Twenty two

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Acordei com Day dormindo agarrada a mim, nos duas estávamos apenas de roupas íntimas, o que me remete as recordações da noite anterior, de como tudo havia sido mais do que especial para ambas, como nossas almas haviam se conectado depois daquela noite. Eu queria poder olhar no fundo dos olhos dela e dizer o quanto eu a amava, mas eu ainda não podia fazer isso.

Me levantei da cama, me desviando de seu corpo com todo o cuidado do mundo para não acordá-la, ela merecia dormir mais um pouco, afinal, hoje era a folga dela e a minha também. Tomei um banho rápido, colocando a blusa de Day que estava jogada no chão do meu quarto. Eu amava as blusas dela. Fui para a cozinha, para preparar o nosso café da manhã.

- Bom dia. – cumprimentei meu irmão e Bruno, que estavam sentados no balcão, tomando seus respectivos cafés.

- Muito bom dia! – Bruno falou, entusiasmado. – A Day dormiu aqui? – perguntou, curioso. Me sentei no único banco vago, ao seu lado.

- Dormi. – ela saiu do corredor, apenas de calcinha e sutiã, vindo em minha direção, ficando em pé no meio das minhas pernas e me abraçando pela cintura. – Dormiu bem? – me perguntou.

- Como um anjo. E você? – abracei seu pescoço. Ela sorriu para mim, me dando um selinho demorado.

- É impossível dormir mal com você do meu lado. – sorri, a puxando para um beijo, que durou pouco, porque o Bruno começou a implicar com a gente.

- Acho que eu nem preciso perguntar como foi a noite de vocês, né? – Rafael falou, sorrindo. – Mas eu fico feliz que vocês se acertaram, eu não aguentava mais essa menina reclamando pelos cantos. – apontou para mim e eu fiz língua para ele, que riu, assim como Day.

- É sério, Dayane, nunca mais brigue com ela. – Bruno pediu, fazendo um sinal de aclamação com as mãos, o que a fez rir ainda mais. O som da sua risada era a coisa mais maravilhosa do mundo.

- Eu tenho certeza que não vou brigar. – ela me olhou. – Eu também fiquei insuportável, se te serve de consolo. A Kau não me aguentava mais. – eu ri, lembrando da minha conversa com ela ontem, quando resolvi sumir por um tempo. Ela é a pessoa mais incrível que eu já conheci, isso era um fato.

- Ela me falou algumas coisas ontem, que estão na minha cabeça até agora. – comentei. Day se afastou de mim, entrando na cozinha e enchendo duas xícaras de café.

- O que ela te disse? – Rafael perguntou, bebendo um gole do próprio café.

- Coisas sobre relacionamentos. – dei de ombros. – Ela parecia um pouco triste, mas só agora, relembrando da nossa conversa, que eu percebi isso. – coloquei as mãos no cabelo, os prendendo em um coque mal feito.

- Ela e a Ana não estão no melhor momento do relacionamento delas. – Day falou, voltando para o meu lado, me entregando a xícara de café. Agradeci, bebendo um pouco.

- O que aconteceu? – Bruno perguntou.

- Parece que a Ana conheceu alguém e está confusa. – bebeu um pouco do café. – A Kau nesse meio tempo também conheceu alguém, então não sei o que vai acontecer. Elas vão conversar hoje, já que a Ana voltou de viagem.

- Eu nem tive a chance de conhecê-la. – falei, bebendo mais do café.

- Ah, mas você vai conhecer! Todos vocês vão. – Day falou, indo até a sala, e pegando o celular que ela havia deixado em cima do sofá. – Depois de amanhã é aniversário da Luana, vai ter festa. – Bruno bateu a mão na testa.

- Eu esqueci disso. – ele disse, se levantando apressadamente, e indo até o quarto de Rafael.

- Mas vai ser na sua casa. – Day falou. Rafael e eu estávamos sem entender nada.

- Eu sei. – voltou com sua mochila nas costas. – Eu preciso ir comprar as coisas com a Yasmin. – avisou, dando um selinho em Rafael e saindo praticamente correndo do meu apartamento.

- Eu não sabia que teria uma festa pra Luana depois de amanhã. – falei e Rafael concordou comigo.

