Capítulo 25

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Na sexta-feira, durante o almoço, o clima estava estranho a mesa. Na quinta, o irmão mais velho não tinha aparecido para almoçar, e Fernando e Larissa foram andando para a faculdade.

Hector chegou para almoçar quase no mesmo horário que Mateus, e silêncio reinou à mesa. Fernando não dirigia a palavra ao irmão, desde o episódio com Paula, e Larissa se mantinha calada, para não causar mais briga.

— Alguma coisa aconteceu e eu não estou sabendo? — Hector olhou para cada um deles.

— Não... — Mateus murmurou — Estou cansado apenas.

— Você deveria dar uma diminuída nas saídas durante a semana. — O pai comentou — Você chega quase de madrugada e tem estágio cedo. Passa a tarde na faculdade e à noite no treino...

— É. — Ele se limitou a dizer.

— Quando voltam a treinar pelo clube? — Ele insistiu, dessa vez encarando o caçula.

— Mês que vem. — Fernando respondeu, e nesse momento, Mateus arrastou a cadeira e levou seu prato até a pia.

— Larissa, vou dormir um pouco. Só tenho aula às dezesseis horas — informou — Você consegue uma carona?

— Claro. — A loira assentiu, e ele saiu da cozinha.

— Foda-se como eu vou, né? — Fernando bufou uma risada indignada — Pai, eu poderia ter um carro, né?

— Você tem como bancar? — Hector ergueu as sobrancelhas e afastou a cadeira — Mateus tem a remuneração do estágio. Ele arca com as despesas, e gasolina. Faz a manutenção...

— Ok, já entendi. — O loiro resmungou — Vou ligar para o Júlio. Não sei que horas ele tem aula, mas sei que temos uma matéria juntos às dezoito.

— Eu acho que vou caminhando... — Larissa comentou para o irmão — Preciso pegar um livro na biblioteca antes da aula das duas.

— Toma cuidado. — Fernando pediu, e ela assentiu.

***

Mateus vinha pelo corredor, quando Fernando subiu as escadas, e encarou o irmão. O mais velho ia entrar em seu quarto, mas parou, e esperou que o outro se aproximasse.

— O que foi, Mateus? — Fernando perguntou impaciente.

— Agora, sem a Larissa por perto... — Ele murmurou — Vai falar sobre o lance da Paula?

— Ainda aquele beijo? — O loiro arqueou as sobrancelhas — Esquece isso.

— Me diz o porquê. — Ele pediu.

— Por que eu a beijei? Sério mesmo? Precisa de um motivo? — Ele indagou, e o outro continuou a lhe olhar — Eu senti vontade de beijá-la, Mateus. Fazia tempo que não nos encontrávamos, e ficamos conversando a noite toda, eu gostei do papo, me senti atraído... Mais alguma coisa? — Perguntou, cheio de ironia.

— Depois eu que não presto... — Mateus rolou os olhos, e virou-se entrando em seu quarto — E sou o único cafajeste aqui.

— E eu sou cafajeste? — Fernando questionou, seguindo-o.

— Foi idiota você beijá-la por pena.

— Eu já disse que não foi por pena... — O outro protestou, parando no meio do quarto — E se for, desde quando você se importa com ela? Ficou com outra, mesmo sabendo que ela estava lá.

— E eu não deveria ficar por qual motivo? — Mateus deu uma risada debochada — Não tenho nada com ela. Nem interesse...

— Não está parecendo. — O loiro murmurou, agitando a cabeça para os lados e deu as costas para sair, mas então parou — Mateus.

Em dose duplaOnde histórias criam vida. Descubra agora