Segunda-feira à tarde, Lúcio estava na casa de Ana, deitado em sua cama, cobertos apenas por um lençol. Os corpos estavam suados, e ela ainda ofegava, após o fim da relação sexual que havia acabado de acontecer. Essa era a forma que Ana resolvia as brigas do casal, quando ele estava bem furioso com ela.
Ele olhou na tela do celular, vendo que já era mais de três e meia da tarde, e que a primeira aula daquele dia, ele já havia perdido. Então levantou-se, pegando sua cueca sobre a cama e se pôs de pé, vestindo-a.
— Já vai se vestir? — Reclamou a namorada.
— Eu preciso ir — informou, abaixando-se para pegar sua calça jeans.
— Ah amor... Por quê? — Ela perguntou manhosa, arrastando-se até a beirada da cama e se sentando — Fica comigo... Temos a casa livre até as seis horas.
— Eu estou perdendo aula, Ana. — Ele falou distraído, vestindo-se — O semestre mal começou e já tenho falta em uma disciplina.
— Preciso perguntar uma coisa que está martelando em minha cabeça... — Ela disse em tom de resmungo.
— Hum... — Ele não lhe deu muita atenção, e se sentou na beirada da cama, para calçar seu tênis.
— É só pelo sexo? — Ana indagou, e o viu virar o rosto para ela — Que você está comigo, Lúcio.
— Isso é sério? — Ele deu uma risada debochada e ela continuou a lhe olhar efusiva — Não, Ana. Não é, ok? Eu gosto de você.
— Você não gosta de sair comigo. Só quer vir aqui para casa. Geralmente a gente transa e então você vai embora... — Ela argumentou, levantando-se da cama e fora acender a luz do quarto.
— Eu não curto muito sair. — Ele mentiu, já que não curtia sair com os amigos dela — Gosto de ficar em casa com você. E quanto ao sexo, é você que tenta me comprar toda vez que brigamos.
— Eu não faço isso! — Ela exclamou chocada.
— Faz sim... — Lúcio riu — Sempre que ficamos brigamos, você sente uma vontade absurda de transar. Não é? — Suas sobrancelhas arquearam e ela rolou os olhos, fingindo indignação.
Ana foi até o interruptor, acendeu a luz, e voltou para sua cama, pegando a calcinha e a camisola para se vestir. Porém, quando seus olhos bateram nas costas desnudas do namorado, percebeu que havia alguns machucados ali. No mesmo momento, ele se pôs de pé, e ela pôde ver a marca roxa no quadril, a mesma que Larissa havia notado.
— Você se machucou, amor? — Ela aproximou-se, e no mesmo momento, ele colocou a blusa, para que ela não pudesse ver de perto.
— Treinando, Ana — falou secamente.
— Os treinos já começaram? Achei que o clube havia dado férias para vocês — a testa da morena franziu e ela ficou lhe encarando até ele bufar.
— O que, Ana? — Perguntou impaciente — Eu estava jogando com o pessoal, e me machuquei, oras. Normal isso... O que foi agora? Qual o problema disso?
— Você não arrumou problema por aí, não né? — Ela questionou, cruzando os braços, enfurecida.
— Não. E ô... — Ele se aproximou e segurou em seu queixo, lhe dando um selinho — Eu preciso ir.
***
Em torno das quatro horas da tarde, Larissa saiu da sala de aula, e foi em direção ao pátio da faculdade, antes do início da próxima aula. Estava no corredor, quando ouviu seu nome ser chamado, e ao olhar para trás, viu Júlio se aproximar. Ela esperou que ele lhe alcançasse e o cumprimentou com dois beijos no rosto e uma troca de sorriso.

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Em dose dupla
Teen FictionJúlio e Lúcio Bonates são irmãos gêmeos, que apesar de idênticos fisicamente, possuem personalidades bem diferentes. O primeiro é o sonho de qualquer garota: romântico, educado e carinhoso. Já o outro mantém uma reputação ruim. É prepotente, arrogan...