- Eu fiquei de avisar vocês dois, porque todo mundo sabia que o Bruno esqueceria de tudo, mas como acabamos brigando, não falei nada. – Rafael riu da cara que eu fiz.

- Você ia deixar de me falar da festa da Luana só porquê estávamos brigadas? – ela assentiu meio sem graça. – Ela é uma das minhas melhores amigas, Dayane. – Rafael apenas ficou olhando para nós, rindo.

- Desculpa... – disse, colocando a xícara de café no balcão e me abraçando pela cintura, grudando nossos corpos.

- Essa é a minha deixa. – Rafael falou. – Estarei no meu quarto se precisarem de alguma coisa... o que eu duvido muito. – falou a última parte mais baixo, mas conseguimos ouvir. Assim que ele saiu, voltei a minha atenção para ela, que estava com uma carinha de cachorro que caiu da mudança.

- Você é uma filha da puta, sabia? – falei, lhe dando um tapa no braço. Ela riu, me dando um beijo na bochecha.

- E você é a mulher mais linda do mundo. – abracei seu pescoço, a puxando para mais perto de mim, deixando seu rosto a centímetros do meu.

- É sacanagem comigo você ser assim. – ela riu.

- Assim como? – ela abriu um lindo sorriso para mim.

- Apaixonante. – seu sorriso aumentou ainda mais, o que também me fez sorrir.

É louco pensar que a mesma pessoa que é o motivo da sua maior felicidade, pode virar, facilmente, o motivo da sua maior destruição. A forma como eu me senti quando pensei que havia a perdido, foi como se uma parte do meu coração tivesse sido arrancado do meu peito sem anestesia. Mas ao mesmo tempo, quando eu estou com ela, é como se meu coração recebesse várias cargas de energia e adrenalina ao mesmo tempo. Quando ela está ao meu lado, eu não consigo lembrar a última vez que eu estive realmente triste ou destruída por algo ou alguém, ela concertou todas as minhas feridas em poucos meses, e isso era uma das coisas que mais me assustava no fato deu estar apaixonada por ela. Eu não podia ficar tão dependente dela, mas ao mesmo tempo, eu sabia que já estava. Ela é o meu ponto de paz. É com ela que eu me sinto verdadeiramente segura e feliz. É com ela que eu quero passar o resto da minha vida.

- Você me acha apaixonante? – perguntou, me pegando no colo. Entrelacei minhas pernas na sua cintura, e ela segurou firme nas minhas coxas, caminhando comigo até o meu quarto, aonde me deitou na cama, se deitando por cima de mim.

- Você é a pessoa mais apaixonante que eu conheço, Dayane. – ela sorriu, beijando minha bochecha dos dois lados e depois descendo os beijos para o meu pescoço. Eu já sabia aonde aquilo iria dar, mas de repente ela parou, me olhando com atenção.

- Você é incrível. – falou, depois de um tempo em que ficamos apenas nos olhando. Era impossível não se apaixonar por aquela mulher, tudo, absolutamente tudo nela, era completamente apaixonante.

- Day... – toquei em seu rosto, fazendo a fixar seu olhar no meu. – Você é a mulher mais incrível e linda desse mundo todinho! – afirmei com toda a certeza que havia dentro de mim. Ela apenas sorriu, abaixando a cabeça e negando. – É sim! – afirmei mais uma vez. Ela estava com vergonha, era percetível. – Eu queria que você pudesse se ver, da mesma forma que eu te vejo. Você perceberia que é linda, que tem uma voz maravilhosa e que deveria tentar investir na carreira musical. Perceberia que seu coração é enorme e como é linda a forma que você lida com a vida. Você sempre procura ver o lado bom de tudo, é humilde, e isso nos dias de hoje, é raro de se encontrar. Você é incrível, Dayane! E eu sempre te lembrarei disso, todos os dias da minha vida, a partir de hoje. – ela não falou mais nada, apenas me beijou. Não um beijo apressado ou cheio de desejo, mas um beijo que exalava amor. Porque nós éramos isso. Nós éramos amor. O mais puro e belo amor.

O Amor Entre Duas Elas (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora