– Katy?
– Pai? Estou aqui – a chuva não para.
– Katy? – Não é mais a voz do meu pai.
– James? – ele se aproxima.
Corro para lhe abraçar, ele corre em minha direção, quando ele chega perto soca meu rosto, caiu no chão. Sangue escorre do meu nariz.
– Você ficou louco? – ele se aproxima outra vez.
Um chicote de água sai de minhas mãos, lanço em sua direção, ouço o estralo em sua pele, ele continua firme em minha direção. Dirrepente ele para.
– James? – Franzo o cenho.
Lágrimas escorrem dos seus olhos, o sol começa aparecer no céu. Ele cai de rosto no chão, posso ver a faca cravada em suas costas. Atrás dele meu pai parece apavorado.
– Não...
– Há... – acordo sentando na cama, meu corpo estar trêmulo.
Um estrondo faz meu corpo arrepiar, minha mãe acorda assustada. Corro para o banheiro, rapidamente pego a calça preta em cima da pia, vejo uma camisa cinza, sons de tiros começam ecoar forte, corro para janela, vários soldados correm pelo campo.
– Mãe? – corro em direção a porta – Tranque a porta, por favor! – Ela me segue apavorada até a porta.
– Filha, cuidado!
– Não saia do quarto.
Ela me abraça rápido, beijo sua testa.
– Eu te amo!
Começo a correr pelo corredor da mansão, inalo muita poeira agora, dobro o corredor, não posso acreditar, tudo parece fora do lugar – era o quarto de Katherine – soldados já estão aqui. Ouço um choro aumentando a medida que vou me aproximando, o sol ilumina o corredor, o teto estar no chão, começo andar com dificuldade em cima dos escombros. Dobro em uma quina rachada, meu coração parece se partir ao meio.
– Minha filha! – Francisco segura o corpo de Katherine carbonizado em seu colo.
Vou até ele lentamente, seus olhos esbugalhados me fitam, meu corpo arrepia ao sentir todo seu desespero, me ajoelho ao seu lado, o abraço sem jeito, não ouço nada por alguns minutos, os soldados estão em silêncio, o choro de Francisco é a única coisa que podemos ouvir agora, procuro as paredes com brinquedos, mas, tudo que vejo são escombros em meio a poeira.
Deixo Francisco no chão, levanto lentamente, agora posso ver os manifestantes lutando contra os soldados franciscanos. Cerro o punho, meu corpo flutua no ar, lentamente pouso na grama.
– OLHEM ELA LÁ. – um dos manifestantes gritam.
– Vocês querem me pegar?
Alguém lança uma rajada de energia em minha direção, o escudo me protege, três homens vem pelo céu, um deles tem asas de fogo, de suas mãos sai bolas em chamas, elas explodem quando batem em meu escudo.
– SOLDADOS? – meu corpo flutua novamente no ar – RECUAR.
Aproximadamente cinquenta rebeldes estão na grama, meu corpo desce como uma bala, uma rajada de fogo azul sai das minhas mãos, vários rebeldes caem na grama com seus corpos pegando fogo. Subo mais alto agora, o tempo fica escuro, raios estalam pelo meu corpo, dos meus dedos saem raios, posso ouvir os gritos de pavor.
– Ah... – alguém dar um soco em minhas costas, cambaleio no céu, não demora e retomo o equilíbrio, subo mais alto, o homem voa atrás de mim, nuvens carregadas agora nos escondem, um som estrondoso de trovões e relâmpagos tomam conta do céu, disfarço as nuvens agora, vejo o homem me procurando, trago o corpo dele com a mente para mais perto, soco seu rosto, vejo as asas de fogo se aproximando, seguro a boca do homem imóvel, começo abrir sua boca com minhas mãos distalando pequenos raios, sua cabeça abre ao meio, sangue respinga em meu rosto, vôo o mais rápido que consigo, em questão de segundos estou com o corpo do homem em minhas mãos, não o deixo se defender, fogo sai de minhas mãos fazendo o corpo dele queimar por inteiro, dou um rasante o mais rápido que consigo, rodopio no ar três vezes, em seguida arremeço seu corpo no chão, raios por toda parte dançam na grama, até alguns soldados que ainda estão no campo são atingidos. Vou para o alto agora, respiro fundo, todos os rebeldes estão mortos. Olho para a cidade ao fundo, tudo parece tão calmo, me viro para mansão, o lado leste sobe poeira ainda dos escombros.
