Capítulo 28 ( KATY )

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           Chegamos no Brasil de madrugada, a manhã aqui é ensolarada, mamãe e eu ainda estamos no quarto do hotel. Daqui dar para ver a praia.
         – Querida, acho bom você colocar essa camisa mais fina, esta muito calor.
         – Com certeza é a cidade mais quente! – Ela sorrir.
          Vou para o banheiro, em poucos minutos terei que ir para outra reunião. Ouço alguém batendo na porta, mamãe ser aproxima para abrir, vou até a porta do banheiro pare ver quem é. Quando ela abre a porta um simpático garçom aparece. Volto para o banheiro, visto a camisa que minha mãe deu. Me olho no espelho por alguns segundos, Alice vem em meus pensamentos, eu sou tão parecida com ela. Pareço viajar nos meus próprios olhos agora.
             – Filha, temos comidas típicas aqui da região, vamos experimentar juntas?
             – Estou aqui mamãe! – Ela sorrir arrumando os pratos na mesa.
             – Olha esse – Ela aponta para um pequeno bolo amarelo.
             – Deve ser ótimo, é feito de milho!
×××
              O motorista, Francisco, Will e eu, seguimos para o Recife de carro. O sol agora estar bem forte, alguns minutos e chegamos em um palácio antigo no centro da cidade.
              Minutos depois entramos em uma grande sala, vários homens nos encaram assustados.
              – Bem vindos! – um homem levanta diante de uma grande mesa – Temos aqui líderes de várias nações, é um prazer está diante de vocês.
             – Agradecemos a todos! – Francisco fala.
             – Não entendemos muito bem o porquê da reunião – um dos homens fala.
             – Já tínhamos um acordo. – O homem que levantou primeiro fala diante de Francisco.
            – Vocês não podem seguir com esse acordo. – Francisco parece desesperado. – Will e Katy, saiam.
            – O quê? – seus olhos estão sérios.
            – Katy, vamos. – Will segura meu braço, olho para os homens nos encarando.
             Respiro fundo, saiu junto com Will. Não entendo porquê Francisco estar fazendo isso, podemos destruir todos que tentarem entrar na nossa ilha.
             – Katy, Não podemos destruir tudo.
             – Você ler minha mente? – cerro os olhos nele.
              – As vezes, Não consigo sempre.
              – Eu não vou deixar ninguém entrar na nossa ilha para nos destruir.
               Ele apenas me observa em silêncio.
                Já faz quase uma hora que estamos no longo corredor esperando a reunião acabar, da janela posso ver um rio cortando a cidade, o sol parece não dar descanso. Will estar quieto encostado na parede. Escuto a porta abrir. Francisco sai do salão, seu semblante estar caído, nunca vi ele assim.
               – O que aconteceu?
               – Acabou, Eles vão invadir a ilha.
               – O quê?
               – O seu querido Oliver, fez este acordo, eles vão entrar na ilha e vacinar todos os mutantes, a cura, é o que eles pensam. Somos uma ameaça.
              – Sim -- tudo os olhos dele agora, meu coração dispara, ninguém vai entrar na nossa ilha -- somos Uma forte ameaça.
              Ando em direção a porta, Will tenta me parar, empurro ele para longe, abro a porta e todos parecem já estar tratando de outros assuntos.
                – Meu nome é Katy Watson. – Eles me olham com desprezo – Eu sou uma mutante.
                – Já encerramos este assunto. – O mesmo homem que levantou para Francisco resmunga.
                – Agora vocês estão falando comigo, e eu não encerrei este assunto. – os encaro com o mesmo olhar de superioridade. – O tratado é este, vocês não irão para nossa ilha, e nós não machucamos vocês.
                – haha... – ele gargalha alto – A era de vocês acabou, temos a cura para vocês.
                  Fuzileiros se movem em uma grande varanda quase no teto, o homem agora me encara com um ar debochado.
                 – A reunião já foi encerrada. – seus olhos estão fixos em mim.
                 – Parece que acabei?
                 Os homens na varanda aponta suas armas em minha direção.
                 – Jovem, você terá a honra de se tornar uma de nós. – ele faz sinal para os homens.
                 Uma chuva de tiros começa da varanda, meu escudo me protege, fumaça se espalha, papéis voam pelo ar, o homem me analisa, alguns segundos depois eles param. Meus olhos encontram os do homem, olhos negros como a meia noite, seguros e arrogantes.
                  Antes que os homens comecem outra vez, tiro as armas de suas mãos com a mente, as armas flutuam no ar, a ponto uma para cada fuzileiro.
                 – Vejam o que acontece quando humanos desafiam mutantes.
                 As armas disparam sem parar, alguns corpos caem da varanda. O som dos trovões começa estalar no céu. Meu corpo flutua no ar agora, trago o homem que agora me encara com pavor para minha frente, ponho as mãos em  seu rosto e logo ele congela, arremesso seu corpo congelado no chão, fogo azul sai das minhas mãos queimando o corpo do homem.
                 – ESCUTEM BEM – todos me olham com pavor – NÃO QUEREMOS UM BANHO DE SANGUE COME ESTE, NOS DEIXEM EM PAZ. ESTE É O ÚLTIMO AVISO. 
                 Deixo uns quarenta homens no salão, fecho a porta com a mente, Francisco e Will estão parados em defesa, dezenas de homens estão no corredor bloqueando a saída, eles parecem não observar minha presença.
                – Renda-se agora. – um dos soldados fala.
                 Tomo á frente de Francisco e Will, raios saem das minhas mãos, eles dançam poderosos pelo corredor matando em segundos todos os homens que estão em minha frente.
                – Vamos embora. – Com a mente vou abrindo caminho no meio dos corpos.
                Posso ver a entrada do prédio agora, Francisco e Will vem logo atrás, alguém atira em nossa direção, me viro de costas e vejo sete homens descendo as escadas, chama azul sai pelas minhas mãos agora. Os homens gritam de dor enquanto o fogo se espalha por todo o corpo.
                 Saímos do prédio rapidamente, agora chove forte, os barulhos dos trovões apavoram a cidade. Logo estou dentro do carro, Wil vem ao meu lado sem falar nada.
                – Vamos pegar sua mãe e voltar para ilha. – a voz de Francisco sai roca.
                – Ninguém irá invadir nossa ilha.
                Um silêncio toma conta do carro, olho rapidamente pela janela, passamos por várias pontes no centro da cidade. Posso sentir Will respirando fundo.
                – Não é bem assim. – a voz de Francisco é  grave. – Eles irão cumprir o acordo.
                – Não vou permitir.
                – E o que você vai fazer – Ele se altera um pouco agora – Irá matar todos?
                – SIM...
                – AS COISAS NÃO SÃO...
                – EU DEIXEI O RECADO – respiro fundo agora – Se eles entrarem na ilha, irão morrer.
×××
                 Quase nove horas, estamos quase chegando na ilha, Francisco está sentado junto com  Will em uma poltrona perto de uma adega.  Estou junto da janela do jatinho, tantas nuvens lá fora.
                – O mar é tão lindo! – minha mãe corta o silêncio em minha frente – Você é como o mar pra mim.
                 Seus olhos negros me invadem, lágrimas enche seus olhos.
                 – Você é linda, com uma força gigante, assim como o mar, nada pode deter você. Cuidado com sua força filha! – Ela segura minha mão direita.
                 – Você é tudo que tenho agora.
                 – Você tem um esposo, a criança nos seres da floresta esperam por vocês.
                  Ela me observa agora, lágrimas escorrem dos meus olhos, seus dedos macios acariciam minhas bochechas com cuidado retirando as lágrimas.
                 – Eu não posso ter eles, mãe.
                 – Katy, O que você fala? – Ela me repreende – Você merece ser feliz minha filha.
                – Eu já estou mamãe, você não sabe a alegria que estou em ter a senhora aqui comigo! 
                 Meu coração acelera quando observo a ilha de longe, um misto de sentimentos me invade, me levando rapidamente para a primeira vez que cheguei aqui, tinham soldados do meu lado, olho para mamãe agora, era nela que pensava, no papai, na Nancy, em tudo que deixei em Londres. Por um momento meus olhos ficam marejados, tantas coisas mudaram, respiro fundo, agora, aliviada por está em casa outra vez.
×××
                 Chegamos na mansão, a guardiã de Francisco, Jaclyn, nos espera na porta principal junto com alguns guardas. Quando desço do carro ela me encara, mamãe olha para mim, acho que ela percebeu o jeito que Jaclyn me olha.
                – O que aconteceu?
                – Ele... nesta madrugada – Ela começa a chorar, Will a abraça.
