Capítulo 32 ( KATY )

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●●● TOBY ●●●

                Caminho pela trilha da floresta até chegar no grande salão. Ava observa o pôr do sol na beira da varanda.
              – Toby, ela não é mais aquela menina de antes.
              – Do que você estar falando?
              Uma borboleta pousa em minha testa:
              Sangue por todos os lados, uma nuvem escura cobre as ruas, os feridos correm desesperados. Agora a mansão de Francisco aparece, vejo seu corpo magro no campo em frente a casa, ela se ajoelha. Eu já vi isso.
               – Katy? Não! – corro o mais rápido que consigo.
               As borboletas me cercam por todos os lados, agora estou no quarto, Katy está no chão, lágrimas escorrem pelo seu rosto vermelho. Vou até a janela, vejo um jardim queimando, ainda posso ver o caixão no que parece ser um funeral. Olho para Katy que agora dorme no chão gelado.
              
                – A cidade franciscana estar sendo destruída. – a voz de Ava me trás para realidade.
                – Ela faz bem. – levanto do chão – olha todo o mal que aquela cidade lhe causou.
                – A ilha estar dividida, os humanos estão a caminho. A verdadeira guerra vai começar, não podemos ficar divididos.
                 Eu nunca vi Ava tão alterada, posso ver sua guerra interna. Ela parece devastada. Seus olhos encontram os meus. 
                 – Ela não quer receber ninguém. – Ela se aproxima lentamente – Ela fez o que fez porquê não tinha ninguém para mostrar outro caminho. – o povo franciscano não é digno de pena, mas tinha crianças naquele prédio, idosos, meu coração parece ficar apertado – Mostre a ela outro caminho além do luto.
                 – Ela faz parte da única família que me lembro.  – lágrimas querem escapar agora, mas não vou chorar na frente de Ava.
                 – Mande que se prepararem. – Ela fica em sinal de alerta – será uma guerra catastrófica.
                 – O que você ver?
                 – aviões, navios, um grande exército, não consigo ver mais nada. – lágrimas escorrem dos seus olhos. 
                 – Vamos proteger nossa casa. – caminho em direção a porta até que sua voz sussurra como uma lebre brisa.
                  – Toby? – olho para ela novamente – Foi um prazer conhecer você.
                 A sorte parece ser lançada, eu já vi diversas batalhas, mas confesso sentir medo desta. Saiu da sala de cabeça baixa. Pego duas armas que estão na casa na árvore, vou até a baía.
                 – Lewis, Me arruma um bom cavalo que aguente chegar na cidade franciscana?
                 – Vai voltar para o inferno? – ele me abraça batendo em minhas costas.
                 – Pareço não ter outra escolha. – ele sorrir.
                  Ele me trás um cavalo marrom, ajudo ele acabar de colocar a cela. Alguns minutos e estou correndo pela trilha de matos.

●●● KATY ●●●

                      Abro a porta do quarto, meu coração estar acelerado, não penso muito, apenas corro pelos corredores da mansão, os soldados estão em pé no corredor, sem meu comando eles permanecem no mesmo lugar. Alguns segundos e estou fora da mansão, os gigantes me observam voar no céu. Vejo toda destruição que estou fazendo na cidade, respiro fundo e pouso em um beco estreito, raios cortam o céu. Seus olhos negros encontram os meus. Parece ficar em choque. Sophie sai dos braços de Flora e corre em minha direção. A mulher em cima do lobo gigante me analisa.
                   – Me ajude! – falo nos braços de Sophie sem tirar os olhos dele.
                   Ele se aproxima devagar, em sua mente deve estar passando as cenas que me via morta, Sophie volta para Flora. Lágrimas escorrem dos meus olhos, por mais que queira as palavras não saem.

