Livro 2 Cap 63

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Anya

Sorrio com a imagem do Ronald dormindo do meu lado, ele é muito bonito. Percorro com os olhos seu peitoral nú, está quase todo coberto de tatuagens agora, além de um dos braços. Ele se manteve bastante ocupado nos meses que fiquei fora. Está diferente. E não é apenas o cabelo curto e a barba.

Meu Ronald está se tornando um homem, não é mais aquele garoto imaturo e inconsequente. E eu estou ainda mais apaixonada que antes, sou incapaz de me afastar por mais de algumas horas dele.

Ele suspira no sono e se estica um pouco mais.

Rio baixo.

Ronald além de enorme é espaçoso demais, estou quase caindo da cama e meu pequeno corpo não precisa de muito.

Passo os meus dedos lentamente sobre sua pele. Ele solta um grunhido sonolento e abre um pouco seus olhos amendoados.

- Você vai me derrubar da cama se continuar se esticando. - digo me aproximando mais dele.

Ronald sorri e me envolve com seus braços longos e fortes.

- Desculpa.

Ele beija meu pescoço e me aperta um pouco mais entre os braços, que são como uma fortaleza para mim.

Resolvo nesse instante que não podemos mais adiar nossa conversa. Já fazem semanas que voltei, não nos afastamos mais que o necessário e ficamos todo tempo livre fazendo amor ou indo nos lugares favoritos dele na cidade. Mostrei alguns dos meus também e fizemos coisas que sempre tive vontade, mas ainda não conversamos sobre o que aconteceu e como as coisas serão.

- Não podemos adiar mais, Ronald. - digo. Não preciso falar mais que isso para que ele entenda sobre o que se trata.

Ele suspira tenso.

- Anya, podemos esperar mais uns dias. - ele me puxa para que fique por cima - Não sei se estou pronto para saber como as coisas vão ficar.

Passo meu rosto em sua barba ruiva. Descobri que é uma das coisas mais maravilhosas do mundo.

- Vai ficar tudo bem, confia em mim. - afirmo e beijo seus lábios.

- Ok. - diz um pouco mais relaxado - Então me diz porque foi embora. Quero a verdade, Anya.

Engulo seco. Imaginei que ele poderia perguntar isso, mas não pensei que seria agora.

Não posso falar tudo agora, Ronald. Ainda é perigoso. Por seu bem, vou contar apenas metade da história.

- Então você percebeu... - digo sem graça - Eu nunca iria embora daquele jeito, se não fosse a única alternativa. Minha mãe é complicada, Ronald. Um complicado ruim, e ela exigiu que eu fizesse aquilo.

Ele me escuta atento.

- Por quê?

Respiro fundo.

- Ela não concorda com o que sinto por você.

- Estou confuso, ela nem me conhece. - vejo a culpa surgindo em seus olhos - Ah... foi por causa daquela vez? Quando fui um cretino e a fiz sofrer? Eu posso falar com ela Anya, sua mãe vai entender que fui estúpido naquela época, mas que eu... - ele hesita, não falamos abertamente dos nossos sentimentos ainda - vou fazer com que acredite em mim, serei um cara digno de você, porque eu te amo Anya. Nunca mais vou agir daquela forma, juro que não vou. Não quero que vá embora, quero que fique aqui e comigo.

Passo a mão em seu rosto. Estou prestes a começar chorar como boba, não sabia o quanto precisava ouvir que ele me amava, até agora.

- YA lyublyu tebya, Ronal'd. Moye serdtse tvoye, i ya obeshchayu, chto ya tozhe budu dostoin tebya. - falo com ternura.

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