Capítulo 7

798 60 6
                                        

Lúcio estava jogado no sofá da sala, mexendo em seu celular, quando Júlio apareceu ali, sentando-se ao lado do irmão. Ele tinha um lanche em mãos e mastigava, enquanto via o outro irritado em seu celular.

— O pai vai ficar furioso se descobrir dessa briga na faculdade. — Júlio falou — Você sabe que pode dar muito ruim para você, se acontece aquilo de novo.

— Ele já deve estar acostumado. — Lúcio revirou os olhos — Ele quis me matar por causa daquela carta do clube.

— Bom, se ele não está acostumado, deveria ficar, porque pelo jeito você não pretende mesmo parar de se meter em confusão, né?! — O irmão disse a contragosto.

— O Mateus que veio para cima de mim, Júlio. Não fiz nada... — O gêmeo protestou, mas o outro não acreditava.

— Quem não te conhece que te compre, Lúcio. Alguma coisa pelo menos você falou para o Mateus. — disse debochado.

— Eu esbarrei na vizinha pirralha pela segunda vez hoje, o celular dela caiu, eu peguei e tinha trincado a película. Ela achou que era a tela, gritou comigo, dizendo que a culpa era minha, e quando vi, o Mateus já estava tentando me acertar. — Ele explicou, omitindo inúmeras partes.

— Ela estava muito puta contigo! — Júlio comentou, antes de dar uma mordida em seu lanche — Aliás, o que ela é do Mateus?

— Não sei... — Lúcio deu de ombros — Eu acho que eles estavam indo se encontrar, porque ele veio na direção dela, quando tudo aconteceu.

— Você poderia descobrir para mim... — O outro pediu.

— Não me mete nessa... — Lúcio deu impulso e se levantou do sofá — Eu nem falo com ela, Júlio! Quem tem intimidade é você.

— Oi? — Eduardo, o pai deles, franziu a testa, ao chegar em casa e os encontrar juntos na sala — O que aconteceu?

— Estamos apenas conversando... — Lúcio deu de ombros, e apressou o passo para sair dali, mas Eduardo fora mais rápido, e viu um machucado no rosto do filho.

— Andou brigando? — Indagou, segurando-o pelo braço, para que ele não fugisse.

— Só me defendi — disse impaciente, mas o pai levou o olhar para o outro gêmeo, como se pedisse confirmação.

— Onde?

— Na faculdade. — Lúcio respondeu secamente, vendo-o agitar a cabeça para os lados.

— Quer ser expulso de outra? — Eduardo suspirou forte e largou o braço do filho — Não está satisfeito com a merda do ano passado?

— Ele realmente só se defendeu, pai. Eu vi... — Júlio interrompeu, levando o olhar até Lúcio, que assentiu, agradecendo ao irmão

— Com quem foi dessa vez? Fizeram boletim de ocorrência? Preciso resolver alguma coisa? — O Pai perguntou impaciente.

— O Mateus Avelar novamente... — Júlio respondeu pelo irmão.

— O mesmo da confusão do clube? — Eduardo franziu a testa e viu o filho assentir — Aliás, como é o outro sobrenome dele?

— Ignachy — disse Lúcio — Por quê?

— A empresa que eu trabalho comprou algumas umas ações no final do ano, e eu tive que assumir uma cadeira no conselho de lá. Ajudei na negociação, juntamente ao Hector. Hoje assinamos alguns papéis e se não me engano, o sobrenome é o mesmo. Só que eu não me lembrava onde já havia visto. — Ele comentou, mantendo a testa franzida com estranheza.

Em dose duplaOnde histórias criam vida. Descubra agora