O dia estar calmo, as horas parecem não passar, sinto o cheiro de terra molhada, pássaros cantam até que por alguns minutos não consigo ouvir mais nada, tudo ao meu redor parece ter desaparecido.
– Este será seu memorial! – lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto.
Jogo a faca de serra no chão, observo seu nome “Aidan” estampado no tronco da grande árvore. Me ponho de joelhos aos prantos – ah... lembro dos seus olhos, seu cabelo loiro!!! – a árvore vai congelando, não consigo parar isso, não quero. Seu tronco vai ficando branco, tudo na árvore vai perdendo a cor. Meu coração parece que vai parar. Só agora tive tempo para deixar a máscara cair, um sentimento de saudade invade todo meu ser.
– Megan?! – sua voz parece uma leve brisa no meio das minhas ruínas, me puxando de volta para o mundo onde tenho que ser forte.
Olho para árvore agora, um leve ar de riso aparece em meu rosto vermelho – parece as árvores da cidade dos seres de gelo, tão linda, tão branca.
– Max! – meus olhos encontram os seus...
– Estou aqui meu amor.
Ele se aproxima com cuidado, não queria que me visse assim, estou devastada. Então posso sentir seu abraço que parece tentar concertar tudo por um curto espaço de tempo.
– Não tive a oportunidade de abraça-lo.
– Ele te ama, muito!
Seu abraço vai ficando apertado, já se passaram minutos, ele parece não ter pressa, ele não me faz perguntas, ele não me solta, simplesmente ele está.
– Obrigada! – é tudo que consigo dizer.
Transformo as rosas aos pés da árvore em rosas de gelo, respiro fundo mais uma vez olhando para ela, desta vez as mãos de Max estão nas minhas.
– vamos? – pergunto
– quando você quiser.×××
Vamos voltando para a Vila, sua mão quente na minha, o sol frio sobre nós nos encontrando através das grandes arvores tão tropicais.
– Ainda não temos nenhum sinal deles. – sinto a preocupação no tom de sua voz.
Ao chegar na Vila vejo Sophie brincando com Flora, quando ela nos ver corre para nos abraçar.
– Tia Megan, olha! – ela me mostra o colar de flores que Flora fez.
– linda!!! – seu sorriso meigo ainda assustado me deixa encantada.
– Tio – sua expressão agora muda – Onde estão eles?
Seus olhos estão vidrados em Max, olho para Flora, Max não consegue dizer nada, não sei o que dizer.
– Eles estão chegando querida! – diz Flora levando-a para brincar com as outras crianças.
– Preciso falar com Ava. – vou em direção ao salão.
– Megan, espere! – Ele vem atrás – O que você vai fazer?
– Não podemos mais ficar escondidos.
Sinto raiva em ficar sem fazer nada, precisamos lutar contra Francisco, todos juntos. Max vem ao meu lado...
Não espero ser anunciada, não espero autorização, entro no salão, ela parece esta em uma reunião com seu pequeno conselho, todos me olham dos pés a cabeça agora.
– Na cidade dos seres de gelo não te deram educação? Esperava mais de uma guardiã da grande Vitória. – um deles fala, me examinando.
– foda-se você. – cerro os olhos enquanto ele sorrir debochado.
– já chega. – grita Ava – saiam todos, me deixem com o casal.
– Não Vamos fazer nada? – digo quando todos já têm saído.
Seus olhos passeiam lentamente pelo salão, parece procurar as palavras certas...
– você acha que sou uma líder covarde?
– O quê? – Não entendo onde ela quer chegar.
– Respondendo sua pergunta interna. Já estamos fazendo alguma coisa, abrimos nossa floresta para vocês.
– E isto é tudo?
Ela levanta lentamente, as borboletas saem da árvore, engulo seco, sei que este é o jeito dela mostrar alguma coisa que ainda não vemos.
– Olhe para Vila, veja todos que precisam de um abrigo. – ela me encara seria – Não se trata de katy, se trata de um todo. Assim como ela lutou, iremos lutar para sobreviver até o último instante.
– Lutou?
Tudo que vejo são borboletas por toda parte... derrepente estou na cidade dos seres de gelo, já não consigo pensar que aquilo é apenas uma ilusão criada por Ava. Lágrimas escorrem pelo meu rosto, a cidade parece tomada pelo exército franciscano, vou andando até chegar na mansão, meus pés travam quando vejo alguns seres acorrentados na frente da grande casa Branca.
Um garotinho de pele branca e cabelos enroladinhos loiros aparece em minha frente, seus olhos azuis me invadem...
– corre! – Ele me olha assustado.
Seus passinhos começam a acelerar, poucos minutos ele está correndo, até que um tiro acerta suas costas.
– Não!!! – quase grito , coloco as mãos na boca, Caio de joelhos no chão.
– É melhor não tentarem nada. – um dos soldados grita com os outros presos. Olho bem para ele, seu jeito frio e calculista me deixa focada em apenas uma coisa.
– Eu vou matar esse desgraçado. – Não consigo me controlar, corro em direção ao homem como um leão atrás de sua caça.
Derrepente como em um piscar de olhos estou de volta ao salão dos seres da floresta, veio as centenas de borboletas voltando para os galhos da árvore atrás de Ava. Meus olhos procuram Max, rapidamente corro para lhe abraçar assim que o encontro.
– É por um todo, Megan. – Suas palavras doces e calmas como uma tarde de inverno me invadem... – Você precisa completar sua missão.
Meu coração parece congelar.
– Me leva para casa, Max!×××
Estou dormindo ao lado de Sophie, ou pelo menos, estava a dez segundos atrás. Olho para o teto enquanto imagino o rosto daquele homem. Levanto lentamente, Max não parece esta dentro de casa, vou até a varanda amarrando meus cabelos.
– Ei?! – Observo seus detalhes, meu coração parece apertar um pouco quando penso nos seres de gelo presos.
– Meu amor, veja. – Ele estende as mãos para me aproximar.
– O que ouve? – pergunto quando vejo Ava no pátio com vários guardas.
– Lobos do Sul – olho para ele apreensiva – foram vistos ao lado Oeste da floresta.
Um silêncio carregado de tristeza toma conta do lugar, sua mão desliza pelas minhas costas, ele me abraça forte agora, então ele quebra o silêncio...
– Eles ainda não chegaram! – sua voz sai seca, mas, cheia de sentimentos.
– Estão chegando. – procuro seus olhos, seus lábios quentes me beijam, não consigo esconder minha preocupação.
– O que Ava te mostrou? – Ele sussurra, me soltando na noite fria.
– A cidade dos seres de gelo está tomada, vários seres de gelo estão presos, sendo torturados pelo exército franciscano.
– Então era essa a missão. – agora ele procura sério meus olhos.
– Eu preciso liberta-los!!!
Suas mãos encontram as minhas, estão quentes, calejadas pelo trabalho aqui na Vila, sinto uma calmaria, derrepente não sinto mais meu peito bagunçado de tanta dor.
– Nós iremos liberta-los.
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Mutantes Vol. 3 KATASTROPHE o final
Science FictionNos últimos meses tudo que vimos foi guerra, sangue, morte e dor, muita dor. Você foi testemunha da nossa guerra para destruir uma inimiga. Você foi testemunha da nossa guerra para destruir a mentira de um líder corrupto. Você viu a queda de duas gr...