                  O outro guardião morreu, sinto seus olhos negros em mim outra vez. Minha mãe segura na minha mão direita, por alguns segundos meus olhos encontram os dela me encarando com amor, logo volto a atenção outra vez para Jaclyn, que agora olha para minha mão entrelaçada na mão de minha mãe. Instantaneamente aperto com mais força a mão dela.
                  Desde que entramos na mansão estamos no quarto, em algum lugar da cidade eles estão enterrando o corpo do guardião. Vejo os longos campos verdes atrás da mansão.
                – Querida, Eu vi o jeito que aquela mulher te olhava, você tem alguma coisa com essa morte?
                 Meu coração dispara ao encontrar seus olhos negros, saiu da janela deixando o por do sol para trás.
                 – Eu tenho! – As palavras saem com pesar.
                 – Filha – baixo a cabeça enquanto sua doce voz ecoa pelo quarto. – Eu sei que tem uma explicação.
                  Não consigo dizer nada, ela se aproxima calmamente, logo seus braços me consolam. Alguém bate na porta.
                  Abro a porta e encontro Francisco, ele está sério.
                  – Você tem um tempo? – As palavras saem secas.
                  – Sim. – minha mãe faz sinal positivo com a cabeça – já volto!
                   Eu e ele caminhamos pelo longo corredor de quartos em silêncio. 
                  – Você tem ideia das coisas horríveis que ouvir as pessoas falando de você?
                  – Todos tem têm a sua verdade.
                  – Por que você não me disse desde o início?
                  – Eu não sabia ao certo do que o acordo se tratava. – Ele me encara agora, parando na frente de uma porta, aparentemente igual as dezenas de portas que passamos. – Oliver, fodeu nossas vidas.
                  Oliver tinha me falado tantas coisas, não consigo separar as mentiras das verdades, se é que tinha alguma verdade.
                  Ele abre a porta agora, uma menina branca albina corre para lhe abraçar, seus cabelos compridos loiros escorrem pelas costas, ela parece feliz em ver Francisco.
                  – Katy, essa é minha filha, Katherine!
                  Ela me encara agora, seus olhos quase brancos me encaram agora, ela estende sua pequena mãozinha branca, quando ela aperta minha mãos sinto o frio se espelhando pelo meu corpo, agora percebo o quarto da menina cheio de brinquedos, não tem janelas aqui, minha atenção volta para Francisco em busca de repostas. 
                – Você tem gelo, você é igual a mim?
                – Oh... quase isso! – Ela parece ser tão frágil.
                – Querida pode ir brincar.
                A menina sobe na cama, ela cria bonecos de gelo, eles começam a falar e brincar com ela. Francisco chama minha atenção, sentamos em uma mesa no canto do quarto.
              – Tomamos algumas medidas duras aqui, mais colocar nossa cidade em perigo, fazer minha filha correr risco de vida, isso não.
              – Ela é linda! – volto a observar o quarto totalmente isolado – Por que não tem janelas?
              – Ela não pode entrar em contato com o sol, temos uma vida noturna desde então.
              – Vamos defender nossa ilha.
              – Não temos nenhuma chance! – seus olhos passeiam pelo quarto agora.
              – Você pode ir embora se quiser. – ele me encara agora – pegue sua mãe, vá atrás do seu marido e saia da ilha o quanto antes.
              – Por que você não pega ela e vai embora?
              Ele me observa, alguns segundos depois ele passeia pelo quarto com o olhar até parar, fixando-os em, Katherine.
              – Porquê este é nosso lar. – As palavras saem melancólicas.
              – A ilha também é o meu lar.
               Deixo Francisco no quarto com Katherine, ando pelo corredor escuro. Jaclyn, vem em minha direção, seus olhos são malignos, continuo minha caminhada sem temer.
              – Cuidado mocinha, nem tudo é imbatível feito você parece ser.
              – Deve ser frustrante não conseguir me derrotar, não é mesmo?
              – Você não...
              – Se você me ameaçar outra vez eu vou matar você de uma forma tão terrível, que você vai se arrepender de ter ousado até pensar em me fazer mal.
               Continuo andando, ela vai ficando para trás, fria, me observando em cada movimento, antes de entrar no quarto olho para o corredor, ela ainda está lá, parada, como uma leoa pronta para atacar sua presa.

Mutantes Vol. 3 KATASTROPHE o finalOnde histórias criam vida. Descubra agora