Capítulo 49

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Em seguida, seu olhar foi até Liu, que se aproximava dos irmãos, com um olhar preocupado. Mas o momento fora interrompido com a voz rude de Mateus, vindo em sua direção.

— Cara, tu é um otário! Um babaca, imbecil... Acha que arrebentando a cara dos outros vai resolver algum problema? Olha a merda que você fez, olha o estado que o Fernandes ficou! — Ele gritou, apontando o dedo na cara de Lúcio.

— Fica fora disso, Avelar — balbuciou o gêmeo, sem paciência.

— Fica fora é um caralho! Ninguém te aguenta mais! — O loiro retrucou — O braço do cara está inchado, deve ter quebrado ou luxado... Mal começamos os treinos e já vamos perder uma atleta por causa da tua falta de controle.

— Você não sabe o que está falando... — Lúcio agitou a cabeça para os lados e virou-se, indo para seu carro — Leva esse babaca para o hospital e não faz perguntas.

— Seu merda! — Mateus grunhiu, indo para cima de Lúcio, que apenas deu um passo para trás, enquanto Júlio se colocava em sua frente e Fernando o puxava pelas costas.

— Violência com violência, Mateus. Excelente ideia! — O irmão resmungou, lhe puxando pelo braço e depois olhou para Alex — É melhor ir para o hospital mesmo.

— Deveríamos ir para a polícia — sugeriu Mateus, deixando Júlio tenso.

— Não tem necessidade... — Ele falou imediatamente, encarando o irmão e lhe dando um olhar de desespero.

— Eu acho uma ótima ideia! — Lúcio falou em alto e bom som, dando um sorriso e fazendo Liu e Júlio se olharem — Vou até no carro de vocês, para não ter o risco de eu fugir, né? Que tal, Fernandes? O que você acha? — Ele passou pelo irmão e por Mateus, indo em direção a Alex, Martins e Souza.

— Vai à merda, Bonates! — Fernandes cuspiu as palavras e olhou para os dois amigos — Eu quero ir para o hospital. Meu braço está doendo demais. Não precisamos ir até a polícia.

— Mas Fernandes... — Martins murmurou.

— Martins, fica quieto. Depois eu explico, mas não dá para ir para a delegacia. Vai dar uma merda muito grande. — Ele disse em sussurro e o outro assentiu.

— Eu e o Souza vamos levá-lo para o hospital... Vocês resolvam aí e depois me avisem, tá? — Martins gritou, fazendo Mateus, Fernando e Igor se entreolharem e depois olharem para Lúcio, Liu e Júlio.

— Eu sabia que ele não iria querer ir... — Lúcio concordou, dando de ombros e voltou para seu carro — Ele tem mais a perder do que a ganhar indo até a polícia — disse para Mateus — Então, só pensa um pouco, Avelar. Você acha mesmo que o culpado aqui sou eu?

— Guimarães. Está sabendo de algo? — Júlio indagou, após Lúcio destravar o carro e entrar.

— Eles começaram a se insultar, depois um bateu no outro e quando eu vi que a coisa iria piorar, fui chamar vocês.

— Ok. Você leva meu carro? Vou ter uma conversinha com o Lúcio... — Júlio entregou a chave para Igor e abriu a porta do carro do irmão.


Quando Lúcio virou o rosto vendo que não era Liu que havia entrado, rolou os olhos e deu partida no carro. Júlio colocou o cinto de segurança, e ficou a agitando a cabeça para os lados, querendo se manter calmo, porém estava mais irritado que das outras vezes.

— Quando você vai parar com isso? — questionou, com a voz controlada, mas bufando — Quando você vai tomar jeito na vida? Quando vai parar de resolver tudo na porrada? Eu não aguento mais isso. Não aguento mais te ver machucado, e muitas vezes eu nem sei o motivo, nem com quem você brigou... Não sei mais por onde você anda. Se vai voltar para casa... foda, Lúcio. Muito foda ter que aguentar tudo isso!

Em dose duplaOnde histórias criam vida. Descubra agora