Thirty seven

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Point View Caroline Dos Reis Biazin

Dois anos depois – 05 de Abril de 2021

Talvez nada disso teria acontecido se em algum momento da minha vida eu tivesse desistido de continuar morando em São Paulo. Tudo aconteceu por causa dessa cidade e por causa de suas peculiaridades. Todas as pessoas que vivem aqui são especiais de alguma forma, e hoje eu consigo enxergar isso perfeitamente. Ver tudo o que tenho conquistado ao lado de pessoas tão incríveis, é tão gratificante, principalmente depois de tudo o que aconteceu há dois anos atrás. A morte do meu pai, o meu sequestro. Mas eu ainda baterei na tecla de que tudo acontece em nossas vidas por algum motivo do destino.

– Você está mais bonita do que nunca. – Day falou, se aproximando de mim por trás e depositando um beijo demorado na curva do meu pescoço, fazendo com que os meus pelos daquela região se arrepiassem com seu toque.

– Eu estou é mais nervosa do que nunca. – Fechei meus olhos, encostando minha cabeça em seu ombro, deixando com que ela me envolvesse em seus braços. – Depois de um ano que estamos juntos, eu finalmente conhecerei o seu pai. Não sei como agir, e muito menos o que pensar disso tudo. – Ela suspirou, também fechando os olhos. Ela me puxou para ficar de frente para ela, segurando firme em minha cintura e eu passei meus braços pelos seus ombros, para ficarmos mais próximas.

– Você não precisa se preocupar com nada do que acontecerá hoje. – Ela falou, completamente tranquila. – Minha mãe está sóbria, tem um ótimo emprego, eu tenho um ótimo emprego e você tem um ótimo emprego e está terminando a faculdade. Ele apenas resolveu que é a hora certa para se redimir por tudo o que fez comigo, mas a única pessoa nessa história que não tem culpa de nada, é a minha irmã. É apenas por ela que estou fazendo isso. – Explicou, encostando sua testa na minha. Ela havia conseguido um emprego como compositora em uma grande gravadora aqui de São Paulo, e eu estava quase assinando contrato com eles. Sua mãe era gerente de um renomado restaurante no centro de São Paulo, o que fazia ela conhecer quase todas as grandes famílias dessa enorme cidade. Ela estava tão orgulhosa de sua mãe, que eu conseguia sentir de longe o orgulho que ambas sentiam pela outra.

– Você só precisa se concentrar nisso, então. – Sorri, lhe depositando um selinho rápido nos lábios. – E eu preciso me concentrar em terminar de me arrumar para este jantar. Afinal, será no restaurante que sua mãe trabalha, e aquele lugar é chique demais para ir com qualquer tipo de roupa. – Comecei a procurar no armário outro vestido. Já havia experimentado cinco vestidos diferentes, o banho que eu havia tomado não estava mais adiantando de nada, pois estava suando demais para identificar o que era a água do banho e o suor do meu próprio corpo. Eu esperava que toda essa minha afobação para me arrumar corretamente não acabe nos atrasando.

– Amor, eles já estão acostumados com a gente. Sempre vamos lá ver minha mãe, fazer uma surpresa para ela, não precisa se arrumar muito, é apenas o meu pai. – Ela se sentou na cama, tirando o celular do cabo da bateria e praticamente deitando para mexer no mesmo. – Não é como se fossemos jantar com o prefeito da cidade. – Brincou. Ela já estava pronta. Havia vestido uma calça apertada preta, um sapa-tênis também preto e uma blusa social de botões branca, dobradas até o cotovelo. E usava uma maquiagem leve, apenas para realçar seus olhos. Ela estava perfeita.

– Você fala dessa forma, pois já o conhece. Mesmo que não seja importante para você ter uma boa relação com ele, eu gosto de passar boas primeiras impressões. – Respondi, terminando de vestir mais um dos incontáveis vestido que tinham dentro do meu armário. Eu só queria entender o motivo de nenhum ficar bom em mim quando me olho no espelho.

– Eu só não quero que ele ache que nos arrumamos demais apenas para vê-lo. – Informou, se levantando da cama e guardando o celular no bolso da calça. – Este vestido ficou maravilhoso em você. Mas perfeito do que os outros. – Falou, abrindo um lindo sorriso para mim. Pegou em minha mão, me forçando a dar uma volta para que ela pudesse me olhar melhor.

O Amor Entre Duas Elas (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora