Olho para o relógio, são exatamente sete e meia da matina, estamos em alta velocidade pela estrada de barro. Corremos o máximo que essa minivan consegue...
– Esse era os carros ideais que você disse? – pergunta Lewis a Toby no banco de trás junto com Darwin.
– Ah... não brinca – responde Toby se sentindo heróico por ter conseguido um carro.
Relaxo a cabeça no banco do passageiro, respiro fundo tentando espalhar toda tensão do meu corpo, olho pela janela, o clima está mudando, aqui o sol parece mais forte, vi uma vez em uma revista umas praias tropicais no nordeste do Brasil, pelo jeito, o clima aqui é bem parecido.
– Em alguns minutos chegaremos – fala Bristol, sua voz grave e embargada me faz voltar os olhos para ele, agora está focado na estrada esburacada, pelo retrovisor vejo os outros, minha alma enche de preocupação por eles, mas sei que tudo vai dar certo, vamos voltar para os seres da floresta, bem, e com a Katy.Bristol para o carro alguns quarteirões antes da entrada, resolvemos alguns minutos atrás que deixaríamos a noite chegar. Agora meio que me arrependo dessa escolha, nunca fui bom com espera.
– Toby, Você acha que ela estar presa?
– Com toda certeza. Ela é a mutante mais forte desta ilha.
Deveria ficar calmo ao pensar nisso, mas esse fato me deixa mais nervoso, ela não tem ideia de sua força.
×××Deixamos o carro junto de umas árvores fora da cidade.
– Não podemos ficar nas ruas, daqui a meia hora começam os toques de recolher – fala Lewis.
– Nossa carona chegou... – diz Darwin
Toby corre em direção ao caminhão, ele se joga no lado direito do baú, o caminhão perde o controle na pista, agora Logan está no meio da avenida, do chão saem grandes galhos que parecem segurar o caminhão, dois homens saem do veículo assim que ele para no meio fio da contra mão, os galhos seguram os dois homens, Bristol se aproxima deles, de sua boca sai uma fumaça meio Verde, a fumaça envolve os dois homens, agora os gritos deles ecoam pela noite escura, Bristol sai de perto, agora podemos ver eles dois, eles estão pelados, suas peles estão em carne vivas, eles caem no chão.
– Eles estão mortos? – pergunto a Bristol, seus olhos estão verdes cintilantes agora.
– Não. – ele anda em direção ao caminhão.
– James, Lewis e Toby, entrem no baú e se escondam entre as mercadorias.
– Vamos rapazes.Alguns minutos depois Darwin abre a porta, nunca fiquei tanto tempo no escuro total, estamos em uma rua quase que escura.
– Eu conheço uma garota, podemos ficar na casa dela – fala Darwin.
– Não podemos confiar. – fala Lewis, quase gritando.
– Espera um pouco – eu me posiciono – você mesmo disse que não era seguro ficar nas ruas até tarde.
– Você vai confiar mesmo em uma completa estranha? – seus olhos me estrangulam.
– Ela não é estranha para o Darwin, ele confia nela, e nós, confiamos nele. – minha voz grave e firme fazem ele virar as costas.
– Eu não vejo problema – Toby segura o ombro de Lewis.
– Nos leve até sua amiga Darwin.
Olho para Lewis com o olhar cerrado. Meu coração paralisa quando seu olhar encontra os meus, ele tira a mão de Toby de seu ombro, começamos a caminhar, por um momento pensei que ele iria partir pra brigar comigo.
Minutos depois chegamos a um prédio branco, subimos até o terceiro andar, Darwin bate na porta 47, olho para Lewis do outro lado do corredor com Bristol, a porta abre e uma mulher negra com a cabeça raspada sai, Darwin tenta beija-lá, ela soca seu rosto. Olhamos um para o outro, seguramos os risos...
– Você sabe que te amo mulher! – ele fala com a mão no rosto, escuto risadinhas atrás de mim, ele olha para nós – vocês estão de qual lado?
– Você não vale nada Darwin. – ela pega em seus braços, em seguida beija ele...
– Comunidade Franciscana, o toque de recolher começará dentro de quatro minutos. comunidade francis... – a mensagem repete mais três vezes.
– Oh céus! – diz a mulher espantada, volto minha atenção para ela – Venham rapazes, entrem.
Antes de entrar olho para o pequeno corredor do prédio, não tem ninguém passando, entro e logo fecho a porta atrás de mim. Sigo Bristol até a cozinha onde estão todos, enquanto passamos pela sala sou atraído por uma foto na estante da jovem com um bebê nos braços, a casa não parece ter crianças, chego na cozinha e a moça já está se apresentando...
– Meu nome é Sara – ela senta sobre o colo de Darwin na mesa – O que fazem aqui?
Olho para Toby, seu olhar é de quem quer saber se pode mesmo confiar, ele me encara com os olhos cerrados, sua cabeça balança levemente, é o sinal de aprovação...
