Sarah
Música: James Arthur - Train Wreck
Acorda minha princesa.
Papai...
Abro os olhos e demoro para lembrar de onde estou e o que vim fazer aqui. Quando tudo fica claro na minha cabeça, preferia não ter lembrado, não ter acordado. Ter ido direro para o inferno seria melhor que isso.
Cheiro o perfume da minha mãe no travesseiro, mas desta vez a saudade é substituída por outra coisa muito maior e perigosa, uma coisa que não sentia há muito tempo... Desde que o Daryl me mostrou que eu ainda poderia ser feliz, amada e amar com todo meu coração.
O ódio aumenta. Eu vou ter que... Depois de tudo que passamos.
Minhas veias estão pulsado, cada gota do meu sangue ansiando por vingança.
Levanto da cama. Percebo pelas janelas que é de manhã. Dormi a noite inteira, mas ainda sinto um cansaço enorme em todo meu corpo.
Olho em volta. Tudo exatamente igual.
- Vocês só mentiram o tempo inteiro! - digo para ninguém - E você Branka, - o nome sai amargo na minha boca - foi a porra de uma covarde. Me deixou, para lidar com as merdas de vocês dois. O caralho do Paul... - fico enojada com a ideia dela dormindo com aquele homem.
Rio insanamente.
- Acho que você não era bem o tipo de homem que pensava, pai. De novo. - limpo as lágrimas que escorrem pelo meu rosto com fúria - Deixou ele comer a sua esposa, engravidar ela e criou a filha dos dois como se fosse sua. Era por isso que tratava a Sam diferente? Você sempre soube. Que babaca!
Pego o perfume sobre a cama e jogo contra a parede.
- Vocês eram todos uns babacas. E a Sam, ela continua sendo boa demais para gente. Sempre será. Independente do tipo de sangue que corria em suas veias.
Sangue. Jenny. Meu sangue. Nunca estive sozinha e o Ryan sabia. Meus pais sempre souberam também.
- Vão se ferrar! Todos vocês e suas mentiras! - saio do quarto e desço as escadas até o porão. Está cheio de tralhas, mas não tenho dificuldade em encontrar o que estou procurando.
Pego o galão de gasolina. Está quase cheio.
- Deveria ter feito essa merda há muito tempo. - digo subindo as escadas - Muito tempo!
Esbarro no piano e o galão de gasolina cai no chão, por sorte não se quebra. Respiro fundo e vou abaixar para pegá-lo, mas paro no meio do caminho e olho para o cômodo. Perfeitamente arrumando, como se nunca estivesse ficado vazio antes, como se todos não estivessem mortos.
Grito e jogo o jarro de cristal próximo a mim no chão. Depois qualquer coisa que consiga alcançar, porta-retratos e souvenirs. Tudo que preservei por tantos anos, como se esse lugar fosse um maldito santuário. Aos poucos tudo está destruído em minha volta.
Pego o galão de gasolina e subo para o segundo andar, espalhando o líquido inflamável por todos os cômodos, quero que tudo queime. Tudo!
Depois desço de novo e continuo jogando a gasolina, terminando em cima do piano. Do maldito piano. Minha maldita e amaldiçoada vida.
Caio de joelhos no chão, que doem por causa dos cortes provavelmente causados pelos vidros quebrados. Estou encharcada de gasolina também e quando pego o isqueiro que encontrei na cozinha e o encaro, a ideia de queimar junto com casa e tudo que restou da minha família, parece ser a coisa mais certa a ser feita.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Is it love? Corporation
FanficSarah tinha um futuro brilhante no império que seu pai construiu ao longo da vida, mas depois de alguns acontecimentos e tragédias familiares, seu mundo quase perfeito desmoronou bem diante de seus olhos. Em meio a tantas mentiras e traições, ela fo...