Livro 2 Cap 44

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Elizabeth

Saio correndo da casa noturna, com o estômago tão pesado que posso vomitar a qualquer momento, todas as palavras ditas flutuam a minha volta. Escuto passos atrás de mim e uma voz me chamando.

- Liz... - Gabriel segura meu cotovelo me fazendo virar para ele, já estamos a alguns metros do estacionamento.

- Me tira daqui, me leva embora desse lugar... Para longe dessas pessoas. - para o mais longe possível do James e da humilhação de falar que o amava na frente de todos - Por favor.

Meus olhos ardem e o nó na minha garganta está cada vez maior, mas eu não vou chorar.

- Liz... Sinto muito. - Gabriel fala baixo e me puxa para mais perto, ele coloca meu casaco nos ombros. Caminhamos abraçados até o carro, ele abre a porta e me ajuda a entrar.

- Me leva para casa. - digo olhando para cidade, pela janela.

Não falamos nada por todo caminho. Gabriel estaciona em frete ao edifício que moro, perto do Central Park. Ficamos em silêncio, por alguns segundos.

- Posso ficar com você hoje. - ele diz com cuidado.

Viro para ele.

- Obrigada, mas prefiro ficar sozinha.

Ele passa a mão no meu rosto.

- Quer, mas não precisa ficar sozinha Liz. Eu estou aqui para você... - ele se aproxima mais, quando está prestes a beijar meus lábios, eu me afasto e abro a porta.

- Boa noite. Obrigada pela carona. - saio do carro.

Antes de fechar a porta posso ver seu olhar de decepção. Gabriel me dá um aceno breve com a cabeça e antes que chegue aos portões ele some na avenida.

- Sinto muito... - digo baixo, com o coração pesado.

Tiro os sapatos, jogo minha bolsa e casaco no chão, quando entro em casa. Olho em volta, tudo está silencioso e escuro.

Vazio... Assim que as coisas eram, até eu voltar para New York, para casa e encontrar com todos os fantasma do meu passado. Achava que os anos tinham me deixado imune a muitas das coisas que me destruíam, mas hoje, depois de ouvir aquelas coisas da Sarah... Depois de ver o James defendendo ela, depois de olhar nos olhos dele e falar tudo que guardei por tanto tempo, percebi que sou tão vulnerável quanto antes. Que a Sarah ainda pode me machucar, que ela ainda o tem. E que o James não desconfiou dos meus verdadeiros sentimentos nem por um segundo, que eu nunca tive uma chance.

Vou até o sofá e sento, abraço meus joelhos, olho pelas janelas, a imagem do central park logo adiante. Ainda lembro do sentimento de quando entrei nesse apartamento a primeira vez... Da esperança de uma nova vida, de que eu poderia deixar toda a mágoa no passado. Mas agora, enquanto meu coração sangra tanto quanto na noite que fui obrigada a pegar um avião para longe, que sinto as lágrimas descendo pelo meu rosto, vejo que não importa para onde eu vá, ou o quanto queira acreditar que posso seguir em frente, as coisas não vão funcionar. Serei sempre arrastada de volta por essa dor.

A menos que eu comece a fazer alguma coisa a respeito, a menos que eu tire tudo de tóxico que existe dentro de mim, nunca vai funcionar e eu sempre serei a garota infeliz, sozinha e com o coração partido. E eu não aguento mais, eu não aguento mais...

James

- Vou tomar um banho e depois deitar. - Sophia diz quando entramos no apartamento.

Limpo a garganta.

- Vou em seguida. - minha voz soa estranha. Talvez pelo longo silêncio no caminho até nossa casa, ou por outro motivo que minha mente a mil não consegue assimilar no momento.

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