Livro 2 Cap 71

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Sarah

Quando o dia amanhece, desisto de tentar dormir e levanto da cama. Estou tão arrasada e devastada por tudo que falei e fiz ao Daryl ontem, que até mesmo meu mal estar matinal parece bem vindo. Sentir qualquer coisa que me faça lembrar que estou viva e do motivo de fazer aquilo, ajudam manter minha sanidade.

Passo as mãos no rosto, as lágrimas secaram nas primeiras horas depois que o Patrick me deixou sozinha no quarto. E me sinto seca e vazia desde então. Nunca me senti tão sozinha e perdida. Tão sem saída. Fazer aquilo com o Daryl foi como se estivesse tirando tudo de bom de mim, como se estivesse traindo meu coração tão profundamente que ele poderia parar.

- Esper... - minha voz sai rouca demais e falha - espero que consiga entender algum dia, imbecil. - respiro fundo e vou até as janelas do quarto.

Passo a mão no ventre. Meu único conforto e razão de não desistir de tudo, cresce mais a cada dia dentro de mim.

- Eu vou conseguir, meu bem. - sussurro. Compreendo que o bebê não consegue me ouvir por enquanto, mas sei que pode sentir e quero que sinta o quanto vou lutar por ele e que o amo com meu coração, que cada suspiro meu será por seu bem estar e felicidade - Prometo.

Respiro fundo uma última vez e me permito sentir a devastação por apenas mais um segundo. Depois vou para o banheiro, tomar banho. Tenho muita coisa para fazer hoje e não quero perder mais tempo.

Daryl

Não reconheço o quarto quando abro os olhos, mas a maldita dor de cabeça sim. Fazia muito tempo desde a última vez que bebi tanto.

- Que inferno! - digo mal humorado e sento na cama. Noto que estou sem camisa e os botões da minha calça abertos.

Por um segundo a culpa me atinge, mas a lembrança... da Sarah e o sacana do caralho. Uma bola gigante se forma na boca do meu estômago e o mal estar piora.

- Acordou bela adormecida. - Zayra entra no quarto e apesar de tentar disfarçar, eu consigo ver a pena e cautela em seus olhos - Como está se sentindo?

- Vou ficar melhor, no momento que encontrar uma garrafa de qualquer coisa que contenha álcool e cair fora desse lugar. - levanto e abotou os botões da calça. Não consigo lembrar de muita coisa depois de ter falado com Zay e prefiro assim.

- Acho que aspirina, um bom banho e várias horas de sono são ideias melhores. - se aproxima mais e cruza os braços.

Ignoro ela e olho em volta procurando minha camisa.

- Onde estão minhas roupas?

- Da última vez que as vi, estavam sendo usadas por jovens donzelas. - diz irônica. Meu estômago revira mais.

- Que se dane. Eu não quero nada que lembre a noite passada. - passo pela Zay, mas ela segura no meu braço.

- Daryl...

- Você não está a fim de fazer isso Bolinha e eu muito menos que o faça. Então me deixe em paz.

Ela respira fundo e solta meu braço.

- Então é só dizer para onde vamos.

Olho para ela por cima do ombro.

- Nem fodendo vou deixar a diversão só para você. Mas antes, vou procurar alguma coisa para você vestir, já é difícil o suficiente aguentar as garotas com você vestido, não quero saber como é andar por aí com você assim. E tenho certeza, que não quer uma pneumonia. Tinha esquecido o quanto essa cidade consegue nos fazer congelar.

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