Livro 2 Cap 14

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Sinto um toque familiar nos meus cabelos. Suas mãos são doces e carinhosas, fecho os olhos e respiro fundo, inspirando seu perfume.

- Pai... - falo.

Estou no meu quarto, na casa dos meus pais. Com a cabeça deitada em seu colo, como ele costumava fazer sempre que estava triste. O John Swan, que eu conheci minha vida inteira era esse tipo de homem e pai, ele era o meu primeiro socorro. A pessoa que entendia tudo que passava por minha cabeça, antes de qualquer outra. A pessoa que mais amei e admirei a vida inteira.

- Sim, minha princesa. - ele continua passando as mãos no meu cabelo.

- Pai, a Sam... - as lágrimas começam a descer pelo meu rosto.

Ele limpa limpa as lágrimas do meu rosto.

- Sarah, eu sei. Saber que não consegui proteger minhas filhas, foi o meu pior castigo. Mas não pode mais fazer nada em relação a isso, você tem que se proteger, evitar que algo aconteça a você. - ele diz com dor na voz.

- Quem fez isso? Me diz... Pai, me ajuda! - digo entre soluços.

O toque dele nos meus cabelos ficam mais firmes.

- Eu não posso, me culpo por isso. Deveria ter te contado tudo, mas achei que teria mais tempo, que um dia você conseguiria me perdoar e entender. - ele suspira - Mas agora eu não posso, você vai ter que resolver tudo sozinha Sarah. E eu sei que você é capaz, é forte e inteligente, só precisa da ajuda certa.

- Não sei se ainda sou aquela pessoa. - falo.

Muitas coisas mudaram, muitas pessoas se foram. E mesmo que eu não tenha dito isso a ninguém, meu pai sempre foi meu pilar na Black Swan. Ele era meu farol, sabia que nada aconteceria enquanto estivesse por perto.

Ele ri.

- Claro que é. Você é como eu, Sarah. E mesmo quando não estiver se sentindo forte o suficiente... - eu o interrompo.

- Finja ser. Os outros só podem ver o que eu permitir que vejam. - repito as falas dele, meu pai já me disse isso umas mil vezes.

- Sim. Desse jeito nada poderá te atingir, mas se você demonstrar fraqueza, não vai conseguir vencer. Não seja fraca Sarah, seja como eu, mesmo que não queira. E você sabe que ficar aos prantos não vai te tirar dessa situação.

- Eu não quero, não sou como você. - digo firme.

- Então não terá a mínima chance, filha. - ele diz com preocupação.

Abro os olhos, devo ter dormindo finalmente após chorar a noite inteira.

- Agora estou ficando louca, tendo sonhos estranhos com o caralho do meu pai. - digo levantando.

Daryl não está no quarto, vou para o banheiro tomar um banho e me arrumar, antes de descer.

Escuto Daryl falando com o Ronnie, enquanto me aproximo da cozinha.

- Eu cuido dela, Daryl. Pode fazer sua reunião tranquilo. - Ronnie diz.

- Droga! Eu mesmo queria acompanhar ela até a polícia. - ele diz irritado.

- Já disse que vou ficar bem, Daryl. - falo.

Ambos se viram para mim. Daryl levanta e me dá  beijo.

- Tudo bem? - pergunta.

Olho para ele com a sobrancelha arqueada.

- O que combinamos sobre ficar perguntando a cada meia hora se estou bem?

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