perguntou do banheiro

- Estão vindo de 5 em 5, as vezes de 3 em 3 minutos , não duram muito tempo, mas já estão vindo um pouquinho mais intensas

- Será que meu neto vem hoje? - perguntou toda boba

- Não sei, tomara que sim - sorri

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