Capítulo 2 ( JAMES )

224 6 0
                                    


          Rasgo a manga de minha camisa, a poeira é intensa no centro da cidade, enrolo o pedaço de pano em volta da minha cabeça cobrindo o nariz.
        – Socorro... Você viu meu filho? – uma velha segura meu braço.
        – Não, senhora venha...
        – Eu quero meu filho – ela corre desesperada
        Olho em minha volta, por alguns segundos não escuto o choro das mulheres, nem os gritos de dores dos soldados feridos no chão. Saiu correndo, preciso chegar na Vila dos seres da floresta. Encontro um cavalo amarrado em um poste, disfarço o laço e rapidamente monto no cavalo, ao meu comando ele começa a correr, homens mortos por toda parte, o cheiro de sangue é quase insuportáve...
          Vou saindo do centro e entro em umas ruas estreitas, aqui parece que nada aconteceu, a poeira vai diminuindo, observo o cavalo, ele é forte como um touro, seus cabelos negros deslizam ao vento. Vamos passando pela campina, em minha frente está a floresta, tão calma e verde, puxo as cordas em minhas mãos, o cavalo para, olho para cidade, vejo a grande fumaça ao fundo.
          – Eu preciso chegar na cidade franciscana!
           Entramos na floresta, não sinto mais o cheiro exacerbado de sangue, aqui o ar é puro e úmido.
            – Ah... – uma voz forte grita atrás das árvores
            – James Watson? – fala um ser da floresta, ele estar montado em um cavalo tão forte quanto o meu.
            – Eu preciso falar com Ava – ele me analisa.
            – Vamos – ele corre em minha frente – as mulheres da Vila montam melhores que você!
            – Estou na sua cola – eu grito

                               ×××

             Estar uma movimentação estranha na Vila, eu quero ver Sophie e os outros, mas, sou levado direto para o salão da floresta, o homem vai embora, o guarda da porta manda eu entrar... ele diz que Ava me espera, franzo o cenho, como ela pode me esperar? Não pergunto, apenas entro em silêncio.
              – Watson?
              – Por favor senhora, eu preciso de homens para resgatar Katy na cidade franciscana.
              – Ela é... – ela levanta, em seguida vai descendo as escadas de madeira, ela vem lentamente em minha direção – uma menina valiosa!
              – Ela é tudo que eu tenho!
              – Em breve você descobrirá o que realmente é, então verá que tem bem mais do que imagina – sua voz é forte, ela para em minha frente, lentamente em zig-zag uma borboleta pousa no ombro dela – Ela está entrando na cidade agora.
             – Eu vou matar todos.
             Corro em direção a saída – Eu vou matar esses filhos da mãe – serro os dentes, antes de sair pela grande porta centenas de borboletas voam em meu redor, caiu de joelhos no chão colocando as mãos no ouvido, escuto vozes, posso ouvir os gritos do meu pai batendo na minha mãe, o barulho é ensurdecedor... derrepente escuto a voz de Katy, é doce, ela chama meu nome, sua voz vai ficando mais forte, agora ela grita meu nome, parece desesperada...
               – Katy... Eu te amo Katy... Katy! – lágrimas escorre dos meus olhos, sinto sua voz desaparecer não na multidão de pessoas e sim de borboletas. Eu sei que não são pessoas reais, no final são elas...
               – Você não pode entrar na cidade sozinho – Ava parece está dentro da minha cabeça agora.
                As borboletas voltam para árvore, sinto minha respiração ofegante, ela volta para cadeira, a calda de seu vestido parece folhas ao vento, por um momento tudo que consigo observar é sua beleza, até que meu coração dispara ao lembrar de Katy novamente.
                Alguns guardas entram no grande salão, fico feliz em ver Lewis outra vez, ele nos levou para guerra da luz, sorte a dele não ter ido.
               – Mãe da floresta! – os cinco homens param diante dela.
               – Eu chamei vocês para dar uma missão muito importante.
              – Pode falar senhora!
              – Vocês acompanharão o Sr. Watson até a cidade franciscana.
              – Precisamos salvar Katy Watson – todos olham para mim quando falo, ando até o círculo – não podemos deixar ela para trás.
             – Ela nos salvou da bruxa Alice, será uma honra ajuda-lá! – um dos guardas fala com sua espada na mão.
              – Sim, daremos nossas vidas se for preciso – fala Lewis com os olhos enterrados em mim.
              – Vocês não estarão sozinhos! – todos olham para Ava, o sol estaciona atrás de sua árvore antes de partir – agora vão.

Mutantes Vol. 3 KATASTROPHE o finalOnde histórias criam vida. Descubra agora