Livro 2 Cap 70 - End of my world (2)

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Sarah

Música: James Arthur - Train Wreck

Acorda minha princesa.

Papai...

Abro os olhos e demoro para lembrar de onde estou e o que vim fazer aqui. Quando tudo fica claro na minha cabeça, preferia não ter lembrado, não ter acordado. Ter ido direro para o inferno seria melhor que isso.

Cheiro o perfume da minha mãe no travesseiro, mas desta vez a saudade é substituída por outra coisa muito maior e perigosa, uma coisa que não sentia há muito tempo... Desde que o Daryl me mostrou que eu ainda poderia ser feliz, amada e amar com todo meu coração.

O ódio aumenta. Eu vou ter que... Depois de tudo que passamos.

Minhas veias estão pulsado, cada gota do meu sangue ansiando por vingança.

Levanto da cama. Percebo pelas janelas que é de manhã. Dormi a noite inteira, mas ainda sinto um cansaço enorme em todo meu corpo.

Olho em volta. Tudo exatamente igual.

- Vocês só mentiram o tempo inteiro! - digo para ninguém - E você Branka, - o nome sai amargo na minha boca - foi a porra de uma covarde. Me deixou, para lidar com as merdas de vocês dois. O caralho do Paul... - fico enojada com a ideia dela dormindo com aquele homem.

Rio insanamente.

- Acho que você não era bem o tipo de homem que pensava, pai. De novo. - limpo as lágrimas que escorrem pelo meu rosto com fúria - Deixou ele comer a sua esposa, engravidar ela e criou a filha dos dois como se fosse sua. Era por isso que tratava a Sam diferente? Você sempre soube. Que babaca!

Pego o perfume sobre a cama e jogo contra a parede.

- Vocês eram todos uns babacas. E a Sam, ela continua sendo boa demais para gente. Sempre será. Independente do tipo de sangue que corria em suas veias.

Sangue. Jenny. Meu sangue. Nunca estive sozinha e o Ryan sabia. Meus pais sempre souberam também.

- Vão se ferrar! Todos vocês e suas mentiras! - saio do quarto e desço as escadas até o porão. Está cheio de tralhas, mas não tenho dificuldade em encontrar o que estou procurando.

Pego o galão de gasolina. Está quase cheio.

- Deveria ter feito essa merda há muito tempo. - digo subindo as escadas - Muito tempo!

Esbarro no piano e o galão de gasolina cai no chão, por sorte não se quebra. Respiro fundo e vou abaixar para pegá-lo, mas paro no meio do caminho e olho para o cômodo. Perfeitamente arrumando, como se nunca estivesse ficado vazio antes, como se todos não estivessem mortos.

Grito e jogo o jarro de cristal próximo a mim no chão. Depois qualquer coisa que consiga alcançar, porta-retratos e souvenirs. Tudo que preservei por tantos anos, como se esse lugar fosse um maldito santuário. Aos poucos tudo está destruído em minha volta.

Pego o galão de gasolina e subo para o segundo andar, espalhando o líquido inflamável por todos os cômodos, quero que tudo queime. Tudo!

Depois desço de novo e continuo jogando a gasolina, terminando em cima do piano. Do maldito piano. Minha maldita e amaldiçoada vida.

Caio de joelhos no chão, que doem por causa dos cortes provavelmente causados pelos vidros quebrados. Estou encharcada de gasolina também e quando pego o isqueiro que encontrei na cozinha e o encaro, a ideia de queimar junto com casa e tudo que restou da minha família, parece ser a coisa mais certa a ser feita.

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