Is it love? Corporation

My life

Sarah

Abro os olhos e pisco algumas vezes, até me adaptar a claridade. Olho em volta confusa, não sei onde estou, nem o que estou fazendo aqui.

Passo a mão na grama baixa e olho para cima, o sol brilha forte sobre mim. Levanto e olho mais um pouco em volta.

As lágrimas enchem os meus olhos, quando reconheço o lugar.

- Casa. - digo baixinho, nunca pensei que estaria aqui de novo. Tudo parece exatamente igual, como se tivesse voltado no tempo.

- Sarah. - escuto a voz doce dela, mas demoro a virar em sua direção com medo do que posso ver.

As lágrimas caem dos meus olhos, limpo elas antes de virar e ver o lindo do rosto da minha irmã. Tão linda quanto a última vez que a vi bem.

Ela está parada do outro lado da piscina, usando um vestido amarelo claro rodado, seus lindos e longos cabelos loiros presos dos dois lados da cabeça por tranças finas. Começo andar em sua direção depois correr e a abraço com força.

- Sam... - digo chorando. Tem alguma coisa muito errada, porque não consigo sentir seu corpo, é como se estivesse abraçando o ar.

- Não consigo sentir você. - choro ainda mais, mas não quero soltar ela. Tenho medo de descobrir que é apenas um dos meus sonhos.

- Não pode, Sarah. - ela diz serena - Senti sua falta.

- Por que não posso? O que está acontecendo? - pergunto sem me afastar.

- Não se lembra o que aconteceu?

Sinto no meu peito que aconteceu algo muito ruim, mas não quero lembrar. Só quero aproveitar cada segundo perto dela.

- Não quero lembrar. - digo. Ela me afasta, mesmo que eu lute para permanecer no lugar.

- Tem que lembrar Sarah, precisa lembrar. - ela diz me encarando com seus grandes olhos azuis esverdeados.

Nego com a cabeça, recusando as lembranças, mas enquanto ela segura meus ombros tudo vem até mim como um grande soco no estômago. Meus joelhos ficam fracos e caio no chão.

- Estou morta! - começo tremer - O acidente... Eu estou morta. Acabou.

Sam ajoelha de frente para mim e passa a mão no meu rosto com delicadeza, mesmo que eu não consiga sentir seu toque, sinto o reconforto do gesto.

- Não. - ela diz sussurrando - Você está viva.

Olho para ela confusa.

- Não estou entendendo. Isso é um sonho?

Ela sorri e tira meu cabelo do rosto, mas não diz nada. Olho para minhas roupas pela primeira vez desde que acordei, estou usando as mesmas que vesti para trabalhar, antes do acidente.

- Sabíamos que ficaria confusa, não queremos que tome a decisão errada.

- Sam... - começo dizer mas paro.

- Tudo bem, Sarah. - ela senta na grama e pede para eu fazer o mesmo.

- Onde está a mamãe? - pergunto olhando para a casa, atrás de nós.

- Ela está bem.

- E o... - tenho dificuldade em continuar - Papai?

Ela olha para o chão.

- Não está aqui. - diz e solta um suspiro longo.

Meu peito aperta um pouco, mas resolvo não pensar nisso.