O céu volta ao normal, sinto raiva correndo em minhas veias, me ajoelho na grama, vozes ecoam em minha mente, olho todos os corpos mortos, lágrimas escorrem dos meus olhos, fecho os olhos e ainda consigo ver seus rostos à beira da morte. Will vem em minha direção, ele corre no meio dos corpos, vejo minhas mãos cheias de sangue, ele segura meu ombro. Levanto do chão sinto a adrenalina indo embora.
– Onde está, Francisco? – seus olhos estão vermelhos.
– Ele se trancou no quarto. O velório de Katherine será a tarde.
– Tudo bem.
Corro em direção ao meu quarto, quando abro a porta mamãe aparece, ela corre para me abraçar.
– Oh... filha! – Ela me aperta!
– Eu amo muito a senhora!!! – permanecemos abraçadas sem pressa de soltar.
×××
Visto uma camisa preta, meus olhos estão vidrados no meu próprio reflexo no espelho, lágrimas escorrem dos meus olhos, respiro fundo – Aquela não era eu! – olho para as minhas mãos – Não era. – penso nas vezes que estava no ar, é como se tudo fosse apenas matar até o último inimigo. Meu rosto fica sério agora – Estou certa. – sussurro. – Eu vou acabar com todos os meus inimigos. – faíscas roxas estalam em volta da minha mão, eu vi este poder uma vez, meu coração parece congelar. – Alice!
– Filha? – mamãe me chama batendo na porta.
– Já estou pronta.
Ela também veste preto, seguimos juntas pelos corredores, no campo ao sul da mansão perto do Jardim de flores estão algumas pessoas reunidas, chegamos discretamente, mamãe e eu paramos nas últimas fileiras, daqui posso ver Francisco inconsolável, mamãe arma o guarda-chuva quando uma leve chuva começa.
A noite logo cai, deito na cama assim que saiu do banho, olho para o teto do quarto, sem perceber estou com a mão em cima da minha barriga, lágrimas escorrem dos meus olhos.
– Filha, não chore! – minha mãe me abraça.
– Eu sei a dor que ele estar sentindo mamãe!
– Todos perdemos, e perdemos muito minha filha! – desabo em seus braços.
O luto é algo que você tem que aprender a conviver, mais quando cada pessoa que você ama vai te deixando em curtos espaços de tempo, chega ser internamente catastrófico.
×××
Já faz quase três horas que o dia clareou, vou ao banheiro, sinto um arrepio ao me olhar no espelho, não demoro muito me olhando, alguém bate na porta, meu coração parece congelar. Mamãe parece estar em um sono profundo, rapidamente abro a porta...
– Will? – ele parece preocupado.
– Katy, você tem um tempo? – ele me analisa, acho que não tenho como recusar.
– Sim!
Fecho a porta lentamente, seguimos pelo corredor branco, ele fica em silêncio por um tempo, posso sentir seu nervosismo.
– Katy, ele ainda não saiu do quarto, temos que cuidar da cidade, você esteve com os guardiões de Oliver...
– Sim, Mas, era diferente. – ele me encara – Will?
– Preciso de você.
Respiro fundo, a ausência de Francisco vai ser difícil para todos aqui. Will, tem se mostrado um bom amigo, mas, ele não é o problema, fico séria, ele também instantaneamente.
– O que foi? – ele sussurra.
– Jaclyn, você já conversou com ela?
– Deixa ela comigo.
Chegamos no grande salão, um homem parece nos esperar.
– Sr. Will, meus pêsames!
– Obrigado!
– Eu preciso da assinatura do representante da cidade.
– Ok. – ele começa assinar alguns papéis.
Um homem entra no salão, ele caminha rapidamente em nossa direção.
– Sra. Katy Watson, um homem deseja vê-la.
– Sim, mande entrar, por favor!
Will parece acabar com as assinaturas, o homem vai embora junto com o que falou comigo, a porta se fecha, olho para Will, ouço o ranger da grande porta se abrindo outra vez. Respiro fundo, pareço nervosa agora, talvez esteja um pouco.
– Max? – Franzo o cenho.
Ele sorrir quando me ver, corro para lhe abraçar, em seus braços ele me aperta, sinto as lágrimas quentes escorrendo lentamente em minhas bochechas.
– O que faz aqui?
– Estava voltando para os seres da floresta, quando soube que você estava aqui.
– Ah... – lhe abraço mais vez – como é bom ver Você!!!
– Você estar tão diferente.
– Sim.
Will sai correndo com outro homem, Max me olha, saiu correndo atrás dele, Max me segue inseguro pelos corredores da mansão.
– Não... não! – Will parece desesperado agora.
Não demora muito para eu conhecer onde estamos, dobramos e vejo a confirmação em minha frente, o antigo quarto de Katherine. Will, vê alguma coisa que o deixa apavorado.
– O que aconteceu aqui? – sussurra Max, fazendo uma pergunta quase que interna.
Minhas pernas parecem meia trêmulas, ando mais um pouco até chegar no quarto destruído, meu corpo arrepia, paro de andar, um choque parece me atingir. Observo o corpo de Francisco pendurado em uma corda – Oh... – não consigo digerir.
– Katy, e agora? – Will me abraça chorando inconsolável.
Jaclyn entra no quarto junto com alguns guardas, ela se ajoelha no chão, Will vai até ela, os dois ficam no chão por alguns minutos. Max segura em meu ombro.
O quarto logo fica cheio de soldados, eu e Max saímos, caminhando pelos corredores encontramos uma biblioteca, sentamos na mesa ao canto. Um silêncio triste toma conta do ambiente.
×××
Três dias se passaram, a cidade esta calma, as ruas estão vazias, Max conversa com Mamãe, deixo os dois na sala e vou até o grande salão. Jaclyn me analisa dos pés a cabeças, continuo andando firme, Will governa no lugar de Francisco agora, ele dá um sorriso de canto quando me ver.
– O que você faz aqui? – Jaclyn parece furiosa.
– Eu chamei.
– Ela matou ele – lágrimas escorrem dos seus olhos agora – você não lembra?
– Jaclyn, eu cham...
– Will? – antes que ele termine o interrompo – Vocês estão passando por um momento difícil, eu vou para o meu quarto, vocês precisam apoiar um ao outro agora.
Seu olhar feroz me extermina. Volto para sala onde deixei Max e mamãe conversando.
– Max, cadê a mamãe?
– Ela foi para o quarto.
– Vamos dar uma volta?
– Sim! – ele joga o livro no sofá e levanta entusiasmado.
Caminhamos pelo campo de flores, tudo é tão calmo, Max analisa cada detalhe da grande mansão.
– Você teve alguma notícia do James? – ele me pergunta quase sussurrando.
– Não! – encontro seus olhos marejados.
– Sinto saudades dele!
Por alguns minutos andamos em silêncio, a dor da saudade parece me consumir por dentro, não consigo esconder a lágrima que insiste em cair.
– Eu também sinto. – quebro o silêncio.
– Sinto falta da Megan!
– Por que ela não veio? – ele abaixa a cabeça fugindo dos meus olhos.
– Ela agora é a líder da cidade de gelo.
– Isso é muito... – vozes vindo do portão da mansão começam ecoar.
Corro para ver o que é, guardas estão de vigia no portão, não consigo entender o que eles estão fazendo aqui. Olho para Max, ele parece assustado.
– Katy? – seus olhos esbugalhados fazem minha espinha arrepiar – Olha para porta da mansão.
Meu coração dispara, ver minha mãe rendida nos braços de Jaclyn, ouvir a vibração da multidão no portão, tudo parece parar agora, não sinto minhas pernas, minha garganta parece travar.
– Não, minha mãe não! – as palavras sussurradas escapam da minha boca.
Ela começa gritar de dor, Jaclyn não tira os olhos de mim, posso sentir eles a quilómetros de distância. Começo a correr, lágrimas se espalham pelo meu rosto. A adrenalina anunciando uma catástrofe é a pior parte. Jaclyn parece dar carga máxima em seus poderes.
– NÃO... – seu corpo vai caindo lentamente no chão.
Corro o mais rápido que consigo agora, seus olhos abertos no chão olhando para o nada, caiu no chão ao seu lado, o desespero toma conta de mim, com as mãos trêmulas sacudo seu corpo na grama. Imóvel. – Eu falhei com você... Eu falhei com você!
– Aqui foi onde você matou o meu amor. – Ela começa.
Olho para Jaclyn, não consigo levantar, não consigo raciocinar direito, ponho minha cabeça lentamente no peito dela pela última vez. Agora é real. – agora é real! – sussurro.
– Eh... – os mutantes no portão comemoram.
Meu peito parece parar – Eu não tenho mais nada. – posso imaginar mamãe e papai juntos agora em algum lugar, tudo parece silêncio em minha volta. – Tudo foi me tirado aqui.
– Eu nunca me esquecerei da senhora! – beijo sua testa! Minhas lágrimas caem em seu rosto, fecho seus olhos agora. Minhas mãos faíscam. Raios em uma mistura de preto e roxo correm pelo meu braço.
Olho para Jaclyn, galhos como uma corda começam a sair do chão prendendo seu corpo. Ela parece não estar surpresa.
– Katy? – Will sai da mansão.
Max me analisa assustado de longe, Will para ainda na varanda. Olho para o portão, todos parecem me analisar, não ouço mais as vozes deles, não ouço mais suas palmas, tudo parece parado. – Eu... eu, vou matar – enxugo as lágrimas do meu rosto. Ponho as mãos no chão, sinto a terra fria, o chão parece tremer agora, raios cortam os céus.
– Katy, não faça isso. – a voz de Will é como um sussurro pra mim.
Vários montes de terra começam a subir, logo se transformam em gigantes, sete gigantes, seus gritos ensurdecedores traz o pavor a todos que olham. Eles param diante de mim. Levanto do chão, uma bola preta se forma em minha mão direita. Olho para os gigantes novamente, eles esperam minha ordem. Vejo Will e Max em posição de defesa.
– Katy, Não deixe seu pior lado dominar! – Sinto o desespero em cada palavra que sai da boca de Will.
O encaro pela última vez, nossos olhares se encontram por alguns segundos, olho para os gigantes, cada um tem mais de cinco metros de altura. O poder das trevas é algo maravilhoso, agora entendo Alice, todos naquele portão, o corpo de minha mãe no chão, parece não haver mais lágrimas para sair, o poder é meu, e todos irão pagar por cada perda.
– Matem todos. – os gigantes dão um brado tão alto que chega estremecer por dentro.
Eles seguem em direção ao portão da mansão, as pessoas começam a correr, posso ouvir os gritos agora, eles não abrem o portão, destrói o portão passando como um tanque de guerra. O banho de sangue começa, posso ver uns sendo pisados como formigas, outros são arrancado os braços, cabeças, eles vão matando tudo que vem a frente. São incríveis.
Olho para Jaclyn, Will corre para tentar impedir eu chegar junto dela, olho para ele, o arremeço para longe, Max vem em minha direção, com a mente o arremeço em direção a mansão, ele quebra a janela com o impacto. Não demora muito e estou frente a frente com Jaclyn. Sinto como se meu coração não fosse aguentar tanto poder se espalhando assim pelo meu corpo, lágrimas escorrem dos olhos dela.
– Lágrimas? – sussurro – LÁGRIMAS? AGORA VOCÊ CHORA? – Ela começa gritar, seus olhos começam a sair de sua cabeça, sangue escorre pelo seu rosto, descendo pelo pescoço, Will se aproxima outra vez, Mas, agora o escudo me cerca, dois metros de distância impede ele de defender sua guardiã. Seus olhos caem no chão, ela não para de gritar, seu desespero, gosto de sentir ele.
– Diga, qual sensação você sentiu ao matar minha mãe?
Ela chora desesperada, sem a visão ela inclina a cabeça em várias direções ouvindo o barulho em nossa volta. Uma lança de gelo se forma em minha mão direita.
– DIGA SUA VADIA. – a lança de gelo entra em sua barriga.
– Ah... você não tem....– suas palavras saem com dificuldade. – Estou feliz.
Cada osso seu começa se partir, os galhos vão apertando tudo, seus gritos são bom de ouvir, eles não demoram muito, sua cabeça abaixa com um galho enrolado em seu pescoço – Ela estar morta. – olho para Will.
Ao fundo vejo os gigantes matando as pessoas que estavam no portão, um deles arremeça um carro em direção a um prédio. Olho para mamãe no chão, pego seu corpo com a mente, Will chora na grama ajoelhado, Max tenta ajudá-lo. Entro na mansão, a porta é trancada com a mante, coloco o corpo de minha mãe no chão, as temperaturas começam a cair, abraço seu corpo gelado, ouço o som dos trovões, agora uma explosão parecer ter vindo da cidade. Meu corpo vai desfalecendo aos poucos. Agora os gritos lá fora são apenas ruídos. As luzes na mansão se apagam, tudo vai congelando e perdendo a cor.
Ouço os gritos mais forte agora:
É como se pudesse ouvir de novo a comemoração do executamento de minha mãe. Fecho os olhos e vejo seus rostos felizes, minha mãe no chão olhando para o nada. Seus sorrisos. Jaclyn achando que tinha o poder. as lágrimas caem quentes.
– Eu sou o poder.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mutantes Vol. 3 KATASTROPHE o final
Bilim KurguNos últimos meses tudo que vimos foi guerra, sangue, morte e dor, muita dor. Você foi testemunha da nossa guerra para destruir uma inimiga. Você foi testemunha da nossa guerra para destruir a mentira de um líder corrupto. Você viu a queda de duas gr...