●●● JAMES ●●●

                       Meu coração bate acelerado, lágrimas escorrem dos meus olhos sem perceber, pisco algumas vezes tentando ve-la. Observo cada detalhe, seu cabelo curto bagunçado e seco. Seu rosto vermelhos revelando as noites mal dormidas. Seus olhos azuis me invadem – ah!!! – um gemido escapa enquanto me abaixo no chão com as mãos no rosto. – é um sonho! – olho para ela outra vez, e ela continua lá, existem tantas marcas em sua expressão, não consigo imaginar tudo que ela passou aqui.
                      – É você? – minha voz sai embargada – É você?
                      Corro o mais rápido que consigo, lágrimas escorrem dos seus olhos, é inevitável me controlar quando sinto seu corpo outra vez, meu mundo parece parar por alguns segundos. Este abraço, ah... este abraço. Choramos, e choramos mais um pouco. Não parecemos ter pressa. Meus lábios encosta nos seus, seguro seu rosto agora...
                   – É você? – por um momento vejo seu rosto embasado, mas, logo me livro da lágrima para poder ver mais aqueles olhos azuis.
                   O mundo parece ter parado agora, sim. Dirrepente somos apenas nós dois. James e Katy! Eu e ela! Ela estar trêmula, seu sorriso de canto não revela seus dentes. Logo ela se mostra fria, de luto.
                  – Eu amo você! – suas palavras ecoam em meus ouvidos, sua voz doce parece acalmar a euforia do meu coração.
                        
●●● KATY ●●●

                    Observo a lua da janela do quarto, os braços fortes e quentes de James me envolvem. Minha mão desliza lentamente em seu peitoral, ele encontra minha mão rapidamente.
                    – Te acordei?! – olho para ele na pouca luz.
                    – Não meu amor! – ele me beija, passando sua mão lentamente em meu corpo.
                     Seu beijo quente me envolve até que uma pedra de gelo parece cair em minha cabeça, saiu de seus braços e vou até o banheiro. Me encaro no espelho até que ele aparece.
                   – Foi você que destruiu aquele prédio? – ele para na porta do banheiro.
                 Lhe observo por um instante antes de responder qualquer coisa.
                – O que importa? – é quase um sussurro que deixo escapar. 
                – Quantas pessoas já morreram? – ele se aproxima, parece na defensiva – Katy? Esses soldados todos lá fora, gigantes de Barro, o que aconteceu com você?
               – O que aconteceu comigo? – Franzo o cenho, sem querer pareço ter alterado um pouco a voz agora – Pena? É isso que você sente?
               – Sim! Katy? Eles são...
               – Eles mataram minha mãe. – Sinto minhas bochechas molhadas agora – Eles mataram o Charlie. -- Olho para ele, e tudo parece parar agora -- Eles arrancaram seu filho de dentro da minha barriga. – ele fica pasmo na parede a minha frente, parece engolir seco. – VOCÊ VAI ME FALAR DE PENA? 
                 Um silêncio assustador toma conta do ambiente, ele apenas segue em direção a janela, continuo no banheiro até que apareço na porta o observando chorar sob o brilho da lua. Passo a mão em meus olhos, respiro fundo, sinto meu corpo cheio de tensão.
                   – Você não sabe o que passei. – sussurro com a voz trêmula.
                   – Você também não sabe o que passei – ele me encara – Eu fiz um enterro pra você, sabia?
                  – E estou viva. Eu fiz vários interros e ninguém voltou.
                  – Por que você não me procurou?
                  – Você acha que estava aqui de férias? – ele me analisa sério – Eu tentei fugir várias vezes. Eles tiraram os meus poderes.
                  Ele se aproxima, dessa vez com a mão em minha barriga, com os olhos fechados sinto seus toques firmes.
                  – Qual seria o nome dele? – ele soluça em meio as palavras.
                  – Nunca pensei, eu não sabia que estava  grávida.
                 – Eu sinto muito por tudo! – suas palavras agora saem um tanto quanto doces.
                – Deve ter sentindo mesmo. – O encaro – já até encontrou uma garota da mesma alcatéia.
                – Você tá com ciúmes da Gale? - ele parece sorrir agora.
                 – Não estou com ciúmes.
                 – Ela é lésbica.
                 – Lésbica?
                 – Sim!
                 Ele desliza seus dedos em meu rosto, vejo o “K” em seu pulso, o coloco ao lado do meu “J”. Seus olhos negros encontram os meus.
                – Eu te amo!
   
         
          
        
             
   
              
           

                

Mutantes Vol. 3 KATASTROPHE o finalOnde histórias criam vida. Descubra agora