Olho a borboleta fora da janela, o sol já vai se pôr, eles entram na sala, não sinto meu corpo direito, me sinto fraca, olho para janela outra vez, mas a borboleta não está mais lá.
– Já tiramos todo o feto de dentro da cobaia. – o homem negro avisa a médica, lembro dela indo me buscar no elevador.
– Ótimo. – ela vem em minha direção, parece estar com um tablet na mão – você não poderia ser mãe agora, temos muito que te estudar ainda.
Ela me analisa dos pés a cabeça, começo lentamente filtrar as informações, não consigo levantar da cama. Enquanto ela me encara deixo uma lágrima escapar.
– Deixe o cabelo dela curto, será melhor para encaixar o capacete. – ela vai embora.
– Vamos, me ajude com ela. – fala o homem para os outros.
Eles me colocam em uma cadeira, olho lentamente para minha barriga, sem perceber estou com as mãos em cima dela. Meu filho, eles tiraram. Vejo meus cabelos caindo no chão. James, ele seria um bom pai. Não tenho forças nem para chorar, apenas sinto as lágrimas caindo em meu rosto. O chão vai enchendo de cabelos.
×××
Eles me levam para outra sala no laboratório, Francisco está nos esperando ao lado da médica.
– Hora, hora... – ele se aproxima – a mutante mais poderosa.
– Eu vou matar todos vocês. – sussurro, ele sorrir.
– Não, eu vou matar você e todos que tentarem pegar você. – seu olhar escuro me invade - Venha comigo.
Ele me leva até uma parede de vidro, as luzes do outro lado se acendem, vejo James e Toby.
– Pobres homens. – o rosto de James está sangrando – eu gostei de espanca-los.
– Seu miserável – soco o nariz dele, tento jogar bolas de fogo nele mas não tenho poderes.
Os guardas de Francisco me seguram, ele tira um lenço do bolso para limpar o sangue que escorre de seu nariz.
– Acabem com eles.
– Não! – grito desesperada.
Vários homens entram na sala onde eles estão presos, eles começam a lutar, tento me soltar dos guardas, eles me seguram ainda com mais força, dentro da sala um guarda arranca a cabeça de Toby. Em seguida o outro enfia a espada no coração de James.
– Ah... – os homens saem da sala, as luzes se apagam outra vez.
– Agora podemos começar sem interrupções. – não sei mais o que fazer, olho para ele – Você tem vários poderes, nós só temos um. Você nos mostrará como conseguir essa dádiva preciosa, Katy.
A médica faz sinal para os homens, vamos até o laboratório.
Sou colocada em uma cadeira bem no meio da sala cercadas por máquinas e frascos com líquidos de várias cores. Um homem se aproxima com um capacete, uma médica amarra meus pés e em seguida minhas mãos na cadeira. O homem põe o capacete em mim.
– Vamos começar. – a médica fala indo para frente de uma mesa cheia de computadores.
O capacete começa a vibrar em minha cabeça, sinto finas picadas, parece agulhas me furando, um fio de sangue escorre em minha testa, sinto dor agora, de modo que não consigo segurar os gritos. Rapidamente olho para bancada, estão todos lá atrás concentrados.
– Ah... – grito de dor.
×××
Sou levada para o quarto, Cloe vem me abraçar. Tudo que eu quero é deitar e ficar quieta na minha cama. Cloe não pergunta nada, apenas me leva para cama e me ajuda a deitar.
Já se passaram algumas horas, choro baixinho deitada, tiro o lençol da cabeça, olho para Cloe, ela estar lendo algum livro.
– Ei... – interrompo sua leitura.
– Katy – ela vem para minha cama – você quer conversar agora? – não consigo controlar o choro.
– Eles tiraram meu filho! – ela me olha perplexa.
– Katy, isso é terrível, sinto muito! - Posso ver seus olhos enchendo de lágrimas.
– Francisco matou meu marido e meu melhor amigo. – meu coração enche de raiva agora.
– James estava aqui?
– Sim. – abaixo a cabeça em prantos.
– Katy? – meus olhos encontram os seus – você tem certeza que era o James e seu amigo lá?
– Sim, eram eles.
– Você não pode acreditar em tudo que Francisco te mostra. – Franzo o cenho.
– eram eles, eu vi eles morrendo com meus próprios olhos.
– O Francisco pega corpos mortos e faz clones de quem ele quiser, depois, o clone morre se desintegrando no ar.
– O quê? – ela me olha séria.
– Não acredite nele.
Não sei o que dizer para Cloe, não sei o que pensar agora, na verdade não quero alimentar a esperança deles estarem vivos e depois descobrir que realmente era verdade.
– Eu sinto muito por tudo que está acontecendo com você! – ela me abraça – você precisa dormir.
– Muito obrigada! – ela vai pra sua cama.
A noite vai passando, não consigo dormir, olho para a cama de Cloe procurando ela entre os lençóis.
– Cloe? – ela se vira, me encarando ainda sonolenta.
– Oi!
– Nunca vamos conseguir sair desta cidade.
Ela me olha, o silêncio toma conta do quarto, respiro fundo, meus olhos ardem.
– Katy?
– Oi!
– Eu não sinto mais a esperança que você tinha quando chegou aqui.
– Tiraram ela de mim, no momento que arrancaram meu filho.
×××
Já amanheceu a algumas horas, Cloe ainda está dormindo. Levanto da cama, vou até uma pia no canto do quarto, pego uma escova de dentes junto com a pasta, vejo as marcas vermelhas em meus braços, feitas pelos guardas e médicos enquanto me seguravam, perto da minha veia tem algumas marcas pequenas de agulha, paro tudo quando me olho por acidente no espelho, vejo meu cabelo curto, nunca tinha cortado ele, em minha testa tem algumas marcas vermelhas do capacete, meus olhos estão vermelhos e inchados.
Ouço alguém batendo na porta de vidro, meu coração acelera quando vejo os três guardas me esperando. Respiro fundo, vai começar tudo de novo. Eu não sei se vou aguentar outra vez, meus olhos enchem de lágrimas, vou em direção à saída, não faço barulho, não quero acordar Cloe.
Seguimos pelos corredores brancos, entramos no elevador e subimos, já conheço o caminho, chegando perto do laboratório posso ver as praias pelas grandes janelas de vidro.
– Katy, teremos um longo dia. – Fala a médica, olho para ela com os olhos cerrados.
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Mutantes Vol. 3 KATASTROPHE o final
Научная фантастикаNos últimos meses tudo que vimos foi guerra, sangue, morte e dor, muita dor. Você foi testemunha da nossa guerra para destruir uma inimiga. Você foi testemunha da nossa guerra para destruir a mentira de um líder corrupto. Você viu a queda de duas gr...