Capítulo 8

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Eles se dirigiram até o sofá, e se sentaram. Lúcio havia pegado uma garrafinha de cerveja, enquanto mexia no controle da televisão, a procura de algum filme no canal de streaming. Ela abriu o pacote de bolacha e mastigava, estando em totalmente silêncio.

— Por que você me evita? — A loira perguntou de repente, vendo-o lhe encarar com a testa franzida.

— Como? — Lúcio questionou, intrigado — Eu não te evito. doida?

— Nas disciplinas que pagamos juntos — explicou — Você desvia o olhar quando eu te olho. E no pátio, algumas vezes eu passo por você e pelo Júlio e só ele me cumprimenta...

— Me tira uma dúvida... — Ele cerrou o cenho, apenas querendo confirmar a informação — O que você é do Mateus e do Fernando?

— Somos irmãos — respondeu ela, intrigada.

— E você sabe que eles me odeiam, né? — O rapaz perguntou em um tom divertido, fazendo-a sorrir.

— É, sei... Inclusive, me mandaram ficar longe de você.

— Mandaram foi? — Lúcio gargalhou — Então, ainda quer saber o porquê eu te ignoro? — Sua pergunta foi retórica — Você presenciou minha última briga com o Mateus, então sabe que é o clima não é bom.

— Mas estou aqui... — Ela provocou — Isso daria uma boa confusão.

— Bom, sendo assim, é melhor você ir... — Um sorriso falso apareceu em seus lábios, e ela apenas rolou os olhos, ignorando-o.

— Se você não falar que eu estive aqui, eles nem irão saber — seu tom de voz foi desdenhoso.

— Até porque, eu converso muito com eles, para contar sobre isso, né? — Lúcio estalou a língua, olhando-a com tédio.

— E na faculdade? Eles não estão durante nossas aulas... — Ela prosseguiu.

— Cara... — Ele suspirou forte, dando uma risada intrigada — Para que você quer que eu te olhe? Aliás, o que você quer me olhando? Hã?

— Ah, a cala a boca! — Ela exclamou, estalando a língua — Vai colocar o filme, não?

— Você que veio com questionamento idiota... — Ele bufou.


Os dois se acomodaram no sofá, e quando o filme se iniciou, ficaram distraídos e calados. Lúcio já havia bebido todo o conteúdo da sua garrafa, enquanto Larissa comia a bolacha. O filme rodava há pelo menos meia hora, quando ela se engasgou e começou a tossir. Automaticamente, a garota levantou-se do sofá, enquanto ele pausava o filme, e apontou para o frigobar.

— Tem refrigerante aí... — Ele respondeu.


Ela puxou a porta do frigobar, pegou uma lata de refrigerante e a abriu. Em seguida, deu um gole, e enfim um suspiro de alívio, ao melhorar do engasgo e da tosse. Quando ele a viu melhorar, fez um gesto para o frigobar novamente, pedindo um refrigerante também.

A loira pegou outra lata e lançou para ele, jogando-a para cima. Lúcio pegou o refrigerante no ar, não se dando conta do efeito que causaria, e o abriu em seguida. A agitação do conteúdo, fez o líquido espirrar para todos os lados, inclusive em seu rosto e sua blusa.

— Caralho! — Ele gritou, enquanto ela dava um pulo para trás, assustando-se — Que merda, cara...

— Foi mal... — Ela pôs a mão em frente sua boca, mas não conseguiu controlar o riso.

— Isso não tem graça... — Ele disse entediado e se pôs de pé, enquanto punha a lata sobre o frigobar.


Em dose duplaOnde histórias criam vida. Descubra agora