Livro 2 Cap 42

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Paul

- Droga. - John diz irritado enquanto mexe em alguns papéis sobre a mesa de reuniões.

- Qual o problema? - pergunto.

- Esqueci os contratos no meu escritório de casa. Que inferno! - ele pega o telefone e disca um número. 

John parece distraído, que não é nada comum e irritado além do normal hoje.

- Preciso que o Willian traga uma pasta, está no meu escritório. Sim, em casa. - John desliga a ligação e disca outro número - Sou eu, preciso falar com minha esposa. - ele me encara enquanto espera alguns segundos - Querida, quero que pegue uma pasta preta com alguns documentos no meu escritório e entregue para o Willian. Sim... Como está a Sarah? - ele solta o ar tenso - Tenho uma reunião importante agora, provavelmente vou ficar o dia inteiro atolado de trabalho. - ele estreita os olhos para mim - Não precisa se preocupar Mary, ela vai ficar bem. Vou dar um jeito, prometo. Também amo você. 

Desvio o olhar.

- Quero que acompanhe a Mary até o hospital. - ele fala organizando alguns papéis.

- Ela está doente? - pergunto tentando controlar a preocupação na voz.

John nega com a cabeça, sem me encarar.

- Sarah. - fala tenso - Ela está com febre desde a madrugada, o médico já foi até nossa casa... - ele passa as mãos no rosto. John não dormiu muito bem - Mas ela não melhorou. Mary está muito preocupada, e não quer ficar sozinha. - ele mostra a pilha de papéis - E eu não posso ficar com elas agora.

- Não sei se sou a melhor opção. - me ajeito na cadeira.

John sorri com o canto da boca.

- Você se preocupa muito com a Mary... - ele diz com ironia - Sei que posso confiar em você para cuidar da minha esposa e filha.

(...)

Demoro um pouco antes de entrar na mansão Swan. John comprou ela depois que a Sarah nasceu, disse que era para marcar o início da família. É uma casa linda e luxuosa, a Black Swan cresce mais e mais a cada ano, e o John está disposto a transformar a empresa em uma das maiores do país. Entrar nesta casa é sempre uma tortura, tudo lembra a Branka, tudo lembra a mulher que amo e que perdi para o homem que se dizia ser meu irmão.

- A Sra. Swan. - falo para governanta.

Ela aponta para o andar de cima.

- Com a Sarah, no quarto da criança. - ela diz baixo.

Subo as escadas, paro de frente a porta que tem uma guirlanda com o nome da Sarah e alguns cisnes, em cores pastéis. Bato na porta suavemente antes de entrar. Mary está deitada com a menina na cama, passando as mãos nos cabelos castanhos dela, enquanto canta uma música em russo. Está com a fisionomia cansada e com os olhos vermelhos de chorar.

Ela olha para mim e para de cantar. Depois se ajeita na cama.

- O que faz aqui? - ela pergunta baixo para não acordar a Sarah que dorme.

- O John pediu que te acompanhasse até o hospital. - digo e termino de entrar, me aproximo mais da cama.

A Sarah está com as bochechas vermelhas. Coloco a mão na testa dela, está quente.

- O que ela tem? - pergunto.

- O médico disse que é uma virose, falou que estaria melhor hoje de manhã também... - ela solta o ar e passa a mão no rosto da menina - Tenho medo que...

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