Capítulo 20

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Quando terminou sua última aula, a loira se dirigiu até o ginásio da faculdade, e sentou-se na arquibancada. Havia outros alunos espalhados pelo lugar, e o treinador já estava em quadra com alguns veteranos e os calouros, que fariam a seletiva. Seu olhar passou por todos, mas parou em Lúcio, que estava ao lado do irmão. Seus olhares se encontraram e trocaram um sorriso fraco, que a deixou surpresa.

O treinador mandou os veteranos para o banco de reserva, e enquanto eles caminhavam até lá, os olhos da loira avistaram Júlio e Igor. Ela sorriu para eles, e ambos sorriram de volta, mas enquanto seu olhar vagava de volta para a quadra, a procura de Lúcio, ela encontrou um par de olhos negros a encarando. Fernandes sustentou aquela encarada, que a deixou presa, até ser desperta pelo apito do treinador.

Ao terminar as atividades, o treinador chamou o restante do time para jogar junto. Ele e seu auxiliar conversaram, enquanto os rapazes jogavam, e em seguida um apito fez com que todos eles se aproximassem.

— Bom... Vejo que tenho dois Bonates aqui. — O treinador Luiz disse, olhando de um para o outro — Espero que além da aparência, você seja parecido com seu irmão em quadra. Não quero problemas aqui — disse, encarando Lúcio.

— Ele é melhor que eu. — Júlio respondeu com diversão, fazendo o treinador olhá-lo.

— Eu sei que ele é bom, Júlio. Muito bom. Eu já o vi jogando. Já vi boa parte de vocês. Ou pelas outras faculdades, ou pelos times regionais — informou o treinador — Porém, estou falando de comportamento. O seu... — disse olhando sério para Lúcio e depois encarou Mateus — E seu também. Já te vi jogar e você não é nada amigável. Minha intenção é formar um time que jogue bem, ganhe os jogos e se respeitem. Não vou perder meu tempo treinando homens que vão se matar em quadra por interesses pessoais. Então, fiquem cientes que qualquer briga aqui, é expulsão. Tenho um time reserva tão bom quanto o principal, então não queiram testar minha paciência. — Ele disse ríspido, fazendo os rapazes se entreolharem — Cinco minutos para irem beber água, vestir o colete e voltar para o jogo!


Eles assentiram e saíram da quadra, indo até o próximo corredor, onde ficava localizado dos bebedores. Júlio caminhava com Igor naquela direção, mas desviou para a arquibancada, assim que avistou Larissa.

— Oi. — Ele sorriu, sentando-se ao seu lado — Está fazendo o que aqui?

— Hã, vim ver meus irmãos... — disse indicando os dois saindo da quadra e no mesmo momento viu Lúcio passando, com a cara fechada e o olhar fixo nela.

— Eu ia passar na tua casa depois do treino. Queria saber se você quer fazer alguma coisa comigo. Sei lá, para algum barzinho, ou um restaurante... — disse encolhendo os ombros — Para compensar o furo de sábado.

— Hã, ah... Pode ser. — Larissa assentiu. — Quando?

— Amanhã ou quarta. Não sei. Quando você estiver disponível.

— Pode ser amanhã então... — Ela informou — Me manda mensagem com o horário, para poder me arrumar e...

— Vocês vão para onde? — Mateus intrometeu-se, sentando-se ao lado vago de Larissa, enquanto Fernando, Martins, Fernandes e Souza paravam no degrau abaixo.

— Vamos sair para comer alguma coisa, Mateus — repetiu Júlio, um tanto sem graça.

— Quando? — Ele pediu, vendo os dois calados — Diz aí, ué. Quando e onde, que nos encontramos lá... — O irmão pediu, fazendo Larissa suspirar forte.

— Mateus, por favor... — Sua cabeça girou na direção do irmão e ela lhe deu um olhar efusivo, mesmo que ele sorrisse com cinismo.

— Ué, não vão só comer? Que mal tem de irmos juntos? É até melhor, porque a conta rachada sai mais barata. — Mateus questionou, mantendo o sorriso, fazendo Martins e Souza rirem, enquanto Fernandes apertava os lábios, e Fernando agitava a cabeça, desaprovando o irmão.

Em dose duplaOnde histórias criam vida. Descubra agora