– Sara... – Darwin começa
– Sara, meu nome é James – Lewis faz sinal de desaprovação – a poucos dias seu líder invadiu nossa cidade destruindo quase tudo, ele trouxe presa minha esposa, eu preciso resgata-la.
Sara levanta, Lewis sai da cozinha, ela dá alguns passos, seu silêncio me deixa um pouco nervoso, seus olhos negros me fitam, não sei o que isso significa, até que ela rompe o silêncio.
– Cara, você ama muito essa mulher. Você tem ideia da onde está se metendo? – ela me encara.
– sim... na verdade não tenho – minha vista fica embaçada agora, seguro minhas lágrimas com determinação – Eu enfrento tudo pela Katy.
– Eu estou com vocês. – seu sorriso transmite paz.×××
Amanheceu a algumas horas, a manhã estar fria, o sol brilha no céu poderoso e frio.
– Bristol, vamos entrar agora? – ele olha para ela, meu coração acelera, estamos bem na frente do prédio, esperamos o dia inteiro por este momento, não vamos falhar agora. Mas sinto medo da Katy que posso encontrar lá dentro.
Sara olha atentamente para a porta, seu silêncio me irrita, não consigo saber o que passa pela sua mente, de pelo menos ela fosse uma pessoa expressiva. Cinco homens saem do prédio, eles entram em um carro preto atrás de nós, alguns segundos depois e eles somem na esquina no sentido norte.
– vamos – fala Sara abrindo a porta.
– Bristol, avisa ao Toby que um carro preto acabou de sair na avenida Norte.
– Ok!
Eu e Sara entramos e deixamos Bristol de prontidão no volante.
– Precisamos chegar na sala da Dra. Roberta.
Entramos em um elevador, na medida que vamos subindo vejo a cidade, um alarme começa a tocar, meu coração dispara...
– Droga, nos acharam – ela caminha até a parede de vidro.
– Merda... Merda - olho para Sara.
– E agora, precisamos...
– Olhe James – ela grita – venha, veja...
– Para onde eles estão indo com tanta pressa?
– Avise ao Bristol – pego meu aparelho celular na cintura e entrego em suas mãos frias...
– Bristol? Acabamos de ver alguns carros em alta velocidade indo em direção a entrada da cidade.
– As coisas estão ficando feias por aqui, vocês precisam se apressar.
– Ok. Vamos James.
Saímos correndo até uma porta branca, Sara bate na porta umas três vezes... uma mulher abre a porta.
– Precisamos muito da senhora!
– Venham, entre. – ela fala, sua voz é doce.
– Não temos tempo , precisamos da sua ajuda para resgatar uma mulher do laboratório.
– O que aconteceu?
– Dra. Eu não conheço você, mas te imploro, nos leve até Katy Watson! – ela me olha com um olhar confuso, aperto minha mão, estou pronto para mata-la caso ela tente avisar alguém.
– Vamos logo.
Olho para Sara, seguimos a mulher de branco, subimos umas escadas, a mulher anda rápido para quem tá com saltos enormes, examino cada detalhe seu...
– Eu quero que saibam que não concordo com o que estão fazendo a essa jovem.
Chegamos em uma grande sala, na entrada tem uma placa escrito “ária restrita” as paredes são todas de vidro agora.
– Ela está aqui, entrem – ela abre a porta
– Se isso for uma armadilha?
– Não James. – a voz de Sara é forte agora, ela me encara com olhar de reprovação.
Pego a mulher pelo braço, em questão de segundos pego uma pequena serra da cintura, empunho firmemente em seu pescoço branco.
– Sr. Watson, não precisa disso.
– Vamos. – olho para Sara, seus olhos estão assustados, mas ela não me interroga.
Entramos na sala e ela está lá, deitada em uma cama, largo a doutora e corro até a cama.
– Katy! – ela está dormindo, tem um tubo em seu nariz, aliso seu cabelo enquanto lágrimas caem dos meus olhos.
– Posso tirar esses tubos? – fala a Dra. Roberta, se aproximando lentamente.
– Sim, por favor! – ela segura os tubos com cuidado, observo o rosto pálido de Katy, meu coração vai ficando em paz agora... mas não acabou.
– Vamos agora. – Fala Sara
Pego Katy nos braços, vamos saindo, Sara pega o celular.
– Lewis, já estamos entrando no elevador, estamos com a Katy.
– Estou com problemas... – Sara olha para mim nervosa
– O que ele está dizendo Sara?
– Eles estão com problemas. – Meu coração acelera
– Coloca o celular no meu ouvido – agora posso escutar ele – Lewis, o que aconteceu?
– O Toby, saiu daqui, não consigo falar com ele, aqui esta ficando uma loucura James.
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Mutantes Vol. 3 KATASTROPHE o final
Science FictionNos últimos meses tudo que vimos foi guerra, sangue, morte e dor, muita dor. Você foi testemunha da nossa guerra para destruir uma inimiga. Você foi testemunha da nossa guerra para destruir a mentira de um líder corrupto. Você viu a queda de duas gr...